São Paulo, sexta-feira, 25 de junho de 2004

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PAINEL DO LEITOR

Dívida municipal
"O editorial "Bomba-relógio" (Opinião, pág. A2, 23/6) faz avaliação equivocada do endividamento do município. Cita que a elevação da dívida da cidade aconteceu pela não-amortização de 20% em 2002, ignorando que ela foi contraída com os gastos irresponsáveis dos prefeitos que antecederam Marta Suplicy e que cresceu com a política de juros escorchantes estabelecida na gestão de Fernando Henrique Cardoso. Com a política de juros do PSDB na Presidência, a dívida da cidade passou de R$ 7,3 bilhões no início de 1995 para R$ 24,7 bilhões em 2002. Se a administração tivesse "optado" pela amortização da dívida, teria tido de desembolsar na época R$ 3,1 bilhões de um orçamento de R$ 9,4 bilhões. Sem contar o investimento obrigatório de 31% em educação (R$ 2,5 bilhões em 2002), os 15% em saúde (R$ 1,1 bilhões) e também o gasto de 13% do total da receita para o pagamento da dívida, o município teve R$ 4,7 bilhões para dar conta do transporte público, da manutenção e limpeza urbana e do pagamento dos funcionários, entre todos os investimentos realizados no ano de 2002. Não há como supor que esta administração teria condições reais de pagar R$ 3 bilhões em amortização, pois isso implicaria o colapso de serviços públicos essenciais. Além disso, a cidade não poderia, por exemplo, contar com os sete piscinões construídos para combater as enchentes ou com o recapeamento dos grandes corredores viários. A bomba-relógio a que se refere o editorial não foi "armada" pela gestão de Marta Suplicy. Ao contrário, ela tem sido desarmada a cada dia. Isso, apesar da irresponsável renegociação da dívida feita na gestão passada, que levou a uma sangria de 13% de toda a arrecadação."
Sonia Franieck, secretária de Comunicação e Informação Social da Prefeitura de São Paulo (São Paulo, SP)

Nota da Redação - Diferentemente do que diz a missivista, o editorial afirmou que a dívida da Prefeitura de São Paulo já se revelara virtualmente impagável na gestão de Celso Pitta. Isso, no entanto, não exime a prefeita Marta Suplicy de suas responsabilidades.

Defensoria
"Parabenizamos o grande serviço público prestado pela reportagem "Sem defensoria, SP atende menos carentes" (Cotidiano, pág. C1, 23/6). Tal iniciativa bem demonstra quanto está sintonizado este jornal com os mais justos e altos reclamos da população de um dos Estados mais ricos da nação, que, possuindo tantos carentes, é, num paradoxo, um dos três que ainda não criaram a sua defensoria, descumprindo o que há 15 anos determinou a Constituição Federal. Aliás, esse atraso de 15 anos, por si só injustificável, exigiria rapidez na criação da Defensoria de São Paulo, com o claro intuito de instituir a melhor defensoria do país, e não "no mínimo para respeitar a Constituição", como constou de citação contida na reportagem. Por conhecermos o anteprojeto de lei orgânica da Defensoria de São Paulo e por há muito tempo lutarmos para a sua criação, desejamos que possa logo o povo de São Paulo ter a sua defensoria, obra inadiável e imprescindível."
Marcelo de Menezes Bustamante, defensor público geral da Defensoria Pública do Rio De Janeiro, e mais seis signatários (Rio de Janeiro, RJ)

Dieta
"Gostaria de parabenizar a Folha pela publicação da reportagem "Dieta sem carboidrato eleva risco de doenças" (Mundo, pág. A16, 24/6) e acrescentar ao parecer dos colegas entrevistados que não há benefício em dieta nenhuma se o estilo de vida não for alterado de forma consciente. A queima de calorias associada ao exercício físico é fundamental para a manutenção do peso. Dieta sem um programa de queima calórica não traz benefício nenhum. Estudos bem elaborados, que compararam "dieta", "medicação e dieta" e "dieta e exercício", mostraram que esta última associação revelou-se a mais eficaz para manter a qualidade de vida."
Antonio José Sproesser Jr., médico (São Paulo, SP)

Propinoduto
"Fiquei estupefato ao saber que o ministro Marco Aurélio mandou soltar da prisão os fiscais corruptos do caso "Propinoduto", presos por terem desviado cerca de US$ 30 milhões dos cofres públicos. Acho óbvio que todos vão sumir para gozar a fortuna roubada, assim como aconteceu com Cacciola. É mais um tapa na cara do sofrido povo brasileiro. Diante dessa decisão, para que seja feita justiça, o Supremo Tribunal Federal deveria imediatamente mandar libertar todos os ladrões que se encontram presos hoje por todo o país. Tenho certeza de que nenhum deles roubou nem a centésima parte daquela importância."
Martônio Ribeiro (Ribeirão Preto, SP)

Igreja
"Gostaria de manifestar meu total descontentamento com a coluna do senhor Bernardo Carvalho na Ilustrada de 22/6 ("Liturgia do medo'). Nela, o autor generaliza todas as igrejas evangélicas e todos os evangélicos por uma única experiência inusitada que teve. Sou membro de uma Igreja Batista há mais de dez anos, já visitei várias igrejas do Brasil e nunca passei por uma situação semelhante -pelo contrário-, o que tenho visto é a contribuição dessas entidades em programas sociais, no tratamento de drogados e, principalmente, na busca de soluções para problemas relacionados à alma do homem. Os evangélicos não são uma subclasse social, pois temos várias pessoas bem-sucedidas profissionalmente em nosso meio, como médicos, industriários, governadores etc."
Benedito de Araújo (Caçapava, SP)

Iguape
"Felicito a Folha pela excelente reportagem sobre o estado crítico do patrimônio histórico de Iguape ("Iguape vê conjunto histórico virar ruína", Cotidiano, 20/6). Mas gostaria de, como parte citada, fazer alguns esclarecimentos. O Conselho do Patrimônio Histórico de Iguape foi instalado em 2002, formado por nove cidadãos. Durante um ano, reuniu-se mensalmente. As suas decisões e reivindicações foram protocoladas na prefeitura e até hoje não obtiveram respostas. O prefeito afirma que o "conselho tomou outro rumo", informação inverídica, pois ele está ciente de que o conselho deixou de se reunir em 2003 por não ter as suas solicitações atendidas. Também é inverídica a afirmação de que me colocou no Conselho para ajudá-lo e que eu me teria voltado contra ele. Jamais fui contra o prefeito. Apenas, como presidente do conselho, cobrei dele o que manda a lei."
Roberto Fortes, historiador (Iguape, SP)

Prefeitura
"O texto "Será difícil ajustar dívida à lei, diz secretário" (Cotidiano, 21/4) só dá a versão da atual administração sobre as finanças da cidade. Faltou informar algumas coisas ao leitor: 1) que o PT é responsável por 50% da dívida da cidade por títulos emitidos na gestão de Luiza Erundina (89 a 92), 2) que, nos dois primeiros meses de governo -janeiro e fevereiro de 2001-, a prefeita já tinha quase R$ 1 bilhão em caixa, dinheiro proveniente do superávit orçamentário deixado pela gestão do prefeito Celso Pitta, 3) que nenhum Estado ou município conseguiu renegociar sua dívida com o governo federal em condições tão boas e vantajosas como as que foram conseguidas por Pitta e 4) que a prefeita só está fazendo obras na cidade por causa dos empréstimos que Pitta conseguiu na renegociação da dívida. Foram R$ 750 milhões do BNDES para o setor de transportes e mais US$ 100 milhões do BID para a revitalização do centro."
Antenor Braido, secretário de Comunicação da gestão Celso Pitta (São Paulo, SP)


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