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Poder
"Se a alternância de poder é uma
das prerrogativas do regime democrático, não entendo a razão de as
oposições caírem em tentação para,
desavergonhadamente, aderirem
aos que estão no trono em Brasília.
Gostaria de aconselhar às oposições que tenham calma, pois essa
onda populista que varre a América
Latina vai passar mais rapidamente
do que pensávamos.
Os partidos que possuem realmente uma face oposicionista, e
que hoje são amaldiçoados pelas esquerdas oportunistas, terão mais
chance de vitória quando os bolivarianos pegarem os seus chapéus."
SERGIO VILLAÇA (Recife, PE)
Belo Horizonte
"Fiquei muito triste ao tomar conhecimento do que virou a política
em Belo Horizonte. Tenho recebido
e-mails de amigos que, velhos de
guerra e maduros, infelizmente,
não aprenderam nada sobre a política e resolveram tomar partido na
guerra suja de intrigas e fofocas.
O material de baixíssimo nível
que tenho recebido me lembra a velha extrema direita e seus métodos
de fazer política. E tem gente que
envia essas porcarias achando que,
optando por Lacerda ou por Quintão, estará "salvando" a cidade de um
candidato retrógrado."
LUIZ LYRIO (Aracaju, SE)
Anistia
"Com a emissão do parecer da
Advocacia Geral da União em favor
dos torturadores e estupradores do
período autoritário ("Tarso critica
parecer da AGU sobre anistia", Brasil, ontem), o governo Lula trai uma
vez mais o povo brasileiro.
A Lei da Anistia viola a dignidade
da pessoa humana e não pode servir
como instrumento de ocultação da
verdade e proteção de marginais
que embruteceram a vida de todos.
É preciso que a verdade daquele
período venha à luz, pois só assim
teremos oportunidade de verdadeiramente sermos livres."
CLAUDINEU DE MELO, professor da Faculdade de
Direito da Universidade Mackenzie e ex-membro
da Comissão de Defesa da República e da Democracia da OAB (São Paulo, SP)
Educação
"Parabéns a Cláudio Guimarães
dos Santos pelo artigo "Ao mestre,
com carinho" ("Tendências/Debates", ontem), principalmente quando se refere às autoridades que fingem se incomodar com a educação.
Alguém notou que na mesma semana em que o presidente da República fez uma festa para estabelecer
o piso do magistério em R$ 850 o
Senado tentou criar cerca de cem
cargos de R$ 10.000 para seus afilhados?"
ELACI AZALINI MÁXIMO (Belo Horizonte, MG)
"Algumas vezes enviei cartas
questionando reportagens da Folha sobre a educação pública. Nunca foram publicadas.
E fiquei mais uma vez chocada no
dia 15 de outubro, quando a única
voz ouvida foi a voz oficial da Secretaria da Educação.
Mas ontem, ao ler o artigo de
Cláudio Guimarães dos Santos,
senti-me redimida. Eu, que também me encontro "lá no ventre da
"linha de montagem", concordo e
assino em baixo de todas as palavras escritas por ele. E também lamento por não termos muito a festejar enquanto a educação for tratada pela mídia, governantes e parte
da sociedade apenas como despesa,
prejuízo ou lucro."
MARIA ALICE OLIVA DE OLIVEIRA , professora (São
Paulo, SP)
Seqüestro
"Lamentável o tratamento que a
jornalista Eliane Cantanhêde deu à
atuação do Ministério Público do
Estado de São Paulo no caso do seqüestro em Santo André.
Em seu artigo "Príncipe do gueto"
(21/10), a jornalista fala em "papeizinhos de promotores", tentando ridicularizar o documento que o promotor Augusto Rossini entregou a
Lindemberg Alves Fernandes -a
pedido da polícia e por exigência do
seqüestrador-, garantindo-lhe
uma vaga em penitenciária de segurança máxima, de forma a assegurar
a sua integridade física.
A atuação do Ministério Público
naquela oportunidade se deu na
tentativa de colaborar para a melhor solução do caso, com a preservação da vida das duas reféns e do
próprio seqüestrador."
JOSÉ FRANCISCO PACÓLA , assessoria de comunicação do Ministério Público (São Paulo, SP)
Resposta da jornalista Eliane
Cantanhêde - A crítica da coluna
foi à atuação da polícia (que ficou tentando truques como os
dos tais papeizinhos), e não ao
Ministério Público.
"Nelson de Sá, na nota "Rojão"
("Toda Mídia", Brasil, ontem), diz
que foi confusa a cobertura do "Jornal Nacional" sobre se foi um tiro
ou não o que motivou a invasão do
apartamento em que eram mantidas reféns Eloá e Nayara.
Ele sustenta essa avaliação afirmando que o "JN" noticiou a versão
da polícia de que havia um tiro; a
análise consistente de um perito
independente mostrando que, nos
12 minutos que antecedem a explosão, esse tiro não aparece nas fitas
gravadas pela Globo (o que não exclui a possibilidade de o tiro ter
ocorrido um segundo antes disso);
o depoimento de vizinhos segundo
os quais houve o tiro; o depoimento
de Nayara dizendo que não houve o
tiro; e a palavra do comandante do
Gate dizendo que, agora, acredita
que houve o tiro, mas admite que
ele pode não ter existido.
Vindo de um jornalista, o estranhamento choca.
Como não somos adivinhos, a
missão do jornalista é justamente
essa: dar todos os ângulos de uma
notícia, mostrar para que lado rumam os indícios mais fortes, propiciar análise independente das provas disponíveis e dar oportunidade
para que todos dêem as suas versões. O "JN" age como a Folha age.
Se Nelson de Sá prefere um jornalismo mais assertivo, mas falso, deve buscar em outro canal."
ALI KAMEL , diretor-executivo de jornalismo da
Central Globo de Jornalismo (Rio de Janeiro, RJ)
Bienal
"A declaração de Ana Paula Cohen, de que essa gente da periferia
não sabe o que vai encontrar se for
fazer uma intervenção no andar vazio da Bienal que estréia agora, merece repúdio.
É uma declaração elitista que mal
esconde um preconceito de classe.
Além disso, revela na última hora
o pensamento que norteia a curadoria: radical, claro, mas radicalismo de instituição.
O Brasil sempre foi assim: chama
a segurança se essa gente da periferia vier. Ela faria o mesmo se fossem alunos da USP?
Agora, o andar vazio está preenchido: com o atraso brasileiro, o
mesmo que inviabilizou a Fundação Bienal.
Temo pensar que seja esse o resumo dos nossos intelectuais: radicais, mas com proteção para que
não haja desordem ou ameaça."
RICARDO LÍSIAS , escritor, doutor em letras pela
USP (São Paulo, SP)
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