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Editoriais
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Problemas demais
RELATÓRIOS DE blitze realizadas na cidade de São Paulo
nos últimos quatro meses,
pelo Conselho de Alimentação
Escolar (CAE), apontam a ocorrência de falhas em 38 das 40 escolas municipais fiscalizadas.
Em mais de um terço delas, o órgão oficial, formado por pais,
professores e servidores, detectou deficiências relativas às condições de higiene ou à qualidade
dos alimentos.
As carências apareceram tanto
nas escolas onde as merendas
são preparadas por servidores
como naquelas em que são fornecidas por empresas licenciadas. Há, além disso, uma investigação do Ministério Público Estadual, em curso desde 2007, para apurar suspeitas de conluio,
superfaturamento e má qualidade dos serviços prestados por
fornecedores contratados pelo
município.
Reagindo às denúncias, a gestão Gilberto Kassab (DEM) realizou nova licitação -ainda que
os contratos de 2007 pudessem
ser prorrogados até 2012. Mas o
resultado do pregão, realizado
anteontem, veio a contemplar 4
das 6 empresas investigadas.
Elas fizeram a melhor proposta
em 8 dos 14 lotes em disputa. Se o
resultado se confirmar, deverão
levar 63% do montante mensal
de R$ 36 milhões que a prefeitura planeja gastar.
O promotor que investiga o caso anunciou que vai entrar com
medida contra a recondução
dessas empresas. Já o secretário
da Educação declarou-se impedido de inabilitá-las, uma vez
que não foram condenadas.
Não é demais lembrar que o
Conselho de Alimentação Escolar ficou praticamente inativo
em 2008. No mesmo ano, documentos produzidos pelo órgão,
que apontavam falhas na merenda, haviam desaparecido, motivando inquérito policial.
A constatação de que um serviço tão importante, com repercussão sobre a saúde dos alunos,
se encontra cercado de dúvidas e
questionamentos indica que a
prefeitura precisa rever sua
atuação nessa área.
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