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São Paulo, quinta-feira, 24 de julho de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Emprego
"O maior desafio do governo do presidente Lula é a inclusão social via trabalho, emprego e renda. O desemprego é um problema gravíssimo, não é novo e está sendo enfrentado com medidas para estimular os setores com maior utilização de mão-de-obra: o Primeiro Emprego para os jovens, medidas no valor de R$ 5,3 bilhões do Codefat para financiar setores geradores de emprego e um novo plano de qualificação para melhorar os cursos de preparação do trabalhador, entre outras. Por isso a frase "o alarme é maior do que o drama", na verdade, está sendo interpretada fora do contexto. Vale observar que o quadro adverso da economia provocou queda na renda e aprofundou o problema. Em junho de 2002, quando as condições macroeconômicas não eram tão adversas, a taxa de desemprego atingia, mesmo assim, o índice de 11,6%. Em maio deste ano, chegou a 12,8% e, agora, em junho, a 13%. Os números se aproximam. Mas reconhecemos que, enquanto um trabalhador estiver desempregado, nenhuma justificativa será suficiente para tão grande agonia."
Jaques Wagner, ministro do Trabalho e Emprego (Brasília, DF)

Previdência
Gostaria de cumprimentar o articulista Roberto Mangabeira Unger pela precisão da análise da reforma da Previdência ("A misteriosa reforma da Previdência", pág. A2, 22/7). Ele enxergou de modo isento e sereno o que a mídia em geral insiste em ignorar e o governo Lula insiste em esconder com artimanhas de marketing. Unger mostrou que "não há rombo nas contas da Previdência, nem na Previdência dos servidores, nem na dos trabalhadores em geral, a não ser por manipulação contábil" e que "eleger (...) como maior injustiça no país o tratamento especial de quem serve ao Estado e renuncia a algumas oportunidades em troca de outras garantias revela falta de realismo social e de equilíbrio moral". Unger disse tudo. Parabéns!"
Walmor Alves Moreira, procurador da República em Florianópolis (Florianópolis, SC)

Criança tem direito adquirido?
"Perguntas aos juízes e promotores do Brasil: e o "direito adquirido" das crianças? Será que a "prioridade absoluta" descrita no artigo 227 da Constituição Federal está valendo? Por que uma criança que nasce hoje deverá trabalhar até os 60 anos para garantir uma "aposentadoria integral" para os servidores públicos que comprovadamente não contribuíram "integralmente'? A melhor maneira de o Poder Judiciário demonstrar sua importância é promover um "espetáculo de justiça", produzindo sentenças justas e rápidas para "construir uma sociedade livre, justa e solidária"."
Mauro Alves da Silva, presidente do Grêmio SER-Sudeste -Promoção da Cidadania e Defesa do Consumidor (São Paulo, SP)

Críticas
"O ditado "o pior cego é aquele que não quer ver" serve perfeitamente aos que criticam a Folha por "criticar" excessivamente o governo Lula. Espero que o jornal continue com o jornalismo informativo, esclarecedor e imparcial. Um dia, quem sabe, os petistas fanáticos enxergarão e reconhecerão os erros e descaminhos do governo Lula, que está encaminhando o país para uma desordem geral."
Luiz Henrique Soares Novaes (Santos, SP)

Terra
"Parabenizo a Folha pela publicação do brilhante exercício de lógica do doutor Fábio Konder Comparato na edição de 22/7 ("Impropriedades'). Sugiro a publicação mais frequente desse grande mestre para contrabalançar a parcialidade do jornal quanto ao governo Lula e para confirmar o pluralismo sempre apregoado, mas nem sempre praticado. Agradeço também ao senhor Décio Pedroso por ter "repercutido" o artigo em sua carta ao "Painel do Leitor" de ontem. É mais uma oportunidade para que mais leitores tenham conhecimento das idéias ali expostas. Pela exegese que ali se viu, a reforma agrária, reconhecida até pela direita não-empedernida como necessária à estratégia de desenvolvimento do país, pode ser realizada não só sem que represente o rompimento constitucional sempre apontado pelos grandes proprietários rurais e pelos defensores dos seus interesses mas em estrito cumprimento ao emanado da Constituição e sem mais delongas."
Dalva Oliveira (São Paulo, SP)

Economia
"É absurdamente decepcionante e estonteante a forma pela qual o governo Lula está destruindo a economia do país ao cortar e reduzir salários que iriam gerar empregos e consumo. No meu caso, tive de despedir um empregado que eu mantinha com um salário mínimo para ajudar no trato da casa pelo fato de o meu salário, sem aumento e corroído pela inflação, não me permitir continuar a dar essa pequena contribuição social, que, apesar de pequena, ajudava um pai e sua família. As medidas que estão sendo propostas para a reforma da Previdência são como uma facada no coração do Brasil, na alma de sua Constituição, na dignidade de seu povo."
João Mauger (Brasília, DF)

Prefeitura
"O artigo de Otavio Frias Filho de 17/7 ("Reeleger a prefeita", Opinião, pág. A2), cuja opinião sempre respeitamos, menciona a minha administração na prefeitura de São Paulo. Gostaria de acrescentar que a pesquisa Datafolha publicada pela Folha em 8 de março de 1999 (na pág. A4), mais de dois anos depois de eu ter encerrado o meu mandato, apontou-me como o melhor prefeito de São Paulo dos últimos 13 anos até aquela data."
Paulo Maluf, ex-prefeito de São Paulo (São Paulo, SP)

Petrobras
"Merece elogios a preocupação do deputado José Carlos Aleluia com a Petrobras ("O desmonte da Petrobras", Dinheiro, 14/7). Pena que, na octaetéride fernandista, Aleluia dormia sob sono profundo. Estivesse acordado verificaria que: 1) o povo é assaltado diariamente nos postos, mas não há quem revele a planilha de custos da Petrobras; 2) em 12/2001, a Petrobras doou a Petros a módica quantia de R$ 8 bilhões (nada a ver com as doações mensais). Isso para sustentar jovens de pijama que largam a gravata precocemente; 3) a Petrobras continua se expandindo no exterior, fazendo aquisições alavancadas (segundo Gastão Vidigal, na Folha de 4/10/98, "alavanca" significa endividamento acima da capacidade de pagamento); 4) com tudo isso, sobrou dinheiro para patrocinar time de futebol na Argentina e pilotos de Fórmula 1; 5) como a Petrobras não fabrica dinheiro, restou acumular débitos no INSS de módicos R$ 116 bilhões. A resposta de Paulo Bernardo ("Petrobras em alta", Dinheiro, 21/7) mostra que, no essencial, nada mudará. A conta vai para o povo, como acontece há 50 anos."
Luiz Gornstein (São Paulo, SP)


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