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Razão e força
Após ver seu recém-iniciado governo ser sacudido por um atentado no coração de Bogotá e depois
de amargar a morte de mais de 30
policiais por obra das Farc (Forças
Armadas Revolucionárias da Colômbia), o presidente Juan Manuel Santos consegue sua primeira grande vitória contra a narcoguerrilha. As forças governamentais eliminaram Mono Jojoy, segundo na hierarquia do grupo.
"Essa foi a Operação Boas-Vindas que vínhamos prometendo às
Farc", resumiu Santos, que como
ministro da Defesa foi um duro
oponente da guerrilha, instalada
na Colômbia desde os anos 60.
Foi sob as ordens de Santos que
o Exército colombiano atacou, em
2008, um acampamento das Farc
no Equador, matando o então número dois da guerrilha, Raúl Reyes. O ex-ministro foi arquiteto
também da Operação Xeque, que
resgatou Ingrid Betancourt, refém-símbolo da guerrilha.
A eliminação de Jojoy, menos
de dois meses após a posse de
Santos, mostra que o presidente
está preparado para prosseguir
com a política de cerco militar às
Farc iniciada por seu antecessor,
Álvaro Uribe. O sucesso dessa estratégia transformou Uribe no
mais popular líder político da história recente colombiana e garantiu votação recorde para Santos.
O êxito em ações militares localizadas, porém, não é prenúncio
da proximidade de uma vitória definitiva. Mesmo acuadas, as Farc,
com seus cerca de 8.000 membros, ainda têm capacidade de
causar estragos. Dias antes da
posse de Santos, o comandante da
guerrilha, Alfonso Cano, propôs a
reabertura do diálogo com o governo, oferta até aqui rechaçada.
Fortalecido por mais uma vitória, Santos, que promete levar a
paz à Colômbia "pela razão ou pela força", tem agora melhores condições para voltar a trabalhar com
a primeira opção.
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