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ATRITO ELEITORAL
Numa operação alcunhada
de "Caça-Vampiro", por volta
de 250 militantes do PT entraram anteontem em conflito com o candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo,
José Serra, quando este fazia campanha na região de Capela do Socorro
(zona sul). O caso provocou tumulto, com troca de empurrões, e acabou numa delegacia.
Segundo um militante local do PT,
a "tática" faz parte de uma operação
que consiste em expulsar os representantes da campanha tucana das
redondezas. Ainda de acordo com
ele, Capela do Socorro é território petista. "Aqui tucano não tem vaga. Capela do Socorro está sitiada."
Embora tenha ressaltado que
orienta seus partidários a fazer campanha com "calma", a prefeita e candidata à reeleição em São Paulo, Marta Suplicy, admitiu ontem que não
consegue controlar a militância. Ela
afirmou ainda que há "provocação
de ambos os lados".
Com efeito, é plausível imaginar
que, na prática, os líderes políticos
não tenham controle absoluto sobre
seus cabos eleitorais. É louvável, ademais, que a prefeita busque fazer uso
de sua autoridade moral para coibir o
uso da violência na campanha, preconizando uma atuação pacífica.
Ainda que o candidato tucano tivesse provocado os petistas em Capela do Socorro para posar de vítima,
a atitude dos militantes do partido
governista é grave, pois constitui um
atentado às liberdades democráticas.
Fazer campanha livremente é uma
das bases da ação de qualquer candidato a cargo público. Além disso, todos os cidadãos brasileiros, incluindo os políticos, têm, em princípio, o
direito de ir e vir, podendo divulgar
suas causas nos lugares em que estiverem autorizados a fazê-lo.
Cabe agora às autoridades investigar o incidente e, se necessário, à Justiça punir os culpados. Em seguida,
será preciso redobrar a vigilância para que incidentes do gênero não se
repitam na reta final da disputa eleitoral. Afinal, independentemente da
filiação partidária, a campanha deve
ser aberta a todos os candidatos legalmente inscritos.
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