Celso Daniel
"É uma vergonha total o arquivamento do inquérito sobre a morte do prefeito de Santo André ("Delegada arquiva inquérito sobre morte de Celso Daniel", Brasil, 23/11).
Com testemunhas, troca de roupa do prefeito, ameaças à família -cujos membros tiveram de se mudar- e mais sete mortes inexplicáveis no rastro, como é possível alegar "falta de provas'?
É, no mínimo, um escárnio, uma vergonha essa impunidade grotesca."
SILVIA TAKESHITA DE TOLEDO (São Paulo, SP)

Floresta
"Diferentemente do que informou a reportagem "Parque do Rio tem "safáris" clandestinos" (Ciência, 21/11), o Parque Estadual dos Três Picos pode ser considerado um fenômeno no Brasil pela rapidez de sua implantação -pouco mais de quatro anos, numa área de 46.350 hectares.
Temos 25 profissionais, sem incluir a equipe do Corpo de Bombeiros e o Batalhão de Polícia Florestal e Meio Ambiente. Concluiremos neste ano o plano de manejo diretor da unidade e o Programa de Educação Ambiental, a ser desenvolvido nas escolas do entorno.
Nesta gestão, houve queda nos incêndios florestais, as Notificações de Prevenção a Incêndios Florestais passaram de zero em 2003 para 108 até 2006 e o número de intimações e notificações foi de 37 entre esses anos.
Já foram investidos R$ 3,8 milhões no parque. Além disso, dispomos de R$ 2,258 milhões em aplicações através da empresa Termorio."
MAURICIO LOBO, presidente do Instituto Estadual de Florestas (Rio de Janeiro, RJ)

Bienal
"Diferentemente do que informou nota publicada na coluna de Mônica Bergamo em 22/11 ("Catalisador", Ilustrada, pág. E2), a 27ª Bienal de São Paulo nunca teve como meta a quantidade de público visitante.
O objetivo da Fundação Bienal é oferecer uma exposição internacional de qualidade a um público que abranja todas as classes sociais. Assim se explica a preocupação da Fundação em estabelecer parcerias que possibilitem não apenas a gratuidade da mostra mas a realização de um projeto educativo que visa aproximar a Bienal das classes menos favorecidas, com ações de treinamento de professores das redes públicas e privadas -que redundaram no agendamento, até novembro, de mais de 100 mil visitas de estudantes- e junto a comunidades da periferia de São Paulo com o objetivo de inclusão social e de democratização do conhecimento.
É importante observar que a Bienal anterior registrou um público de 917 mil visitantes em 89 dias de mostra. A atual, que vai se encerrar em 17 de dezembro, tem 65 dias de exposição -24 dias a menos que a anterior."
GLEISE SANTA CLARA, assessora de imprensa da Fundação Bienal de São Paulo (São Paulo, SP)

Dignidade
"Em seu artigo "O mendigo da esquina" ("Tendências/Debates", pág. A3, 23/11), Frei Betto põe em relevo a questão central dos homens de bem: a vida no Brasil.
É preciso compreender, de uma vez por todas, que desenvolvimento não se reduz ao crescimento da economia, como tem sido a tônica do debate nos meios político e empresarial. Desenvolvimento é garantir à massa de despossuídos deste nosso triste país aquilo que nunca lhes foi dado: um mínimo de dignidade."
CLAUDINEU DE MELO (São Paulo, SP)

Lista da OAB
"A decisão do juiz Lúcio Pereira de Souza de deixar de fazer dez audiências em um só dia, como reação por seu nome constar da lista de "inimigos da advocacia", contraria o artigo 135 do Código de Processo Civil ("Juiz reage à lista da OAB e cancela audiências", Cotidiano, pág. C6, 23/11).
Ele até pode se considerar inimigo da advocacia, porém não dos advogados que estavam assistindo seus respectivos clientes e, muito menos, das partes que nada têm a ver com o que está acontecendo entre ele e a OAB.
Com essa atitude, o juiz está negando a prestação jurisdicional e causando prejuízos à sociedade. Diante disso, penso que a Ordem dos Advogados do Brasil deva representá-lo junto ao Conselho Nacional de Justiça e, entre outras coisas, pleitear descontos dos seus vencimentos, já que não está prestando os seus serviços à sociedade."
ELI ALVES DA SILVA, ex-presidente da Associação dos Advogados Trabalhistas de São Paulo (São Paulo, SP)

Saddam
"Esperei ansiosamente, mas, infelizmente, fiquei frustado ao não ver o Vaticano e os movimentos de direitos humanos do Brasil se posicionarem contra a sentença iraquiana que possivelmente levará o ex-presidente Saddam Hussein à forca.
Logicamente que o ex-ditador iraquiano era um facínora sanguinário. No entanto, quem defende a vida não pode agir com dois pesos e duas medidas.
E, embora um erro não justifique o outro, os mesmos países que hoje estão no Iraque, provocando uma guerra civil sangrenta e desumana, no passado fortaleceram e apoiaram Saddam Hussein. Talvez por ingenuidade ou cegueira politica, não perceberam que a criatura iria virar-se contra os criadores."
PEDRO VALENTIM (Bauru, SP)

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