BRASÍLIA - Até porque neste espaço, na última quarta-feira. registrei o iminente possível fracasso da aliança nacional entre o PT e o PL, é justo agora mencionar que ocorreu uma reversão do cenário.
O PL fez ontem sua convenção nacional em Brasília. Aprovou o apoio à candidatura presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O candidato a vice deve ser o empresário e senador José Alencar (PL-MG). Sem fazer juízo de valor sobre a coerência ideológica -ou não- de tal associação, trata-se de uma excelente notícia para a campanha petista.
Há, é claro, o lado excêntrico do fato. O deputado Bispo Rodrigues (PL-RJ), ligado à Igreja Universal, não hesitou em fazer seu discurso lendo um trecho da Bíblia. Ao seu lado, Lula e o presidente nacional do PC do B, o marxista Renato Rabelo.
Em seu discurso, Lula fez um agradecimento transversal a um eventual apoio que receberá de Paulo Maluf (PPB), em São Paulo: "Vai ser o único voto sensato que o Maluf vai dar". Depois da convenção do PL, já no aeroporto, o petista passou mais de uma hora conversando com o presidente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), Enrique Iglesias. Outros tempos.
O PT mudou. Isso não é novidade. Mas agora existe uma imagem histórica para ilustrar a mudança. Era inimaginável conceber há alguns anos um palanque com a Igreja Universal, o PT, o PL, o PC do B e ainda o sindicalista de resultados Luiz Antônio de Medeiros. Pois estavam todos se abraçando e sorrindo ontem.
Quantos votos a mais essa aliança dará a Lula? Difícil saber. De concreto, o petista aumentou seu tempo de TV. E terá o empresário José Alencar (patrão de 16 mil pessoas) repetindo como um mantra, todos os dias, que o PT é a melhor opção para a indústria nacional. Não é pouco.
  Anedota na convenção do PL. O mundo mudou: a Coréia é semifinalista da Copa do Mundo, Barrichello ganhou de Schumacher, e o PT se aliou ao capital para eleger Lula.


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