São Paulo, segunda-feira, 25 de novembro de 2002

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FERNANDO RODRIGUES

Ciro Gomes e o Ministério

BRASÍLIA - O silêncio de Lula a respeito de seus futuros ministros deixou o caminho aberto para especulação e boataria. É impossível dizer o que vai vingar ou não. Mas é possível ouvir o que pensam os ministeriáveis citados sobre o disse-me-disse.
Ciro Gomes é um nome frequente na lista de prováveis colaboradores de elite de Lula. Nos jornais, já foi nomeado ministro da Previdência, das Relações Exteriores e embaixador do Brasil em Washington. Fala Ciro:
"É um absurdo a história de embaixador, porque eu supostamente me sentiria diminuído ocupando um cargo de ministro. É uma mentira deslavada por parte de quem falou isso, provavelmente no meu próprio partido, o PPS, com o intuito de me queimar. Também é uma leviandade de quem publicou sem me consultar."
Candidato duas vezes (1998 e 2002) a presidente pelo PPS, Ciro diz ter mantido uma conversa franca com o presidente eleito. Relata ter dito que aceitaria colaborar com o que Lula precisasse. "Não se falou em cargo". Lula disse que precisava dele. Ciro afirmou estar à disposição.
"Acredito na boa intenção do Lula. Torço para que o governo dele dê certo. Um fracasso seria ruim para todos os progressistas. Qualquer brasileiro chamado pelo Lula deve se sentir honrado, distinguido, de poder colaborar. Eu também, como qualquer brasileiro, me sentiria assim. Mas não se trata de oferecer ou propor nomeações. É importante dizer isso. O presidente eleito deve ter toda a liberdade de escolher", diz o candidato que ficou em quarto lugar na disputa presidencial, com 10,2 milhões de votos (11,97% dos válidos).
Cabe então uma última pergunta a Ciro Gomes. Então o sr. aceitaria ser ministro se convidado por Lula, como tem sido noticiado? A resposta é para lá de esclarecedora:
"Só posso responder a essa pergunta se for formulada por ele."
Já respondeu.


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