São Paulo, segunda, 25 de janeiro de 1999

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PAINEL DO LEITOR

Caindo na real

"Se a Folha tem sido, de maneira geral, um ponto de apoio para alguns de nós (aqueles que têm acesso à leitura e à informação) na formação de uma opinião mais real e sólida a respeito dos grandes problemas que a nação brasileira atravessa, mais do que nunca ela assume uma posição fundamental com a entrega ao público leitor do caderno Mais! de ontem.
Nada mais "tranquilizante' do que ler o ensaio de José Luís Fiori, os artigos especiais de Wanderley Guilherme dos Santos, Milton Santos ou Contardo Calligaris, entre outros, um conjunto de idéias que volta a colocar de forma clara e sem titubeios a dolorosa realidade da gestão (?) política a que estamos fadados.
Agradeço, em nome de muitos brasileiros, a oportunidade de ouvir as vozes do Brasil."
Mônica Eustáquio Fonseca (Nova Lima, MG)


Empresários e inflação

"O governo quer propor um pacto aos empresários para evitar a volta da inflação. Nada mais justo, pois com o que eles ganharam de dinheiro enquanto país brincava de Primeiro Mundo dá para ficar muitos anos sem aumentar nada.
Já as dívidas interna e externa, que quintuplicaram em quatro anos, vão ficar para os desempregados e para aquilo que sobrou da classe média.
O país continua privatizando os lucros e socializando os prejuízos, só que de formas cada vez mais elegantes e sofisticadas. Vamos acabar é comendo brioches!"
Hermínio Silva Júnior (São Paulo, SP)


Elio Gaspari
"O "egiptólogo' e "especialista em transportes de massas e vans' Elio Gaspari, em sua coluna de 13/1, atacou o prefeito Celso Pitta usando informações equivocadas, misturadas com má-fé. Ele embarca na velha mentira de que todo político é suspeito, embora seja dever do jornalista esclarecer, e não confundir a opinião pública. O resultado é que no dia seguinte o seu "faraônico' artigo precisou ser corrigido -no próprio título.
Pior que não saber quantas foram as bíblicas "pragas do Egito' é a desinformação que semeia. Ele diz que o prefeito obrigou as lotações a cobrarem mais que os ônibus. Errado. Se tivesse zelo em se informar, poderia ler em documento público ("Diário Oficial' de 8/1) que o prefeito Celso Pitta estabeleceu em decreto tetos máximos de cobrança, de acordo com o itinerário.
O dr. Gaspari diz que em São Paulo há 10 mil peruas, notícia que também deveria merecer um "erramos'. Na verdade são 2.700 as peruas que foram legalizadas pelo prefeito, como alternativa organizada de transporte, com características diferenciadas e mais comodidade. As demais peruas são ilegais, não obedecem a padrões de segurança, não cumprem horários e itinerários e não reconhecem os direitos de idosos e deficientes. Isso a prefeitura não pode admitir.
O dr. Gaspari diz que "aumentar tarifas, para um administrador como ele (Pitta), é coisa banal'. Não é tão simples quanto comparar o reajuste da passagem ao índice de inflação ou deflação do período, mas o dr. Gaspari pode entender: o custo do transporte aumentou porque a produtividade caiu, e isso aconteceu porque as peruas clandestinas invadiram as ruas, pontos e terminais. Os ônibus perderam passageiros porque as lotações irregulares e sem critérios podem cobrar menos. Essa invasão tumultuou o trânsito, diminuiu a velocidade dos ônibus e obrigou a implantação de novos veículos.
Por fim, não resta dúvida de que empresários e prefeitura devem melhorar e muito o transporte público.
As críticas administrativas do dr. Gaspari logo cedem lugar a ataques pessoais contra o prefeito. Requentando casos da época da CPI dos precatórios, não menciona os esclarecimentos feitos pelo prefeito Pitta e não questionados pela Justiça. Também não diz que a Receita Federal devolveu a ele uma quantia que havia sido cobrada a mais em seu Imposto de Renda."
Antenor Braido, secretário de Comunicação Social da Prefeitura de São Paulo (São Paulo, SP)


Críticas a FHC

"Sou leitora assídua da Folha. Há no jornal grandes articulistas. Mas não consigo entender por que agora, só agora, essa avalanche de críticas ao (des)governo FHC. Ora, os problemas são antigos, vêm do primeiro mandato.
Durante a campanha eleitoral, tudo parecia normal, a impressão para o leitor era de que o governo não fora brilhante, havia até críticas amenas, mas que poderia melhorar.
Será que daqui a pouco, ao primeiro acerto do governo, todos esquecerão os erros anteriores? A imprensa deve ter uma linha consciente, coerente ao criticar, para cumprir seu papel, que não é meramente informativo, principalmente quando possui profissionais altamente qualificados."
Maria Auxiliadora Moreira (Goiânia, GO)


Segundo mandato

"Em outubro era FHC ou o caos. Agora temos os dois. Desgraça nunca vem sozinha."
Sergio Reinert (Campinas, SP)


Aniversário de São Paulo

"Querida São Paulo! O amor que sinto por você me obriga a dizer que você tem problemas, ao comemorar seus 445 anos. Nem é uma cidade velha, comparada a outras do mundo. Mas está doente. Precisa de um tratamento. Talvez de uma cirurgia.
E paro de fazer analogias com o ser humano. A cidade está mais para um objeto que deve ser trabalhado pelos homens, buscando qualidade de vida. Diminuir São Paulo para administrá-la melhor. A comunidade tem que participar de sua recuperação. Vamos em frente!"
Eduardo Britto (São Paulo, SP)


Incêndio em Mariana

"Na tarde de quarta-feira, 20/1, a igreja de Nossa Senhora do Carmo, em Mariana (MG), ardeu. Pela TV (pois os jornais praticamente ignoraram o fato) ficou-se sabendo do uso de produtos inflamáveis (querosene), da ausência do Corpo de Bombeiros, entre outros possíveis desmandos.
A Folha não pode se omitir em acompanhar o caso. Nosso sofrido patrimônio histórico pode estar mais ameaçado do que poderíamos imaginar.
Vigilância. É o mínimo que posso exigir do meu jornal diário."
João Luiz Cardoso (São Paulo, SP)


Fla-Flu

"Fiquei decepcionado com a cobertura do clássico carioca Fla-Flu, na semana passada, que ficou reduzido a uma operação de marketing no noticiário do jornal. Foram oito gols marcados, mais duas jogadas que resultaram em gols invalidadas erradamente e um pênalti perdido. Foi muito futebol para a Folha desprezar nas páginas de Esporte."
Alessandro Atanes (Cuiabá, MT)


Igreja
"A igreja como um todo está se esvaziando por falta de verdadeiros e autênticos pastores. Há mais interesse pecuniário do que o de salvar almas sedentas do amor de Cristo.
Felizmente, é preciso ressaltar nos dias de hoje o talento do padre Marcelo Rossi, que está atraindo milhares de fiéis e resgatando a imagem da Igreja Católica no Brasil. Para melhores resultados, o seu trabalho deveria ser tomado como exemplo por outras autoridades eclesiásticas. Os dirigentes da Igreja Católica Maronita em São Paulo, por exemplo, deveriam seguir os passos do padre Marcelo Rossi, descerrando a barreira do autoritarismo que impera em sua paróquia, cada vez menos frequentada e mais abandonada."
Mário Risk (São Paulo, SP)



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