São Paulo, quarta-feira, 25 de setembro de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Fator Lula
"Talvez o sr. Dênis Bürger ("Painel do Leitor", 24/9) tenha razão em relação ao posicionamento do sr. Eugênio Staub, presidente da Gradiente, mas eu me pergunto: por que os americanos nos impõem sobretaxas alfandegárias em produtos em que eles são pouco competitivos? Por que nos querem impor a Alca goela abaixo? Desde a abertura efetuada no governo do sr. Collor de Mello, o que este país mais tem exportado é mão-de-obra, isto é, deixamos de produzir aqui para importarmos. Estamos pagando um preço muito alto pela tal globalização. As empresas nacionais ditas familiares em sua maioria mudaram de mãos e passaram para grupos multinacionais. Esses fatos conjuntos geraram um contingente de desempregados jamais visto em nosso país. Deixemos de hipocrisia, pois, a perdurar a situação que aqui se instalou, logo, logo estaremos pior do que o nosso país vizinho. Nossas elites falharam, pois não se voltaram para os aspectos sociais do país. Por que então não tentar com o proletariado?"
Vladimir Rodrigues (São Paulo, SP)

"Quem estuda história com um pouco de atenção pode ver que tudo se repete. Outros países já viveram o que o Brasil vive. O país vive anos reprimido por colonizadores, leva séculos para se livrar da empáfia feudal e depois passa para uma democracia vigiada. Aí, quando o povo se exalta, vêm os militares e ficam no poder por anos. Depois vem a tão buscada democracia, que, com medo, solta seus freios. Logo vêm os socialistas aliados à direita -e o seu jeito liberal teórico dá uma fase de sonho, mas empobrece o povo com tantos impostos. Então vem a revolta e os votos na esquerda. Em seguida, o povo, arrependido, volta ao centro-direita, pois a esquerda é ótima na oposição, mas no governo acaba enfiando os pés pelas mãos -perde investidores e indústrias. Se for uma esquerda boa, ao contrário de todas as das Américas, sai pelo voto -como em Portugal, na França etc... Mas, se for como em Angola, em Cuba e agora, pelo visto, na Venezuela, estamos fritos, pois só sai na bala."
Roberto Moreira Da Silva (Cotia, SP)

Bronzeamento
"Com as novas regras sobre bronzeamento artificial, a Anvisa busca estabelecer condições seguras para a utilização das câmaras de bronzeamento, que serão reforçadas com a obrigatoriedade de o usuário ter de se submeter a uma avaliação médica antes das sessões. A possibilidade de médicos não estarem devidamente qualificados e, ainda assim, fazerem a avaliação exigida é assunto para os conselhos regionais de medicina. É importante que o usuário procure informações sobre os estabelecimentos que oferecem o serviço e sobre o médico avaliador."
Cláudio Maierovitch, diretor da Anvisa (Brasília, DF)

Limites
"Com conhecimento de causa, FHC declarou que, "para os candidatos que disputam eleições, o céu é o limite; oferecem tudo", referindo-se às propostas dos presidenciáveis. De fato: ele nos prometeu segurança, e não cumpriu; prometeu emprego, e não cumpriu; prometeu melhor educação, e não cumpriu; prometeu melhor atendimento na saúde, e não cumpriu... Ah!, faltou um dedo daquela mão espalmada: habitação. Realmente, o céu é o limite para as promessas de políticos."
Eduardo Guimarães (São Paulo, SP)

Humor negro
"Como diz José Simão, este é o país da piada pronta. Só isso poderia justificar o fato de o motorista infrator não poder ser multado por um radar móvel se não houver um agente fiscalizador junto do aparelho. E quanto à sugestão de que o motorista multado mais de uma vez no mesmo dia por estacionamento proibido possa solicitar o pagamento de apenas uma das multas? Aí já é caso de humor negro mesmo."
Carlos Bruni Fernandes (São Paulo, SP)

Estudo da história
"Um dos objetivos do estudo da história é garantir ao homem a perpetuação dos acertos e a neutralização dos erros cometidos no passado. Entretanto, na prática, esse objetivo nem sempre é alcançado, haja vista a posição européia -exceto a alemã- diante ao unilateralismo "bushiniano". Até quando durará essa política de apaziguamento, a política do "tá tudo certo", do "fique à vontade", do "pode ir em frente'?"
Bruno Bressianini (Londrina, PR)

Meia vaca
"Parabenizo o repórter José Sergio Osse pela reportagem sobre a meia vaca ("Meia vaca é vendida por R$ 1,6 milhão", Dinheiro, pág. B12, 24/9). Houve, contudo, um engano em relação às minhas atividades na pecuária. Sou pecuarista há mais de 30 anos e possuo várias fazendas nos Estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Rondônia. Por sinal, uma das vacas vendidas no último leilão era de minha propriedade. Não sou, portanto, novato no assunto. Há muito tempo considero a transferência de embriões como fundamental para o progresso da pecuária."
João Carlos Di Genio (São Paulo, SP)

Record
"A Rede Record tem sido alvo nos últimos dias de uma série de informações incorretas publicadas em edições desse jornal. Em respeito aos leitores da Folha, temos a esclarecer o seguinte: 1) Não é verídica a informação publicada na coluna "Outro canal", assinada pelo jornalista Daniel de Castro, de 30/8, de que a Rede Record de Televisão teria vetado "músicas de Roberto Carlos por ser um devotado católico". Conforme documentação de posse da emissora e à disposição desse jornal, apenas as direções dos programas foram informadas da necessidade de prévia autorização de Roberto Carlos para a execução de músicas de sua autoria -imposta por meio da Sony Music Edições Musicais Ltda. Obras de Roberto Carlos continuam sendo executadas normalmente na Rede Record. 2) Também não é verídica a informação publicada na mesma coluna, na edição de 11/9, de que a emissora teria promovido "cortes pontuais" de 15 vagas em suas produções. 3) Na mesma coluna, no dia 2/9, sob os títulos de "Index 1" e "Index 2", a Folha publicou uma fantasiosa versão de uma reunião na qual o vice-presidente da Rede Record, bispo Clodomir Santos, teria deixado claro que os princípios da emissora são os da Igreja Universal do Reino de Deus e, por essa razão, teria confirmado vetos a determinadas músicas e expressões. Tal reunião de fato foi realizada com a presença de cerca de 20 pessoas, a maioria diretores dos diversos programas da emissora. Não houve nenhuma orientação nem menção de caráter religioso ou vetos. O vice-presidente da emissora, entre outros assuntos, tão-somente mencionou o objetivo de realizar uma programação de bom nível. 4) Dadas como verdade absoluta, essas informações -totalmente falsas- foram utilizadas por Bárbara Gancia, em sua coluna de 16/9. A colunista "aperfeiçoou" as supostas decisões da reunião. Elas foram transformadas em um inexistente comunicado interno da Rede Record."
Dennis Munhoz, vice-presidente-executivo da Rede Record (São Paulo, SP)



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