São Paulo, sábado, 25 de setembro de 2010

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Razão e força

Após ver seu recém-iniciado governo ser sacudido por um atentado no coração de Bogotá e depois de amargar a morte de mais de 30 policiais por obra das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), o presidente Juan Manuel Santos consegue sua primeira grande vitória contra a narcoguerrilha. As forças governamentais eliminaram Mono Jojoy, segundo na hierarquia do grupo.
"Essa foi a Operação Boas-Vindas que vínhamos prometendo às Farc", resumiu Santos, que como ministro da Defesa foi um duro oponente da guerrilha, instalada na Colômbia desde os anos 60.
Foi sob as ordens de Santos que o Exército colombiano atacou, em 2008, um acampamento das Farc no Equador, matando o então número dois da guerrilha, Raúl Reyes. O ex-ministro foi arquiteto também da Operação Xeque, que resgatou Ingrid Betancourt, refém-símbolo da guerrilha.
A eliminação de Jojoy, menos de dois meses após a posse de Santos, mostra que o presidente está preparado para prosseguir com a política de cerco militar às Farc iniciada por seu antecessor, Álvaro Uribe. O sucesso dessa estratégia transformou Uribe no mais popular líder político da história recente colombiana e garantiu votação recorde para Santos.
O êxito em ações militares localizadas, porém, não é prenúncio da proximidade de uma vitória definitiva. Mesmo acuadas, as Farc, com seus cerca de 8.000 membros, ainda têm capacidade de causar estragos. Dias antes da posse de Santos, o comandante da guerrilha, Alfonso Cano, propôs a reabertura do diálogo com o governo, oferta até aqui rechaçada.
Fortalecido por mais uma vitória, Santos, que promete levar a paz à Colômbia "pela razão ou pela força", tem agora melhores condições para voltar a trabalhar com a primeira opção.


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