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PAINEL DO LEITOR
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Gay Talese
"A entrevista de Daniel Bergamasco com Gay Talese está maravilhosa! Serve de mote para refletirmos sobre o comportamento da mídia e do eleitor e, já que estamos em
ano eleitoral, ficam as perguntas:
deveremos investigar o "curriculum
sexual" dos candidatos, ficar de olho
na promiscuidade dos partidos ou
olhar com lupa a folha de serviços
prestados pelos candidatos? Reclamar depois pode ser tarde demais."
SILVANA SILVA (São Paulo, SP)
Dengue
"A epidemia de dengue no Rio pode estender-se para qualquer lugar,
principalmente para a metrópole
paulistana. É surpreendente como
o serviço público de saúde tem dificuldade para tratar do assunto por
total incapacidade de diagnosticar a
doença. Em fevereiro fui acometido
de enorme mal-estar após viajar a
Ubatuba, mas o pronto-socorro do
Hospital Geral da Pedreira, na capital, não teve a menor condição de
fazer o diagnóstico, ficando apenas
na suspeita: exame de sangue não
poderia ser feito, porque teria de ser
mandado para análise fora, e isso é
complicado. Acho que à população
resta rezar muito para que o mosquito Aedes aegypti seja condescendente, já que ninguém consegue
detectar os efeitos de suas picadas."
ANTONIO DO VALE (São Paulo, SP)
Desmatamento em SP
"Li com tristeza a reportagem sobre a devastação da última grande
área verde do Alto da Boa Vista. Durante anos lutamos para que a prefeitura desapropriasse a área para
criar um parque público que seria
um dos maiores da zona sul da capital. Em vão! Em detrimento do interesse público, mansões de alto luxo
serão construídas para desfrute de
poucos. Os acordos firmados pela
prefeitura são "para inglês ver':
quem garante que árvores serão
realmente plantadas nos cafundós
da capital, em compensação àquelas que foram derrubadas no Alto da
Boa Vista? E há compensação possível? Estão de parabéns os predadores imobiliários; desta vez eles
-e mais alguém- ganharam!"
ELIAS DA COSTA LIMA (São Paulo, SP)
"É útil insistir sobre alguns pontos da reportagem de 23/3 que não
ficaram claros e podem causar interpretações distorcidas. Dos três
casos citados, dois são de 2004 (governo anterior) e seguiram a portaria em vigor na época. Com nossas
normas atuais eles não teriam a licença daquele jeito. A reportagem
generaliza o ocorrido em um Termo de Compensação Ambiental de
2004 para o conjunto das autorizações de manejo no município de
São Paulo de 2005 para cá. Porém
nós temos que respeitar a legalidade e legitimidade de governos anteriores em firmar documento deste
tipo. Quanto ao outro caso, de 2006,
já se vê que as condições e exigências são outras, muito mais rigorosas. Nossa portaria de 2005 já evoluiu e a sua versão 2008 é mais precisa e exigente. Quanto aos especialistas citados, convidamos a conhecer os dados completos na secretaria para que possam ter uma visão
mais abrangente e ver que no período 2005/2008 a cobertura vegetal
nos empreendimentos públicos e
privados aumentou em vez de diminuir. As fotos aéreas apresentadas
não demonstram o trabalho realizado pela secretaria desde 2005."
EDUARDO JORGE, secretário municipal do Verde e
do Meio Ambiente de São Paulo (São Paulo, SP)
CARTA REGISTRADA
"A aliança PT-PSDB em Minas é a
demonstração de que os atuais governantes só têm projetos pessoais
de permanência no poder, e não de
políticas públicas distintas."
EDUARDO NEPOMUCENO DE SOUSA (Belo Horizonte, MG)
Carros oficiais
"No dia 14/2, a jornalista Andreza
Matais me telefonou pedindo informações sobre a utilização de um
carro oficial da Presidência que, no
dia 11/2, conduziu Marco Aurélio
Garcia a um restaurante de Brasília.
Informada de que o professor teve
um almoço de trabalho com o ex-ministro Roberto Amaral, diretor-geral da empresa Alcântara Cyclone Space, a jornalista relatou que o
veículo foi seguido pela Folha e,
após o almoço, rumou para endereço residencial na Asa Sul. Perguntou então as razões do deslocamento, tendo-lhe sido esclarecido que
se tratava da residência do assessor
e, em função da antecipação da viagem do presidente Lula à Guiana
Francesa, ele passara em casa para
fazer as malas. Fiquei estarrecido
com a abordagem do caso em matéria da Folha ("Carros da União circulam sem identificação", 19/3). A
jornalista tinha todas as informações sobre o ocorrido. O texto, no
entanto, induz o leitor a uma interpretação maldosa e equivocada."
BRUNO GASPAR, assessoria de política externa da
Presidência da República (Brasília, DF)
Nota da Redação - A reportagem
não disse que o motivo do deslocamento foi irregular, e sim o
uso de carro oficial sem a identificação.
Suicídio
"Pouquíssimo tempo depois de
vermos um coronel austero ser tirado de circulação pelos esquemas
criminais que dominam São Paulo,
querem que acreditemos que o homem envolvido com uma carga de
1,2 tonelada de cocaína tenha se
matado com talheres de plástico
dentro da prisão. Perdão, mas assim
os humoristas ficarão desempregados. Lembro-me das circunstâncias
nebulosas que envolveram o assassinato do governador acreano Edmundo Pinto e o do seqüestrador
Fernando Dutra Pinto, que morreu
com problemas digestivos e respiratórios numa cadeia local."
RICARDO PASSOLI (São Paulo, SP)
Crise no PSDB
"Alguns tucanos tentam a todo
custo impedir que Geraldo Alckmin
saia candidato à Prefeitura de São
Paulo. Pouco importam os 40 milhões de votos que ele conquistou
sozinho, sua experiência administrativa e muito menos sua fidelidade partidária: o que vale são os mais
de 300 cargos de confiança que esses "probos" emplumados controlam na atual administração. O paulistano saberá, no devido momento,
diferenciar o milho do piruá."
DAVID NETO (São Paulo, SP)
"A sra. Rosângela Gallucci em sua
defesa da candidatura Alckmin esquece o principal: em 2006 Serra
era o favorito, mas Alckmin ganhou
no tapetão e perdeu na eleição. Sua
avaliação positiva era apenas reflexo do governo Covas, este sim memorável. Agora Alckmin se presta
ao papel de ser pilotado pelo Aécio e
pelo PT para espalhar a cisão nas
hostes do PSDB. Sorte da Marta."
AGNELO ROSSI (São Paulo, SP)
Itaipu
"O editorial "Itaipu vai às urnas"
(23/3) aborda a pretensão do presidenciável paraguaio Fernando Lugo de rever o tratado de Itaipu. O
que se tem que fazer é aproveitar o
momento eleitoral daquele país,
que escolherá seu presidente em
abril, para discutir com ele não só as
questões ligadas à produção de
energia elétrica, mas também ao
contrabando e ao narcotráfico. Nós,
de Foz do Iguaçu, que somos uma
das portas de entrada de tais produtos no Brasil, agradeceríamos muito se houvesse tal iniciativa por parte do governo brasileiro."
JOSÉ ELIAS AIEX NETO (Foz do Iguaçu, PR)
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