São Paulo, quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Bush mais isolado

ACUADO pela popularidade cadente e por um Congresso oposicionista, George W. Bush fez anteontem seu sétimo discurso sobre o estado da União. Não agradou.
Bush bem que tentou destacar pontos consensuais, como o aumento da mistura de etanol na gasolina e novos incentivos à seguridade social. Evitou tocar em questões polêmicas que antes defendia, como a limitação de pesquisas com células-tronco.
Não podia, no entanto, esconder a encrenca em que se meteu no Iraque nem o plano de afundar-se mais no atoleiro, ao despachar 22 mil soldados adicionais para o front, opção rejeitada pela maioria dos americanos.
Pesquisa recém-divulgada pelo jornal "The Washington Post" mostra que Bush tem reprovação de 65%, em larga medida atribuída ao Iraque. Para 48% dos entrevistados, o país árabe é o principal problema da Presidência. Nenhum outro tema chega a dois dígitos. A proposta de reforçar o efetivo é rechaçada por 65%. Pior, 59% -entre os quais significativa proporção de eleitores republicanos- defendem que o Congresso tome medidas para tentar impedir o despacho das brigadas extras.
A chance de Bush contentar o público, pois, já era mínima de saída. A sua fala e a reação que suscitou -o Senado ontem aprovou moção de repúdio ao discurso- reforçam a sensação de que o presidente se tornou precocemente um "lame duck" (pato manco), expressão para designar dirigentes em fim de mandato.
Embora ainda lhe restem dois anos na Casa Branca, é crescente o número de lideranças republicanas que, de olho em 2008, procuram afastar-se de Bush.


Texto Anterior: Editoriais: Falta mercado
Próximo Texto: São Paulo - Clóvis Rossi: Não é ainda caso de suicídio
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.