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São Paulo, segunda-feira, 25 de agosto de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Governo Lula
"Desculpe-me o leitor Alvaci Fochi ("Painel do Leitor" de ontem, página A3), mas suas críticas à Folha e, principalmente, às análises sempre pertinentes de Eliane Cantanhêde não procedem. Lula será reconhecido depois que fizer aquilo que se propôs a fazer -e que foi o motivo pelo qual votei nele, até a contragosto, para não votar no pior. Falar de improviso não significa que não tenhamos elaborado o que dizer antes do discurso."
Paulo Marcos Gomes Lustoza (Rio de Janeiro, RJ)
 

"Ainda não havia lido um texto tão convincente e realista quanto o de Clóvis Rossi em sua coluna de anteontem ("Haja paciência", Opinião, pág, A2). A definição das metáforas do Lula presidente vem ao encontro do que eu sempre pensei dele: eterno "palanqueiro" e humorista sem a menor graça. Rossi é o que há de melhor entre os críticos da Folha e é o que fala por todos nós, os que estão à espera de uma ação governamental séria."
Dartagnan G. Lagos (Paranaguá, PR)

Deus e as guerras
"Sendo Deus amor, tolerância, generosidade, perdão, respeito às diferenças e um Ser uno, a que outro deus se referem americanos, árabes, israelenses e alguns outros povos? Creio que Deus, sendo indivisível, está sofrendo "esquartejamento" por interesses mesquinhos e por homens que levantam o Seu santo nome em vão, tentando justificar guerras falsamente santas. Senhores da guerra, deixem Deus fora dessa selvageria."
Ângela Luiza S. Bonacci (Pindamonhangaba, SP)

Reforma da Previdência
"Foi corajosa e esclarecedora a entrevista da Folha com o respeitado advogado Fábio Konder Comparato (Brasil, página A12 de 18 de agosto).
O que mais chamou a atenção foi sua resposta em relação à reforma da Previdência: "Alguns pontos do texto aprovado na Câmara são perdidamente inconstitucionais. (...) Mais importante, a Previdência é um direito fundamental. Não se pode mexer com isso como se faz com os juros. E a reforma, como o próprio governo acabou por reconhecer, não foi feita para melhorar a situação de quem depende da Previdência Social. Foi feita para melhorar a situação de caixa".
Portanto, a "festa" que acabamos de ver (Executivo, Legislativo e mídia, sem exceção) com a aprovação da taxação dos inativos e pensionistas, além de ser um desrespeito à Carta Magna, por afrontar direitos adquiridos, retrata bem o espírito sádico do brasileiro, capaz de satisfazer-se com a desgraça do próximo.
É triste saber que outros advogados do mesmo gabarito preferiram se omitir, em vez de sair em defesa dos direitos dos nossos idosos e da nossa Constituição, que deve ser respeitada por todos."
Maria Márcia Gabrielli França (Vinhedo, SP)

Reforma tributária
"Com a queda da taxa de juros em 2,5 pontos percentuais, acredito que diminua o desemprego no país e principalmente em São Paulo, onde o número de desempregados é preocupante.
O presidente Lula sabe muito bem o que é um trabalhador ficar desempregado durante anos, pois sua vida pregressa foi a de um sindicalista que sempre lutou pelo emprego. Agora, como presidente, ele tem de fazer a sua parte, dando condições para a economia crescer e para que se criem postos de trabalho. Por isso, a reforma tributária tem de ser aprovada logo -mas uma reforma de verdade, na qual os empresários deixem de ser onerados com muitos impostos e não sejam mais obrigados a demitir funcionários."
Ricardo L. Carmo (São Paulo, SP)
 

"Ou os governadores e prefeitos fazem valer suas forças no Congresso ou passarão todo o mandato de pires na mão, esmolando as migalhas do governo federal. Se essas autoridades vacilarem, não resta dúvida de que o governo implantará em nosso país a ditadura da "democracia camuflada". Com o PT no comando, só podemos esperar a discriminação partidária; os radicais que o digam.
Para governadores e prefeitos, se for feita a reforma pretendida pelo governo, o sistema tributário ficará muito pior. Logo, todo cuidado é pouco. A reforma precisa ser benéfica a todos, e não prejudicar Estados e municípios. Mas Lula e companhia, que querem obrigar todos a se ajoelharem para obter alguma coisa, distribuem a mancheias benesses apenas para os correligionários."
Mário Palmieri (Cruzeiro, SP)

Escola pública em SP
"Sobre o artigo de Geraldo Alckmin ("Tendências/Debates" de ontem, pág. A3), observo que a atual situação é de precarização do trabalho. Educadores encaram salas de aula superlotadas por até três períodos diários. Motivo? Péssima remuneração. Em vez de aumentar salários, surge agora a "oportunidade" de trabalho também aos fins de semana. Tempo para descanso ou para formação continuada? Nenhum.
Há também a precarização do ensino. Jovens em universidades privadas. Trabalham por toda a semana, estudam à noite. Terão suas mensalidades pagas em troca de sua mão-de-obra barata e não-qualificada. Jornada de trabalho extra aos fins de semana. A excelência no ensino universitário vem do investimento em pesquisa, incompatível com o lucro (isto é, com a universidade privada). Tempo para estudar e descansar? Nenhum. Estudantes, famílias e educadores de São Paulo são chamados ao desmonte do ensino público, a um custo altíssimo para eles e mínimo para o Estado."
Fernando Braga Franco Talarico (São Paulo, SP)

Reforma educacional
"Depois de aprovadas a reforma da Previdência e a reforma tributária, precisamos pensar na reforma da educação fundamental. Os professores passarão a ser pagos apenas quando ensinarem -e os alunos passarão a ser promovidos apenas quando aprenderem."
Ascenso Furtado (Rio de Janeiro, RJ)

Luís Nassif
"Não costumo ler as colunas de Luís Nassif. Ontem, por puro acaso e para minha felicidade, tive o prazer de me deparar com um texto simples, sensível e profundo, do tipo que "pacifica as emoções" ("A casa da minha infância", Dinheiro, pág. B3). Parabéns, Nassif. E obrigado."
Flávio Galvão Pereira (Campinas, SP)

Planejamento familiar
"Caro doutor Drauzio Varella, "certas alas da intelectualidade" não têm a capacidade de enxergar os verdadeiros problemas do país. Do ar fresco de seus gabinetes, convenhamos, isso parece difícil. Talvez só agora, com o fracasso de nossa política econômica, isso seja percebido.
Ainda bem que esses doutos não impedem que uma pessoa como o senhor, que tem contato diário com a vida real do país, nos presídios, nas favelas, no campo, nas cidades, denuncie o problema mais urgente do Brasil, o planejamento familiar ("De volta à natalidade", Ilustrada, página E10 de anteontem).
Não há Fome Zero, reforma da Previdência, incentivos fiscais, enfim, não há nada que afete mais o Brasil que a multiplicação dos nossos habitantes, justamente nas camadas mais pobres. Temos de deixar a hipocrisia de lado e encarar o problema. Parabéns pela coragem e pelo comprometimento com o país."
Walber M. Oliveira (Piumhi, MG)


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