|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Avanços do BB
O BANCO do Brasil desencadeou negociações para incorporar a Nossa Caixa,
banco controlado pelo Estado de
São Paulo. Em outubro de 2006,
o governo paulista suspendeu
uma operação de transferência
de 20% das ações que excediam
ao controle da Nossa Caixa. Naquele momento, a transação, que
renderia R$ 800 milhões aos cofres públicos, foi considerada
pouco favorável. Decisão acertada, pois na quarta-feira o valor de
mercado da Nossa Caixa era de
R$ 2,9 bilhões, quase idêntico ao
valor patrimonial, divulgado no
balanço de março de 2008.
Em negociações anteriores,
bancos brasileiros foram vendidos por duas a três vezes o valor
patrimonial. Como o governo do
Estado detém 71% das ações, a
venda da Nossa Caixa poderia
gerar de R$ 4 bilhões a R$ 6 bilhões para os cofres estaduais.
A Nossa Caixa controla a folha
de pagamento de 1,1 milhão de
funcionários públicos e depósitos judiciais, os quais somam R$
16 bilhões. Por determinação
constitucional, no entanto, esses
depósitos devem permanecer
em banco oficial. Em um leilão
de privatização, tais depósitos
teriam de ser transferidos para o
próprio Banco do Brasil ou para a
Caixa Econômica Federal. Sem
os depósitos judiciais, os bancos
privados seguramente ofereceriam um preço menos vantajoso
para os cofres públicos.
Para o governador José Serra,
a operação viabiliza recursos que
podem ser utilizados na expansão dos investimentos. As finanças estaduais estão relativamente organizadas, mas não há tanta
sobra de caixa para a realização
de novas obras. Apenas a expansão do metrô e das linha da
CPTM prevê gastos de R$ 17 bilhões, até 2011.
A operação parece ser positiva
para os principais agentes envolvidos. Para o Banco do Brasil,
permite o acesso a fontes de recursos de custos estáveis. O fortalecimento da maior instituição
financeira pública deverá acirrar
a competição entre os grandes
conglomerados privados, ampliando a oferta de crédito e de
serviços, com redução das taxas
de juros e das tarifas. Para o governo de São Paulo, possibilita
novos recursos a fim de viabilizar o financiamento da expansão
da infra-estrutura.
Texto Anterior: Editoriais: Jovens sem emprego Próximo Texto: São Paulo - Clóvis Rossi: Já não tão único Índice
|