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São Paulo, quinta-feira, 25 de dezembro de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Ministério Público
"É de extrema gravidade o texto "PT defende Ministério Público mais fraco" (Brasil, pág. 14/12). A eficiência do Ministério Público está incomodando muita gente, principalmente as pessoas envolvidas com o crime organizado que corrompe agentes do poder público. Considerando que os promotores não estão subordinados a nenhum agente político (prefeitos, governadores ou presidente), eles não podem ser afastados ou demitidos. Isso é inadmissível para os maus administradores públicos, que preferem que as investigações sejam exclusividade da polícia, cujos agentes podem ser transferidos ou afastados segundo interesses do governante de plantão. O crime organizado deve colocar as "barbas de molho", pois existem novos "xerifes" no pedaço."
Mauro Alves da Silva, presidente do Grêmio SER-Sudeste -Promoção da Cidadania e Defesa do Consumidor (São Paulo, SP)

Sem ofensa
"A propósito da reportagem "Clube militar se diz ofendido por Lula", publicada em 23/12 na página A6 (Brasil), é de lamentar o desconhecimento do vocábulo "bando" pelos presidentes dos clubes Naval, Militar e da Aeronáutica. Segundo o dicionário "Novo Aurélio Século XXI", o significado número 1 de "bando" é "grupo de pessoas ou animais; multidão". Significa, portanto, "grande quantidade" e nada tem de pejorativo. O significado número 3, sim, é "quadrilha de malfeitores". Não apóio o governo Lula, mas é preciso reconhecer que um presidente sem escolaridade formal não tem condições de ficar escolhendo palavrinhas durante falas de improviso para agradar ou não a leigos em matéria de interpretação de texto. O presidente é uma pessoa educada e nunca iria referir-se a militares como "quadrilha"."
Letícia Malard, professora emérita de letras da Universidade Federal de Minas Gerais (Belo Horizonte, MG)

Educação
"Muito se tem falado e escrito sobre educação nestes dias: cobrança de taxas de egressos da escola pública, falta de professores e analfabetismo foram alguns dos temas. Sou egresso de escola pública, trabalho como professor em uma faculdade estadual e vejo com preocupação essas questões. De um lado, há a dúvida de que qualquer imposto destinado a uma finalidade seja realmente ali investido (vide o caso da CPMF para a saúde). De outro, há a dificuldade de perceber quais são os maiores problemas educacionais. Até no nível superior recebo alunos com gravíssimas falhas de redação e de expressão, fruto de uma formação ruim, tanto na escola privada como na pública. Não há soluções mágicas para isso, mas valorizar o profissional da educação e estimular os alunos à leitura seria um bom começo. Já estamos pagando altos preços pelo desprezo com a educação."
Adilson Roberto Gonçalves, professor universitário (Lorena, SP)

País melhor
"A despeito da empáfia de alguns jornalistas, as pesquisas mostram o alto grau de prestígio do governo e do presidente Lula perante a opinião pública. Parece que, ao contrário dos iluminados, o povo entende as dificuldades que o atual governo tem encontrado para remover os obstáculos deixados no caminho pela elite predatória que governou o Brasil desde sempre. Claro que nunca atingiremos o nirvana pretendido pelos intelectuais de shopping center, mas, com certeza, seremos uma nação muito melhor e mais justa do que esta legada por Bornhausens, Collors, Serras, FHCs, Vargas, Jangos e o regime militar."
William Antonio Menezello Thorlay (Santo André, SP)

Tanta injustiça
"Na sexta-feira passada, diante do ministro da Cultura, que dançava com muita alegria, o nosso presidente se dizia um homem extremamente feliz. No mesmo instante, meus olhos marejavam ao saber da morte, no nosso hospital, de um adolescente de 19 anos, portador de grave cardiopatia reumática. Durante três dias, eu e um grupo de médicos abnegados tentamos, sem sucesso, uma vaga para ele em uma UTI do SUS. O rapaz vinha do meio rural nordestino, onde tal doença ceifa a vida de crianças e jovens. Diante do seu semblante, que clamava por saúde e paz, prometi-lhe, na véspera, que ele veria o Natal de Jesus. O seu olhar de esperança me segue desde então. Terei eu sido imprudente, sabendo que o capitalismo neoliberal, que continua neste governo, enriquece cada dia mais políticos e banqueiros e pauperiza sempre mais o serviço público e os "deserdados de Rui Facó", como esse jovem? Até quando o país suportará tanta injustiça?"
Lurildo Saraiva, professor adjunto de cardiologia da Universidade Federal de Pernambuco (Recife, PE)

Beira-Mar
"É por isso que as coisas não funcionam neste país e as pessoas não confiam na Justiça. Os muitos advogados de Fernandinho Beira-Mar reclamaram que o seu cliente estava sendo submetido a um regime "desumano" no presídio de segurança máxima de Presidente Bernardes -não podia receber visitas íntimas, nem usar celular, nem encomendar comida em restaurantes. Por isso, pediram que ele fosse transferido para um presídio menos rigoroso. A Justiça prontamente atendeu ao pedido e mandou que ele fosse transferido para um presídio comum. Isso, na prática, significa que a Justiça o autoriza a fugir na hora que quiser, pois, num presídio comum, Beira-Mar só fica se quiser. E, enquanto não foge, ele vai remontar seu escritório do crime, como era antes."
Daniel Rogério Machado de Ávila (Porto Alegre, RS)

Prefeitura
"Em referência à carta do leitor David Neto (22/12), a Prefeitura de São Paulo esclarece que os R$ 3,1 bilhões referentes ao orçamento das subprefeituras em 2004 serão destinados ao pagamento de 84 mil servidores, e não a 6.000. Esse total representa 64% dos 132 mil servidores municipais. Além disso, R$ 1,3 bilhão desse montante será destinado a investimentos e custeio. Dos cerca de 4.700 cargos existentes nas subprefeituras, 3.400 são de funcionários públicos concursados. As subprefeituras são responsáveis pela manutenção da cidade e dos prédios públicos e pelas políticas de educação, de saúde, de esporte, de cultura e de abastecimento. Elas lideraram as discussões dos planos diretores regionais, abrigam as discussões do orçamento participativo e são canais de discussão com os conselhos municipais."
Sonia Franieck, da Secretaria Municipal de Comunicação e Informação Social (São Paulo, SP)

Boas-festas
A Folha agradece e retribui os votos de boas-festas recebidos de: Portugal Telecom (São Paulo, SP); Tetsuo Watanabe, presidente da Igreja Messiânica Mundial do Brasil (São Paulo, SP); Gaudêncio Torquato, Verydiana e GT Marketing (São Paulo, SP); Beatriz Carvalho, assessora de comunicação da Unitech (Rio de Janeiro, RJ); Jefferson Simões, presidente da Fenavist -Federação Nacional das Empresas de Segurança e Transporte de Valores (Brasília, DF).


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