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RUY CASTRO
Brincando de Facebook
RIO DE JANEIRO - Há dias venho recebendo mensagens de pessoas convidando a que me registre
em algo chamado Facebook para
"me tornar amigo" delas. A maioria
é de gente que não conheço, nem
identifiquei pelo retratinho 3 x 4
que acompanha a mensagem. Como vivo desconfiado quanto às novidades da internet, temo que seja
mais uma pegadinha para me plantar um vírus e arruinar o meu, com
todo respeito, disco rígido.
Mas outras mensagens vêm de
amigos próximos e ocasionais, antigos colegas de faculdade ou de jornal e até uma ex-namorada. Como
não sabia que estava rompido com
algum deles, não entendo por que,
de repente, essa ânsia a que eu "me
torne amigo" deles. E, no caso, para
que me registrar no Facebook? Não
basta pegar o telefone ou mandar
um convencional e-mail reafirmando a amizade?
Não. Estudando melhor a proposta, descubro que, registrando-me no Facebook, posso "manter
contato com amigos, partilhar fotos
ou criar meu próprio perfil". Eba!
Como pude viver até hoje sem essas
facilidades? Até então, para "manter contato com amigos", eu tinha
de descer do prédio, atravessar a
rua e encontrar os ditos amigos na
praia ou no botequim. O Facebook
me livrará dessas práticas toscas.
Em outro parágrafo, o Facebook
me convida a "criar uma conta pessoal". Mas adverte que, se eu "estiver aqui para representar uma banda, negócios ou produtos", devo
primeiro "criar uma página do Facebook". Aí já não gostei. Não "estou aqui" para representar uma
banda, seja o que isso signifique, e
evito fazer negócios com amigos
que acabei de adquirir no Facebook, mesmo que já sejam íntimos
e de outros Carnavais.
Se entrar para o Facebook, prometo não representar bandas, nem
fazer negócios ou oferecer produtos, e brincar todos os dias de partilhar fotos com meus amiguinhos.
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