São Paulo, segunda-feira, 25 de novembro de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Governo Lula
"Causou-me perplexidade o destaque dado à reportagem baseada em publicação da LCA Consultores ("Consultoria vê com desânimo governo Lula", Brasil, pág. A5, 24/11). Trata-se de uma análise circunstancial e datada que não reflete o otimismo (e não o desânimo, como afirma a reportagem) que tem norteado as projeções a respeito do futuro do país divulgadas reiteradamente pela LCA Consultores a seus clientes. Acreditamos que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem conduzindo de forma impecável o difícil processo de transição e de formação de uma aliança política ampla que garantirá suporte a seu governo. Ademais, estamos certos de que, sob a orientação do presidente Lula e de sua equipe, as políticas sociais e econômicas, bem como as reformas de que o país necessita, serão conduzidas com êxito, de forma segura e competente. Como profissional e como cidadão, reitero a minha convicção de que o governo Lula será um marco histórico para o avanço da democracia e para o desenvolvimento do Brasil, com redução da sua vergonhosa desigualdade social."
Luciano Coutinho, sócio da LCA Consultores (São Paulo, SP)

República do Tietê
"Muito oportuno o artigo de Eliane Cantanhêde ("Paulistério desvairado", Opinião, pág A2, 19/11) sobre a formação do governo Lula. Concordo que a equipe será formada por paulistas. Mais uma vez os demais Estados (o resto) ficarão com cargos do terceiro escalão. E isso a "petezada" dos outros Estados nem questiona, achando que o paulista Lula (que é pernambucano apenas de nascimento) vai implantar alguma política de desenvolvimento voltada para as outras regiões. Se o que for bom para São Paulo for bom para os outros, tudo bem; se não, que se lixem os outros Estados. Na verdade, os "companheiros" de Estados menores vão é colocar azeitona na empada dos paulistas. Diante disso sugiro que o novo governo petista seja chamado de República do Tietê."
Osvaldo Lysandro Albernaz (Cariacica, ES)

Foro privilegiado e afins
"Srs. presidentes (da República ou do STF), preciso muito entender por que "alguns senhores" membros deste governo que está terminando precisam desse "indecente" (porque privilégios desse tipo sempre o são) foro privilegiado ou mesmo desse cargo de senador vitalício para ex-presidentes. Será que precisarão de "julgamentos" nesses ditos foros ou tribunais privilegiados? Será que "eles", com o término do governo, não voltam à condição de cidadãos "normais", regidos e julgados, se necessário, pelas mesmas leis de nós "pobres mortais", mas muito dignos ainda, cidadãos brasileiros?"
Sonia Aparecida Teixeira da Silva (São José do Rio Preto, SP)

Jornada de trabalho
"Felicitamos a Folha por colocar em discussão a redução da jornada de trabalho. A diferença de nível entre os artigos publicados na seção "Tendências/Debates" (pág. A3, 23/11) chega a ser impressionante. Na Holanda, a discussão atual é a respeito da redução da jornada para 24 horas semanais. Só há um pequeno deslize na proposta do debate. A redução de jornada não se impõe apenas como medida de combate ao desemprego, tampouco como artifício de incremento da economia. Ela se apresenta como grãozinho de sal político na receita insossa do sindicalismo de resultados e instaura o paradigma da qualidade de vida nas relações de trabalho. A história dos direitos humanos é a história do desenvolvimento da sensibilidade."
José Eduardo de Resende Chaves Júnior, juiz do trabalho (Belo Horizonte, MG)

Medo superior
"A proposta do senador eleito Cristovam Buarque (PT-DF) de despachar as universidades para o Ministério da Ciência e Tecnologia só revela duas coisas. A primeira é que, infelizmente, e tal como o reinado tucano, o PT não tem projeto para resolver a gravíssima situação de pré-falência por que passa o ensino superior brasileiro. E mais: mostra que Buarque está morrendo de medo de colocar a mão nesse vespeiro e de ter suas pretensões eleitorais destruídas, assim como ocorreu com Paulo Renato. É uma pena, mas parece que teremos mais quatro anos de pão e água."
João Azevedo Fernandes (João Pessoa, PB)

Estudo dos mais velhos
"Meus parabéns a Gilberto Dimenstein pela coluna "O Brasil do dr. Lula" (Cotidiano, pág C12, 24/11). É emocionante ver que os mais velhos se esforçam para adquirir não só o canudo e os conhecimentos profissionais, mas também a "experiência" agregada a eles. E encontram condições reais para tanto. Refiro-me ao enriquecimento da experiência de vida que a convivência universitária traz. Lula poderia muito bem ter estudado se quisesse. Se não o fez foi porque não quis. Sei que logo serei chamado de preconceituoso, mas essa questão é de conceito, e não de preconceito."
Rodrigo Borges de Campos Netto (Brasília, DF)

Batalhas no centro
"Estou vivendo uma cena horrível e desnecessária ao ver a rua 25 de Março (centro de São Paulo) ser destruída. Lá comércio, hotéis, bares, restaurantes e muita gente do Brasil todo ganham dinheiro. Mas agora a rua é motivo de pavor e, pior, logo estará definitivamente vazia. Se houvesse vontade verdadeira, a retirada dos camelôs ilegais teria acontecido em apenas um dia. A polícia tinha que estar lá de madrugada, antes da montagem das barracas, e não depois, para arrancar, humilhar e fazer a limpeza de que os comerciantes precisam."
Roberto Moreira da Silva (Cotia, SP)

Ligações perigosas?
"Se o jornalista Olavo de Carvalho está certo ou não ao afirmar que há mais que simpatia entre Lula e algumas organizações revolucionárias criminosas como as Farc, conforme declara em seu "Resumo da encrenca" ("Tendências/Debates", pág. A3, 18/11), o futuro dirá. Se nos próximos quatro anos o tráfico de drogas continuar seu trabalho de destruição que coloca à margem da cidadania a nossa juventude sem que o governo venha a fazer alguma coisa para estancá-lo, é bem provável que o jornalista esteja coberto de razão. Caso contrário, ficaremos todos felizes com o engano do ensaísta."
Hermínio Silva Júnior (São Paulo, SP)

Incentivo ao calote
"Estou de pleno acordo com o leitor Walmor Barbosa Martins Jr. ("Painel do Leitor", 23/11): a anistia do pagamento de IPVA atrasado privilegia os caloteiros e castiga quem paga em dia seus impostos (altíssimos, diga-se de passagem). Por que não cobrar menos para que todos possam pagar. Levando-se em conta que o IPVA não é de porte obrigatório, o que aconteceria se todos os paulistas resolvessem não pagar o imposto aguardando a próxima anistia?"
Ubaldo Petrine (Piracicaba, SP)

Experiência
"Tempos atrás li neste jornal reportagem em que diziam que a idade do candidato não interfere na hora da contratação, e o que importa é a qualificação do profissional e a sua experiência. Mas o que tenho percebido é que a realidade não é bem essa. Basta ir a uma agência de empregos e se candidatar a uma vaga, principalmente se a vaga é para uma grande empresa. Agora eu me pergunto se, na hora de votar, os grandes empresários usam o mesmo critério, ou seja, se ao votar eles exigem que os políticos tenham menos de 40 anos? Até quando as portas ficarão fechadas para pessoas que só querem uma chance para mostrar sua capacidade? Afinal, a experiência não pode ser encarada como defeito, mas sim como virtude."
Turíbio Liberato (São Caetano do Sul, SP)


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