UOL




São Paulo, quarta-feira, 25 de junho de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PAINEL DO LEITOR

Ibirapuera
"Como paulistano e amante das obras de arte, manifesto-me contrariamente à mediocridade envolvida na construção do auditório do Ibirapuera. O que diria Michelângelo se suas obras fossem questionadas pelas autoridades quanto aos prejuízos causados pela extração de blocos de mármore das jazidas de Carrara?"
Francisco Santamaria (São Paulo, SP)

 

"Oscar Niemeyer termina seu artigo sobre o parque Ibirapuera ("O auditório do Ibirapuera", "Tendências/Debates", pág. A3, 23/6) conclamando o povo de São Paulo a se manifestar. Como cidadão desta cidade, digo que os rabiscos por ele apresentados não são nada mais do que rabiscos. O parque Ibirapuera é um oásis dentro da cidade, e despejar mais concreto sobre o verde não vai melhorar em nada a experiência dos frequentadores. Apenas servirá para aumentar o portfólio e a vaidade do autor. Basta de aberrações como o Memorial da América Latina -que é apenas um mar de concreto com raríssimas árvores. Basta de obras que não refletem as necessidades e as vontades do paulistano."
Eduardo da Silva Ramos Mauro (São Paulo, SP)

 

"Parabéns ao grande Oscar Niemeyer por sua lucidez, por sua coragem e por seus princípios. Aos 93 anos, o nosso grande arquiteto continua firme, lutando por seus ideais e por um mundo melhor. Ao defender as reformas no parque Ibirapuera e ao afirmar que "a vida é mais importante que a arquitetura" ele nos dá uma verdadeira aula de vida, de cidadania e de humanismo."
Renato Khair (São Paulo, SP)

 

"Os que se opõem à construção do auditório no parque Ibirapuera deveriam envergonhar-se por usar uma justificativa tão pueril e tão sem base como essa da permeabilidade do solo em uma cidade como São Paulo. Melhor fariam se, tranquilamente e em silêncio, respeitassem o projeto original e optassem pela beleza do desenho do arquiteto Oscar Niemeyer."
Ciro Pirondi, arquiteto e diretor da Escola da Cidade (São Paulo, SP)


Limites
"Todos precisam contribuir, aceitando uma certa dose de sacrifício. Que emocionante! Que sentimental! Li anteontem no jornal que, no estudo que está no Congresso Nacional sobre a reforma da Previdência, o teto de aposentadoria para os políticos será de nada menos que R$ 17 mil. Pergunto: para quem é o limite de R$ 2.400? Para o juiz, para o professor, para o médico?"
Maria Aparecida de Azevedo Nunes (São Paulo, SP)


Juros e inflação
"O governo só baixará os juros se a inflação ceder. Mas continua autorizando aumentos extorsivos para a energia elétrica, para a telefonia, para a água, para o pedágio e para os combustíveis, ou seja, joga gasolina na fogueira da inflação enquanto foge dos aumentos salariais como o Diabo foge da cruz. Será que nossos filhos conseguirão, um dia, viver num Brasil livre do cinismo, da hipocrisia e da desfaçatez? País maldito este nosso!"
Silvio de Barros Pinheiro (Santos, SP)


Fim de mandato
"É com chave de ouro que o procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, encerra o seu lúgubre mandato ("Investigação sobre ACM é arquivada", Brasil, pág. A4, 24/6). A menos de uma semana de sua despedida à frente da procuradoria, ele mandou arquivar, por falta de provas, a denúncia de grampo telefônico contra ACM -mesmo com todos os indícios existentes e até mesmo com uma confissão gravada por um repórter. É um fato triste, que confirma o título de "engavetador-geral" da República que carregou nestes anos todos."
Daniel Rocha (São Paulo, SP)


Armas
"Novamente a polêmica sobre o porte de armas. Deve-se permitir a compra e o porte pelo cidadão honesto -depois de ele ser submetido a diversas provas- ou proíbem-se definitivamente a compra e o porte? Como bandido não compra arma em loja, creio que a discussão se esvazie. O ideal seria a estatização das fábricas de armas existentes no país. Elas funcionariam apenas para fabricar armas para as polícias e para as Forças Armadas. Aí alguns diriam: "Mas os bandidos comprariam pelo contrabando". Sim, porque a lei que pune o porte e o contrabando é leve -as penas são brandas. Coloquem-se 30 anos de cadeia pelo porte ilegal e pelo contrabando e veremos se alguém tem coragem de andar armado sem porte ou de contrabandear armas. E, se um policial, civil ou militar, fornecer armamento a bandidos: 60 anos."
Antonio Carlos Ciccone (São Paulo, SP)


Mercosul
"A diplomacia brasileira erra ao dar prioridade ao Mercosul na sua forma atual. Nenhum dos três sócios tem necessidade de uma TEC (Tarifa Externa Comum) acoplada a uma política industrial. Mesmo a Argentina não tem e não pode ter uma ambição tecnológica. É absurdo submeter um país continental e atualmente o único pólo inovador da América Latina à estratégia do Paraguai, do Uruguai e da Argentina. O Mercosul foi criado no modelo da UE e não é adaptado às necessidades do país. A política externa do Brasil não deve limitar-se à busca de mercados, mas, sim, procurar sinergia econômica a fim de potencializar o desenvolvimento do país. Sem uma estratégia adequada na política externa, o desenvolvimento do país fica limitado. Se o país realizar as suas legítimas ambições de desenvolvimento, aí sim toda a América do Sul o seguirá naturalmente."
Charles Rebetez (Genebra, Suíça)


Ilustrada
"Adorei a volta da Ilustrada aos domingos. Ela tem mais conteúdo que o TV Folha e, o que é melhor, continua com reportagens sobre as artes em geral. Antes, nem costumava abrir o TV Folha, pois não me interesso por resumo de capítulos de novelas e por bastidores de TV -muito menos pela vida de artistas. A Ilustrada fazia falta nesse dia. Creio que a Ilustrada aos domingos também esteja agradando a quem se interessa por TV, pois também tem reportagens sobre o assunto."
Ângela de Andrade (São Paulo, SP)


Dias contados
"Muito oportuna a reportagem "Terceirização cresce e atinge altos salários", da repórter Érica Fraga (Dinheiro, pág. B3, 23/6). No texto, pode-se atestar o que vários autores modernos dizem em suas obras sobre os efeitos da globalização: o conceito de emprego formal está com os dias contados. O alto custo do empregado -devido aos impostos e aos direitos trabalhistas- impõe a terceirização como a única solução para o empreendedor que deseja reduzir custos e manter-se no mercado. Diante disso, as universidades devem estar atentas a essa radical mudança conceitual. Precisam deixar de formar em seus cursos apenas "bons empregados" (o mercado já está saturado) e passar a entregar à sociedade jovens empreendedores com sólida formação para esse fim. Esses novos empresários serão "empregadores" e, por possuírem formação adequada, terão grandes chances de sucesso e poderão contribuir para o desenvolvimento econômico e social, oferecendo novos postos de trabalho à sociedade. O Brasil é campeão em empreendedorismo, porém 80% das novas empresas fecham com menos de cinco anos de atividade -devido ao despreparo de seus proprietários. Daí o novo desafio para os cursos superiores."
Luis Carlos Ferreira (São Paulo, SP)


Texto Anterior: José Afonso da Silva e Marco Vinício Petrelluzzi: Mário Covas e a segurança pública

Próximo Texto: Erramos
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.