São Paulo, segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PAINEL DO LEITOR

O "Painel do Leitor" recebe colaborações por e-mail (leitor@uol.com.br), fax (0/xx/11/3223-1644) e correio (al.Barão de Limeira, 425, 4º andar, São Paulo-SP, CEP 01202-900). As mensagens devem ser concisas e conter nome completo, endereço e telefone. A Folha se reserva o direito de publicar trechos.

Leia mais cartas na Folha Online
www.folha.com.br/paineldoleitor

Racismo
"Parabéns à Folha pela produção cuidadosa do caderno Racismo (23/11). São 12 páginas esclarecedoras, sem falar do contundente editorial "Igualdade distante", que a meu ver traz ainda a cegueira branca de que fala José Saramago. Porém, páginas à frente, no caderno Brasil, lemos Elio Gaspari, que tem uma opinião diversa da dos editorialistas. Tudo isso para registrar que a liberdade de expressão dos colunistas da Folha não é apenas uma marca, é uma instituição."
RONILSON DE SOUZA LUIZ , colaborador da Universidade Zumbi dos Palmares (São Paulo, SP)

 

"Para Sartre, o inferno seriam os outros. A pesquisa Datafolha mostra que, para os brasileiros, racistas são [quase todos] os outros."
SIMÃO PEDRO MARINHO (Belo Horizonte, MG)

 

"O editorial "Igualdade distante" (23/11) expõe a opinião do jornal, que defende apenas a adoção de políticas universais. O caderno Racismo cita que 53% dos entrevistados acham que as políticas de cotas são necessárias, mas humilham. São duas opiniões com conteúdos equivocados e contraditórios.
Em 1995 e em 2008, este veículo mostrou, através de pesquisas, o retrato da desigualdade em que vivem os afrodescendentes no Brasil. Os homens não são feitos para as leis, as leis que são feitas para o homem.
Se esse for, e é, o único jeito de corrigir as desigualdades, tem-se que colocar o peso da lei a favor da promoção da igualdade racial, social e humana. Bolas! Em 1968, quando criaram a lei 5.465, que instituiu reserva de vagas de 50% para filhos da elite rural nos cursos de agronomia e veterinária, ninguém abriu a boca.
Agora, sobre as cotas, dizem ser humilhante. Façam-me o favor: humilhante foi a escravidão, a Abolição inconclusa e esse índice de desigualdade que expõe negativamente o nosso país, obrigado a assinar tratados internacionais de direitos humanos porque nossos jovens negros estão sendo dizimados na periferia urbana. A sociedade brasileira está atrasada nesse embate político, porém ele é inevitável. Cada um que procure seu lado do front."
AURÉLIO AUGUSTO G. DA SILVA (Cuiabá, MT)

Agronegócio
"Em relação ao editorial "Crise no agronegócio" (19/11), infelizmente a mídia coloca no mesmo patamar produtores com realidades diferentes. Produtores como Blairo Maggi nem deveriam se enquadrar nessa categoria, pois representam uma minoria muito poderosa. Apesar de minoria, é a única parcela do setor ouvida pela mídia e ao mesmo tempo execrada por "reclamar de barriga cheia". É preciso tratar de forma distinta os produtores conforme a sua capacidade de produção, classificando-os em módulos regionais, definindo um teto e estabelecendo uma garantia de produção e renda dentro desses módulos. Por isso discordamos da solução apresentada no final do editorial. Em vez de mudanças na arquitetura de crédito, é preciso mudar a arquitetura política da agricultura para privilegiar a produção e não o capital."
ORSON MUREB JACOB , presidente do Sindicato Rural de Assis (Assis, SP)

Reeleição
"A Folha publicou no dia 22/11 (Brasil) nomes e fotos de sete governadores passíveis de cassação, na grande maioria dos casos por abuso de poder político e econômico -pelo uso indevido da máquina estatal. Fica mais que comprovado que a invenção da famigerada reeleição pelo PSDB, na época em que era situação, não funciona, pois favorece, e muito, todos os candidatos à reeleição, independentemente de partido político. O melhor seria que acabassem com este instituto o mais rapidamente possível."
JARBAS DE SOUZA JUNIOR (Assis, SP)

Lavagem
"Lendo o editorial "Lavagem legalizada" (22/11) e autor que sou do PLS 443/2008, permito-me fazer os seguintes esclarecimentos:
1. Comecei formular o projeto há mais de 18 meses, como proposição oriunda de investigações da CPI dos Correios, que presidi, e seu texto é fruto de um sem número de consultas e reuniões com escritórios de advocacia, empresas de auditoria, sistema financeiro, empresários e todos os setores do governo afetos ao tema, não cabendo a afirmação de que o mesmo foi apresentado agora por oportunismo;
2. O projeto contempla não só pessoas ou empresas com recursos no exterior, mas também as que trabalham e produzem aqui no Brasil, proporcionando a todos o ajuste de dívidas junto à Receita ou a correção de declaração de renda de contribuintes em dia com o Fisco;
3. Estão também previstas no PLS a aplicação de rigorosas regras de filtragem que evitem internalização de capitais de origem ilegal;
4. O artigo 9º do PLS exclui do rol de eventuais beneficiários da legislação os detentores de valores obtidos por meio de atividades ilícitas, como tráfico de drogas, terrorismo, contrabando ou tráfico de armas, seqüestro, crimes contra a administração pública, contra o sistema financeiro, praticado por organização criminosa e praticado contra administração pública estrangeira;
5. Por tratar-se de um projeto amplo e abrangente, inspirado em parte no sucesso de sua versão italiana, o "Scudo Fiscale", que em conjunto com a Operação "Mãos Limpas" devolveu àquele país cerca de 63 bilhões de euros, esperamos que o PLS 443/08 seja democraticamente discutido com todos os segmentos da sociedade que, certamente, se beneficiarão com os resultados de sua implementação."
DELCÍDIO AMARAL , senador do PT (Brasília, DF)

 

"Simples e brilhante o editorial "Lavagem legalizada" (22/11). Didaticamente explica como as vantagens do "caixa dois" de "todo mundo" podem se transformar em "caixa um" particular através do beneplácito dos legisladores. Agora sim podemos perceber a postura aparentemente séria de Delcídio Amaral (PT) nos episódios do mensalão: todo aquele teatro serviu apenas para subsidiar a formatação de legislação sob medida para mais uma facilidade fiscal. Enquanto isso, outros petistas passeiam ao largo e cargos são acomodados aos interesses escusos. Quando isso termina?"
EDUARDO MUZZOLON (Cascavel, PR)

Segurança
É impressionante como, para defender interesses corporativos, o presidente da OAB-SP desinforma a opinião pública, passando como verdadeira mensagem que discrepa do cotidiano forense (22/11). Ora, a obrigação de que réus sejam ouvidos pessoalmente pelos magistrados que irão julgá-los simplesmente não existe em nosso sistema jurídico. Aliás, a prevalecer a tese do advogado, o próprio STF estaria violando a Constituição, posto que nenhum dos acusados no processo do mensalão foi ouvido pelo ministro Joaquim Barbosa, mas por diversos juízes de primeira instância que obviamente jamais julgarão o feito."
ALESSANDRO AUGUSTUS ALBERTI (São Paulo, SP)

Folhinha
"Concordo com a opinião da leitora ("Painel do Leitor", 23/11), porém estranho muito que os pequenos leitores que participam do caderno são em grande maioria de escolas particulares de classe média e classe alta -não me recordo de ver algum de escola pública. Aumentar a gama social do público em matérias boas como essas traria uma melhor contribuição aos leitores, que, antes de mais nada, são crianças com valores em formação."
MANOEL CARLOS C. ARAUJO (São Paulo, SP)

Leia mais cartas na Folha Online
www.folha.com.br/paineldoleitor

Serviço de Atendimento ao Assinante: 0800-775-8080
Grande São Paulo: 0/xx/11 3224-3090
www.cliquefolha.com.br

Ombudsman: 0800-15-9000
ombudsman@uol.com.br
www.folha.com.br/ombudsman


Texto Anterior: Raí Oliveira e Daniela Rodriguez de Castro: Compromisso pela Lei do Aprendiz

Próximo Texto: Erramos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.