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Editoriais
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Equilíbrio eleitoral
Colada a Lula na TV, a candidata petista à Presidência, Dilma
Rousseff, conseguiu finalmente
alcançar nas pesquisas o postulante tucano, José Serra. No mais
recente levantamento do Datafolha, tornado público neste final de
semana, ambos aparecem com
37% das intenções de voto.
O empate não surpreende. A ex-ministra da Casa Civil ainda experimentava, em meses recentes,
menor grau de conhecimento entre o eleitorado do que seu adversário. As várias inserções comerciais do PT na televisão, na semana retrasada, contribuíram para
selar o vínculo entre Lula e a candidatura por ele fabricada.
A ofensiva publicitária gerou
efeitos importantes sobretudo entre eleitores já simpáticos ao governo. A parcela dos que passaram a reconhecer em Dilma a representante de Lula na disputa
presidencial aumentou dez pontos percentuais -eram 61% dos
eleitores na pesquisa anterior, em
abril, e são 71% agora.
O Datafolha mostra que a elevação do conhecimento sobre a candidatura de Dilma se deu sobretudo no Nordeste, entre as mulheres, os mais jovens e os de menor
renda. De forma bem sucedida para as pretensões petistas, o típico
eleitor lulista foi finalmente apresentado à ex-ministra.
Ainda assim parece improvável
que qualquer um dos postulantes
se distancie de maneira acentuada do adversário até a data do pleito, em outubro.
Uma inevitável consequência
desse possível cenário de equilíbrio é o acirramento de ânimos em
parcelas da militância de ambas
as candidaturas -que já alimentam uma rancorosa "guerrilha"
no território da internet.
Mas o aguçamento da disputa
também pode suscitar outros desdobramentos. Sem larga vantagem, por exemplo, é improvável
que Serra ou Dilma se deem ao luxo de fugir aos debates.
Será oportuno se a proximidade
nas pesquisas compelir os candidatos a expor com mais detalhes
as suas ideias. Ainda que as diferenças entre as duas candidaturas
sejam menores do que alguns tentam fazer crer, ganham o eleitor e
a democracia se elas forem apresentadas com clareza.
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