São Paulo, sábado, 25 de outubro de 2008

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PAINEL DO LEITOR

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Poder
"Se a alternância de poder é uma das prerrogativas do regime democrático, não entendo a razão de as oposições caírem em tentação para, desavergonhadamente, aderirem aos que estão no trono em Brasília. Gostaria de aconselhar às oposições que tenham calma, pois essa onda populista que varre a América Latina vai passar mais rapidamente do que pensávamos. Os partidos que possuem realmente uma face oposicionista, e que hoje são amaldiçoados pelas esquerdas oportunistas, terão mais chance de vitória quando os bolivarianos pegarem os seus chapéus."
SERGIO VILLAÇA (Recife, PE)

Belo Horizonte
"Fiquei muito triste ao tomar conhecimento do que virou a política em Belo Horizonte. Tenho recebido e-mails de amigos que, velhos de guerra e maduros, infelizmente, não aprenderam nada sobre a política e resolveram tomar partido na guerra suja de intrigas e fofocas. O material de baixíssimo nível que tenho recebido me lembra a velha extrema direita e seus métodos de fazer política. E tem gente que envia essas porcarias achando que, optando por Lacerda ou por Quintão, estará "salvando" a cidade de um candidato retrógrado."
LUIZ LYRIO (Aracaju, SE)

Anistia
"Com a emissão do parecer da Advocacia Geral da União em favor dos torturadores e estupradores do período autoritário ("Tarso critica parecer da AGU sobre anistia", Brasil, ontem), o governo Lula trai uma vez mais o povo brasileiro. A Lei da Anistia viola a dignidade da pessoa humana e não pode servir como instrumento de ocultação da verdade e proteção de marginais que embruteceram a vida de todos. É preciso que a verdade daquele período venha à luz, pois só assim teremos oportunidade de verdadeiramente sermos livres."
CLAUDINEU DE MELO, professor da Faculdade de Direito da Universidade Mackenzie e ex-membro da Comissão de Defesa da República e da Democracia da OAB (São Paulo, SP)

Educação
"Parabéns a Cláudio Guimarães dos Santos pelo artigo "Ao mestre, com carinho" ("Tendências/Debates", ontem), principalmente quando se refere às autoridades que fingem se incomodar com a educação. Alguém notou que na mesma semana em que o presidente da República fez uma festa para estabelecer o piso do magistério em R$ 850 o Senado tentou criar cerca de cem cargos de R$ 10.000 para seus afilhados?"
ELACI AZALINI MÁXIMO (Belo Horizonte, MG)

 
"Algumas vezes enviei cartas questionando reportagens da Folha sobre a educação pública. Nunca foram publicadas. E fiquei mais uma vez chocada no dia 15 de outubro, quando a única voz ouvida foi a voz oficial da Secretaria da Educação. Mas ontem, ao ler o artigo de Cláudio Guimarães dos Santos, senti-me redimida. Eu, que também me encontro "lá no ventre da "linha de montagem", concordo e assino em baixo de todas as palavras escritas por ele. E também lamento por não termos muito a festejar enquanto a educação for tratada pela mídia, governantes e parte da sociedade apenas como despesa, prejuízo ou lucro."
MARIA ALICE OLIVA DE OLIVEIRA , professora (São Paulo, SP)

Seqüestro
"Lamentável o tratamento que a jornalista Eliane Cantanhêde deu à atuação do Ministério Público do Estado de São Paulo no caso do seqüestro em Santo André. Em seu artigo "Príncipe do gueto" (21/10), a jornalista fala em "papeizinhos de promotores", tentando ridicularizar o documento que o promotor Augusto Rossini entregou a Lindemberg Alves Fernandes -a pedido da polícia e por exigência do seqüestrador-, garantindo-lhe uma vaga em penitenciária de segurança máxima, de forma a assegurar a sua integridade física. A atuação do Ministério Público naquela oportunidade se deu na tentativa de colaborar para a melhor solução do caso, com a preservação da vida das duas reféns e do próprio seqüestrador."
JOSÉ FRANCISCO PACÓLA , assessoria de comunicação do Ministério Público (São Paulo, SP)

Resposta da jornalista Eliane Cantanhêde - A crítica da coluna foi à atuação da polícia (que ficou tentando truques como os dos tais papeizinhos), e não ao Ministério Público.

 
"Nelson de Sá, na nota "Rojão" ("Toda Mídia", Brasil, ontem), diz que foi confusa a cobertura do "Jornal Nacional" sobre se foi um tiro ou não o que motivou a invasão do apartamento em que eram mantidas reféns Eloá e Nayara. Ele sustenta essa avaliação afirmando que o "JN" noticiou a versão da polícia de que havia um tiro; a análise consistente de um perito independente mostrando que, nos 12 minutos que antecedem a explosão, esse tiro não aparece nas fitas gravadas pela Globo (o que não exclui a possibilidade de o tiro ter ocorrido um segundo antes disso); o depoimento de vizinhos segundo os quais houve o tiro; o depoimento de Nayara dizendo que não houve o tiro; e a palavra do comandante do Gate dizendo que, agora, acredita que houve o tiro, mas admite que ele pode não ter existido. Vindo de um jornalista, o estranhamento choca. Como não somos adivinhos, a missão do jornalista é justamente essa: dar todos os ângulos de uma notícia, mostrar para que lado rumam os indícios mais fortes, propiciar análise independente das provas disponíveis e dar oportunidade para que todos dêem as suas versões. O "JN" age como a Folha age. Se Nelson de Sá prefere um jornalismo mais assertivo, mas falso, deve buscar em outro canal."
ALI KAMEL , diretor-executivo de jornalismo da Central Globo de Jornalismo (Rio de Janeiro, RJ)

Bienal
"A declaração de Ana Paula Cohen, de que essa gente da periferia não sabe o que vai encontrar se for fazer uma intervenção no andar vazio da Bienal que estréia agora, merece repúdio. É uma declaração elitista que mal esconde um preconceito de classe. Além disso, revela na última hora o pensamento que norteia a curadoria: radical, claro, mas radicalismo de instituição. O Brasil sempre foi assim: chama a segurança se essa gente da periferia vier. Ela faria o mesmo se fossem alunos da USP? Agora, o andar vazio está preenchido: com o atraso brasileiro, o mesmo que inviabilizou a Fundação Bienal. Temo pensar que seja esse o resumo dos nossos intelectuais: radicais, mas com proteção para que não haja desordem ou ameaça."
RICARDO LÍSIAS , escritor, doutor em letras pela USP (São Paulo, SP)

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