São Paulo, quinta-feira, 25 de julho de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Palestina
"A foto do bebê palestino estampada na Primeira Página de ontem é um doloroso exemplo de como a barbárie humana ainda corre solta por essa maltratada terra. A tecnologia, que poderia salvar, é empregada cada vez mais na indústria da morte. Será possível que árabes e judeus passarão o resto de suas vidas matando-se? E ONU e companhia? Ficarão apenas olhando os massacres de ambos os lados? Enquanto as lideranças mundiais discutem o que fazer, o futuro vai morrendo no presente.Tanto o primeiro-ministro Ariel Sharon quanto os guerrilheiros do Hamas são culpados. Culpados de roubar o futuro daquela criança."
Wilton José Marques (Campinas, SP)

Candidatos
"Se promessas resolvessem e se houvesse como formar um quarteto de presidentes, o brasileiro poderia ficar tranquilo, pois alguns dos graves problemas nacionais, como emprego, habitação e salário, estariam resolvidos. Enquanto o primeiro colocado nas pesquisas acena com a possibilidade de criar 10 milhões de empregos, o segundo fala na construção de 300 mil casas anuais e o terceiro, ainda mais ousado, promete 1,5 milhão de casas/ano. Quanto ao salário do brasileiro, o quarto colocado já fala em dobrá-lo nos seus dois primeiros anos de governo. São promessas, meras promessas, mas todos eles seguem um axioma que já se tornou histórico: quem não promete nem vende ilusão não compete nem ganha eleição."
Ayres Pereira Filho (Campinas, SP)

"O dólar não pára de subir e a situação econômica não é das melhores. Antes, a desculpa era a candidatura Lula. E agora, com Ciro Gomes subindo nas pesquisas, o motivo continua sendo o quadro sucessório?"
Alexandre Ogusuku (Sorocaba, SP)

Qualidade de vida
"Li ontem na Primeira Página da Folha: "Melhora qualidade de vida no país, mas desigualdade cresce". Gostaria de entender se melhora para os 53 milhões de brasileiros vivendo abaixo da linha de pobreza (segundo a ONU), para os subempregados, ganhando menos do que o salário mínimo, ou para os executivos, que ganham US$ 20 mil por mês?"
Luiz Nogueira (São Paulo, SP)

Malan
"No dia 16, a Folha publicou uma declaração do ministro da Fazenda, Pedro Malan, afirmando que "balanço no país não é maquiado", a propósito das fraudes que vêm ocorrendo em grandes empresas americanas e isentando o Brasil de tal prática. O que me causou espécie foi o fato de a Folha aceitar tal declaração sem qualquer comentário, já que se sabe que maquiar (ou fraudar, como queiram) balanço no Brasil é a regra."
Raimundo Nonato Cavalcante (Fortaleza, CE)

Risco Morgan
Parabéns a Clóvis Rossi por sua coluna "O risco Morgan" (Opinião, pág. A2, 24/ 7). Ele é um dos poucos articulistas da mídia que se revoltam contra a postura arrogante, antiética e não desprovida de interesses econômicos que caracteriza o constante bombardeio da credibilidade da economia brasileira, através da divulgação do "risco-país" pelo banco JP Morgan -que agora se sabe, envolveu-se em negociatas um tanto arriscadas. Esse banco nada escrupuloso gera desconfiança em possíveis investidores e insegurança na população brasileira. O pior é que alguns políticos que se proclamam defensores dos interesses nacionais se utilizam do risco-país para a desestabilização política atual, com claros interesses eleitoreiros."
Leonardo Fantinato Menegon (Campinas, SP)

Antes de ler o artigo de Clóvis Rossi ontem, na pág. A2, o que faço todos os dias, li na Primeira Página o seguinte: "O risco-país subiu 5%, para 1.700 pontos, após o banco de investimentos JP Morgan baixar a recomendação de títulos brasileiros". Pensei: que raios de recomendação séria pode dar uma instituição que participa de fraudes? Que moral tem esse banco? Aí cheguei a uma trágica conclusão (imoral): o que é o risco-país? É o acréscimo à taxa de juros básica que os países devem pagar por seus empréstimos. Eureka! Está aí a resposta: eles elevam a taxa-risco e o Brasil tem de pagar juros mais elevados por seus empréstimos para compensar as perdas que esses bancos tiveram com as Enron da vida. Mais uma vez estamos sendo condenados a pagar a conta por erros (ou fraudes) dos outros."
Francisco Bueno (São Paulo, SP)

Sinapse
"Senti-me criança como a Dionéia, do colunista Rubem Alves, com os olhos embevecidos de curiosidade a cada página que li do magnífico caderno. Fui tomada por um fascínio ímpar e concluí que a escola, apesar de tudo, não estrangulou os meus saberes ou me deixou deformada. Foi preciso apenas que tivessem a competência que tiveram para que eu me sentisse criança novamente, diante de tanto conhecimento e de deslumbre por tudo que foi dito no suplemento."
Aline Ahmad (Guarulhos, SP)

"Sinto ter que manifestar minha decepção com o caderno Sinapse justamente pela reportagem de abertura. Desculpem-me se digo algo que vocês já sabem, mas é necessário fazer a distinção entre educação e adestramento profissionalizante. E deixar essa distinção clara para os leitores jovens. Vocês, ao transcreverem opiniões de seus entrevistados, sem nenhum conteúdo analítico, criam a falsa idéia de que estudar não é necessário. Hoje, quando o diploma de fato não garante emprego, essa idéia é letal para a motivação de um jovem estudante.
Antonio Cesar Amaru Maximiano (São Paulo, SP)

Padre Vaz
"Parabenizo o professor Candido Mendes pela linda homenagem ao padre Vaz, publicada, no dia 23 de julho ("Tendências/Debates", pág A3), em inequívoca demonstração do bom jornalismo. Como estudante da UFMG, universidade em que o jesuíta foi professor titular de filosofia, não posso deixar de me manifestar no sentido de que, fosse o Brasil um país interessado pelo conhecimento, a morte de Henrique Cláudio Lima Vaz seria motivo de comoção nacional. Confesso que, com a morte de padre Vaz, chego a sentir saudades do futuro."
Osvaldo Alves de Castro Filho (Belo Horizonte, MG)



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