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Racismo
"Parabéns à Folha pela produção
cuidadosa do caderno Racismo
(23/11). São 12 páginas esclarecedoras, sem falar do contundente editorial "Igualdade distante", que a
meu ver traz ainda a cegueira branca de que fala José Saramago. Porém, páginas à frente, no caderno
Brasil, lemos Elio Gaspari, que tem
uma opinião diversa da dos editorialistas. Tudo isso para registrar
que a liberdade de expressão dos
colunistas da Folha não é apenas
uma marca, é uma instituição."
RONILSON DE SOUZA LUIZ , colaborador da Universidade Zumbi dos Palmares (São Paulo, SP)
"Para Sartre, o inferno seriam os
outros. A pesquisa Datafolha mostra que, para os brasileiros, racistas
são [quase todos] os outros."
SIMÃO PEDRO MARINHO (Belo Horizonte, MG)
"O editorial "Igualdade distante"
(23/11) expõe a opinião do jornal,
que defende apenas a adoção de políticas universais. O caderno Racismo cita que 53% dos entrevistados
acham que as políticas de cotas são
necessárias, mas humilham. São
duas opiniões com conteúdos equivocados e contraditórios.
Em 1995 e em 2008, este veículo
mostrou, através de pesquisas, o retrato da desigualdade em que vivem
os afrodescendentes no Brasil. Os
homens não são feitos para as leis,
as leis que são feitas para o homem.
Se esse for, e é, o único jeito de corrigir as desigualdades, tem-se que
colocar o peso da lei a favor da promoção da igualdade racial, social e
humana. Bolas! Em 1968, quando
criaram a lei 5.465, que instituiu reserva de vagas de 50% para filhos da
elite rural nos cursos de agronomia
e veterinária, ninguém abriu a boca.
Agora, sobre as cotas, dizem ser
humilhante. Façam-me o favor: humilhante foi a escravidão, a Abolição inconclusa e esse índice de desigualdade que expõe negativamente
o nosso país, obrigado a assinar tratados internacionais de direitos humanos porque nossos jovens negros estão sendo dizimados na periferia urbana. A sociedade brasileira
está atrasada nesse embate político,
porém ele é inevitável. Cada um que
procure seu lado do front."
AURÉLIO AUGUSTO G. DA SILVA (Cuiabá, MT)
Agronegócio
"Em relação ao editorial "Crise no
agronegócio" (19/11), infelizmente a
mídia coloca no mesmo patamar
produtores com realidades diferentes. Produtores como Blairo Maggi
nem deveriam se enquadrar nessa
categoria, pois representam uma
minoria muito poderosa. Apesar de
minoria, é a única parcela do setor
ouvida pela mídia e ao mesmo tempo execrada por "reclamar de barriga cheia". É preciso tratar de forma
distinta os produtores conforme a
sua capacidade de produção, classificando-os em módulos regionais,
definindo um teto e estabelecendo
uma garantia de produção e renda
dentro desses módulos. Por isso
discordamos da solução apresentada no final do editorial. Em vez de
mudanças na arquitetura de crédito, é preciso mudar a arquitetura
política da agricultura para privilegiar a produção e não o capital."
ORSON MUREB JACOB , presidente do Sindicato Rural de Assis (Assis, SP)
Reeleição
"A Folha publicou no dia 22/11
(Brasil) nomes e fotos de sete governadores passíveis de cassação,
na grande maioria dos casos por
abuso de poder político e econômico -pelo uso indevido da máquina
estatal. Fica mais que comprovado
que a invenção da famigerada reeleição pelo PSDB, na época em que
era situação, não funciona, pois favorece, e muito, todos os candidatos à reeleição, independentemente de partido político. O melhor seria que acabassem com este instituto o mais rapidamente possível."
JARBAS DE SOUZA JUNIOR (Assis, SP)
Lavagem
"Lendo o editorial "Lavagem legalizada" (22/11) e autor que sou do
PLS 443/2008, permito-me fazer
os seguintes esclarecimentos:
1. Comecei formular o projeto há
mais de 18 meses, como proposição
oriunda de investigações da CPI
dos Correios, que presidi, e seu texto é fruto de um sem número de
consultas e reuniões com escritórios de advocacia, empresas de auditoria, sistema financeiro, empresários e todos os setores do governo
afetos ao tema, não cabendo a afirmação de que o mesmo foi apresentado agora por oportunismo;
2. O projeto contempla não só
pessoas ou empresas com recursos
no exterior, mas também as que
trabalham e produzem aqui no Brasil, proporcionando a todos o ajuste
de dívidas junto à Receita ou a correção de declaração de renda de
contribuintes em dia com o Fisco;
3. Estão também previstas no
PLS a aplicação de rigorosas regras
de filtragem que evitem internalização de capitais de origem ilegal;
4. O artigo 9º do PLS exclui do rol
de eventuais beneficiários da legislação os detentores de valores obtidos por meio de atividades ilícitas,
como tráfico de drogas, terrorismo,
contrabando ou tráfico de armas,
seqüestro, crimes contra a administração pública, contra o sistema financeiro, praticado por organização criminosa e praticado contra
administração pública estrangeira;
5. Por tratar-se de um projeto
amplo e abrangente, inspirado em
parte no sucesso de sua versão italiana, o "Scudo Fiscale", que em
conjunto com a Operação "Mãos
Limpas" devolveu àquele país cerca
de 63 bilhões de euros, esperamos
que o PLS 443/08 seja democraticamente discutido com todos os
segmentos da sociedade que, certamente, se beneficiarão com os resultados de sua implementação."
DELCÍDIO AMARAL , senador do PT (Brasília, DF)
"Simples e brilhante o editorial
"Lavagem legalizada" (22/11). Didaticamente explica como as vantagens do "caixa dois" de "todo mundo"
podem se transformar em "caixa
um" particular através do beneplácito dos legisladores. Agora sim podemos perceber a postura aparentemente séria de Delcídio Amaral
(PT) nos episódios do mensalão: todo aquele teatro serviu apenas para
subsidiar a formatação de legislação sob medida para mais uma facilidade fiscal. Enquanto isso, outros
petistas passeiam ao largo e cargos
são acomodados aos interesses escusos. Quando isso termina?"
EDUARDO MUZZOLON (Cascavel, PR)
Segurança
É impressionante como, para defender interesses corporativos, o
presidente da OAB-SP desinforma
a opinião pública, passando como
verdadeira mensagem que discrepa
do cotidiano forense (22/11). Ora, a
obrigação de que réus sejam ouvidos pessoalmente pelos magistrados que irão julgá-los simplesmente não existe em nosso sistema jurídico. Aliás, a prevalecer a tese do advogado, o próprio STF estaria violando a Constituição, posto que nenhum dos acusados no processo do
mensalão foi ouvido pelo ministro
Joaquim Barbosa, mas por diversos
juízes de primeira instância que obviamente jamais julgarão o feito."
ALESSANDRO AUGUSTUS ALBERTI (São Paulo, SP)
Folhinha
"Concordo com a opinião da leitora ("Painel do Leitor", 23/11), porém estranho muito que os pequenos leitores que participam do caderno são em grande maioria de escolas particulares de classe média e
classe alta -não me recordo de ver
algum de escola pública. Aumentar
a gama social do público em matérias boas como essas traria uma melhor contribuição aos leitores, que,
antes de mais nada, são crianças
com valores em formação."
MANOEL CARLOS C. ARAUJO (São Paulo, SP)
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