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NELSON MOTTA
Justiça para todos
RIO DE JANEIRO - A se acreditar
na Justiça e na Polícia Federal, Lula
está sendo muito injusto e malvado
com seu fiel amigo Freud Godoy,
que foi inocentado oficialmente de
qualquer participação na lambança
do dossiê -mas mesmo assim perdeu o emprego.
Afinal, o que fez Freud para ter
que abandonar correndo sua sala
no Planalto? Só porque atendeu alguns telefonemas de amigos aloprados? O que o impede de voltar,
aplaudido, à sala de onde nunca deveria ter saído? Bem que Lula avisou: "Não vão encontrar nada com
esse menino". Então por que não
devolve o seu emprego? O homem
precisa trabalhar.
Por muito menos, meros seis dias
em cana, sem perder seu emprego
de dirigente sindical, Lula mereceu
uma bolsa-ditadura perpétua. Ao
pobre Freud, para escapar do desemprego e da fome, só resta labutar em sua firma de segurança em
vez de continuar servindo Lula e o
país. Isso não se faz com um companheiro inocente.
O senador Collor é outro injustiçado. Está reivindicando um gabinete do tamanho do de Sarney no
Senado, alegando sua condição de
também ex-presidente. Até mesmo
pelo critério de planos econômicos
ruinosos as duas Presidências se nivelam. Mas, em termos de representatividade, a pequena Alagoas,
de Deodoro, Floriano e Djavan, tem
mais peso do que, com todo respeito, o remoto Amapá. Então por que
discriminar o pobre Collor? Mais
do que São Paulo ou Rio de Janeiro,
os dois Estados precisam dos maiores gabinetes do Senado para atender aos interesses de sua gente.
Se Lula não fosse tão ingrato, daria uma presidência de estatal a algum deputado do PP pernambucano para que o fiel aliado Severino
Cavalcanti, atual primeiro suplente, volte triunfalmente à Câmara
para continuar servindo o governo.
Anistia para Dirceu, já!
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