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Os rumos da capital
A PROPOSTA do prefeito Gilberto Kassab (DEM) para
a revisão do Plano Diretor
Estratégico da cidade de São
Paulo está sendo submetida a audiências públicas e levanta debate sobre quais devem ser as bases
para a política urbana municipal.
A revisão já era prevista pelo
próprio Plano Diretor em vigência, elaborado em 2002, e deveria
ter ocorrido em 2006. Uma primeira tentativa do governo de
elaborar as modificações foi
abortada, em 2007, após denúncia do Ministério Público sobre
irregularidades no projeto.
A nova proposta contempla
com maior ênfase pontos cuja
discussão pública se tornou mais
frequente nos últimos anos. Propõe uma política ambiental mais
ampla, que estimule o uso de tecnologias limpas. Também contempla a padronização das calçadas não só nos termos atuais de
segurança e conforto mas também para "garantir maior acessibilidade e mobilidade".
Em outros pontos, a proposta
talvez mereça reflexão mais cuidadosa. Exclui um inciso sobre a
prioridade à população de baixa
renda na política habitacional e
remove menção ao Bilhete Único -essencial para o sistema de
corredores e para a melhoria do
transporte coletivo, decerto ainda talhado de problemas.
Minorar possíveis efeitos predatórios da infiltração de interesses do setor imobiliário na
Câmara, de resto não exatamente recente, faz-se necessário. É
preciso ainda pensar não só em
termos de crescimento -novos
prédios, novas vias- mas também de reaproveitamento de
áreas degradadas da cidade.
Nada obriga a prefeitura a acatar sugestões das audiências públicas; 36 delas ainda devem
ocorrer. As partes interessadas,
porém, não devem se eximir de
participar. O ideal é que a discussão se distancie das paixões ideológicas para que a cidade defina
da melhor maneira possível seus
rumos para os próximos anos.
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