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FERNANDO DE BARROS E SILVA
Lição de casa
SÃO PAULO - Em pouco mais de
um mês, a vantagem de Serra para
Dilma na região Sudeste encolheu
de 19 para 7 pontos. Em meados de
abril, o tucano tinha 45%, contra
26% da petista. Na pesquisa Datafolha publicada anteontem, ele
aparece com 40%, e ela, com 33%.
Algo semelhante ocorreu na região Sul. Em abril, a vantagem de
Serra sobre Dilma era de 22 pontos
(48 a 26). Regrediu para apenas 3
pontos (38 a 35), o que configura
um empate técnico.
Com a campanha precocemente
polarizada, como queria Lula, e os
rivais agora numericamente empatados em 37%, razões não faltam
para preocupar os tucanos.
Muito se tem falado sobre a importância de Minas Gerais nessa
disputa. A terra de Aécio é o segundo maior colégio eleitoral do país,
com 14 milhões de votos (cerca de
11% do eleitorado). Está estrategicamente situada na transição do
Sudeste para o Nordeste, o que lhe
dá um peso simbólico adicional.
A expectativa de que Aécio ainda
possa ser vice segue enorme, mas
foi em São Paulo que a luz amarela
acendeu para o serrismo.
Se o tucano perdeu tanto terreno
no Sudeste é porque desidratou
também no Estado que até ontem
governava. São Paulo reúne 30 milhões de eleitores. São mais de duas
Minas Gerais.
Na sua casa, não basta a Serra
derrotar Dilma. É preciso vencê-la
por goleada para ter chances de
conquistar a taça nacional. Trocando em miúdos, isso significa que os
serristas precisam não só de Aécio,
mas de Geraldo Alckmin.
E aqui há um conflito de interesses a ser administrado. Líder isolado, com chance real de vencer no
primeiro turno, a Alckmin conviria
fazer uma campanha olímpica, sem
arestas. No seu caso, quanto mais
fria a disputa, tanto melhor. Ocorre
que Serra precisa de um Alckmin
visível, inflamado, brigando por
ele. Os tucanos não sabem bem como equacionar esse dilema. Pode
até parecer um detalhe. Mas é neles
que às vezes se decide a partida.
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