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Bush mais isolado
ACUADO pela popularidade
cadente e por um Congresso oposicionista,
George W. Bush fez anteontem
seu sétimo discurso sobre o estado da União. Não agradou.
Bush bem que tentou destacar
pontos consensuais, como o aumento da mistura de etanol na
gasolina e novos incentivos à seguridade social. Evitou tocar em
questões polêmicas que antes
defendia, como a limitação de
pesquisas com células-tronco.
Não podia, no entanto, esconder a encrenca em que se meteu
no Iraque nem o plano de afundar-se mais no atoleiro, ao despachar 22 mil soldados adicionais para o front, opção rejeitada
pela maioria dos americanos.
Pesquisa recém-divulgada pelo jornal "The Washington Post"
mostra que Bush tem reprovação de 65%, em larga medida
atribuída ao Iraque. Para 48%
dos entrevistados, o país árabe é
o principal problema da Presidência. Nenhum outro tema chega a dois dígitos. A proposta de
reforçar o efetivo é rechaçada
por 65%. Pior, 59% -entre os
quais significativa proporção de
eleitores republicanos- defendem que o Congresso tome medidas para tentar impedir o despacho das brigadas extras.
A chance de Bush contentar o
público, pois, já era mínima de
saída. A sua fala e a reação que
suscitou -o Senado ontem aprovou moção de repúdio ao discurso- reforçam a sensação de que
o presidente se tornou precocemente um "lame duck" (pato
manco), expressão para designar
dirigentes em fim de mandato.
Embora ainda lhe restem dois
anos na Casa Branca, é crescente
o número de lideranças republicanas que, de olho em 2008, procuram afastar-se de Bush.
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