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PAINEL DO LEITOR
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Violência
"A pesquisa que aponta a preocupação com a violência tem sua razão de ser. As notícias sobre crimes
que ocorrem nas mais diferentes
regiões do país -e sem diferenciar
classe social- exigem uma profunda reflexão. E ações objetivas."
URIEL VILLAS BOAS (Santos, SP)
"Enquanto o nosso presidente segue cada vez mais apaixonado pelo
álcool e pelo biodiesel, a população,
de brasileiros e estrangeiros, vai
morrendo nas mãos dos bandidos, e
dos "menores", nas maiores atrocidades que a imprensa estampa diariamente. Aconteceram vários choques na economia ao longo dos
anos. E nenhum para a segurança
pública. Portanto, este é o maior
problema que o país tem para resolver -e não será solucionado pelas
autoridades que estão em Brasília."
VANDERLEI ZANETTI (São Paulo, SP)
Salário dos deputados
"De uma felicidade ímpar o raciocínio do leitor Floro Sant'ana de
Andrade Neto, em sua carta publicada ontem ("Painel do Leitor'). Se
vivemos em uma democracia e se
temos um governo popular, queremos e exigimos que a Câmara aprove, em regime de urgência urgentíssima, a dedução de pelo menos 15
salários mínimos de nosso Imposto
de Renda, sem a devida comprovação, já no corrente exercício."
JOSÉ CASSIANO DOS SANTOS (Presidente Venceslau, SP)
Operação policial
"Achei inadequada a manchete
de sábado: "Polícia faz megaoperação". Fizeram, sim, um mutirão.
Qualquer repartição pública ou empresa com serviços atrasados e acumulados realiza tais mutirões. Essas instituições têm que parar com
rompantes midiáticos e tentarem
ser eficientes durante todos os 365
dias do ano. É o que esperamos."
FABIOLA GAETA (São Paulo, SP)
Comissão de Ética
"Depois de um trabalho profícuo,
imparcial e justo do Conselho de
Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados nas investigações do chamado mensalão e da
Operação Sanguessuga, envolvendo quase cem parlamentares, em
meu mandato anterior na presidência do colegiado, estarrece-nos o comentário publicado pelo "Painel"
em 23/3. Os processos citados no
comentário foram enviados naquele dia à Mesa da Câmara, após ouvida a consultoria jurídica da Casa, a
cujo parecer apenas na sexta tivemos acesso, já que se trata de uma
situação singular, diferente dos demais casos apreciados pelo conselho. A presidência do colegiado não
pode fazer o que lhe apetece: existe
um ordenamento jurídico no país,
há que se observar o devido processo legal, e somos escravos do regulamento do Conselho."
RICARDO IZAR, presidente do Conselho de Ética e
Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados
(Brasília, DF)
Coluna
"Na coluna intitulada "Vai pra casa, Battisti!", de 23 de março, a jornalista Barbara Gancia sugere que
Cesare Battisti "é problema da Itália", e que nós, brasileiros, "não temos rigorosamente nada a ver com
isso". Cumpre registrar que o instituto do asilo político é prática milenar e conquista das nações civilizadas, constituindo princípio caro aos
Estados democráticos. A não-extradição de estrangeiros por crimes de
natureza política é da tradição brasileira, inscrita na Constituição. O
exame da situação pessoal de Cesare Battisti pelo Supremo Tribunal
Federal à luz desses princípios e garantias é, sim, do interesse de brasileiros e da própria comunidade internacional. Em passado recente,
princípios idênticos de proteção à
dissensão política e ao direito de
opinião permitiram que brasileiros
fossem abrigados em países estrangeiros, refugiados da perseguição
que lhes movia regime político de
exceção.
Battisti foi condenado à prisão
perpétua em processo controverso,
julgado na sua ausência, no qual a
principal prova da acusação foi a
delação de outro condenado em
troca de redução de pena. Ele não
nega seu passado de ativista político
de esquerda, mas refuta a prática
dos crimes que lhe são atribuídos.
Na Europa, são fortes as reivindicações para a realização de um novo
julgamento. Embora tentadora a
busca de soluções simplistas -do
tipo "nada temos com isso'-, a situação de Battisti é complexa e merece melhor reflexão."
ROGÉRIO MARCOLINI, Felipe Amodeo Advogados
Associados (Rio de Janeiro, RJ)
Educação
"Na reportagem "Rede pública
paga quase igual à particular" (Cotidiano, 24/3), afirma-se que um estudo de pesquisadores da FGV e da
USP "contesta um dos mitos mais
disseminados da educação brasileira: o de que o ensino público vai mal
quando comparado ao particular
por causa dos baixos salários".
Ora, quem tem alguma familiaridade com a situação da educação no
país sabe que a maioria das escolas
privadas paga mal os professores e
ministra um ensino de baixa qualidade. Portanto o estudo, longe de
contestar a correlação entre baixos
salários e baixa qualidade do ensino, a confirma. Na verdade, a comparação à qual se refere a reportagem tem por referência os grandes
colégios particulares, que constituem minoria na rede privada. O
sentido dessa comparação é mostrar que, se a rede pública quiser
atingir um padrão aceitável de qualidade terá, inevitavelmente, que
remunerar bem seus docentes."
DERMEVAL SAVIANI, educador e professor emérito
da Unicamp (Campinas, SP)
Saúde
"Parabéns a esta Folha e à repórter Cláudia Collucci pela excelente
reportagem sobre acreditação de
serviços de saúde (Cotidiano,
25/3). Não há cidadão brasileiro
que não se preocupe com a qualidade dos serviços de saúde à sua disposição e que não tema os "erros
médicos". A reportagem acertou o
tom ao mostrar que há, sim, uma
preocupação de várias instituições
de saúde na mesma direção e que
há metodologias efetivas para o aumento da qualidade da assistência e
da segurança do paciente."
LUISANE VIEIRA, diretora de acreditação da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina
Laboratorial (Rio de Janeiro, RJ)
Bonde das letras
"Gostaria de emitir minha opinião sobre o "bonde das letras" noticiado pela Ilustrada. Há ciúmes
dos excluídos e há razão dos idealizadores do projeto. Os idealizadores foram, em certo sentido, originais ao correr às fontes que, efetivamente, existem -e sem ferir a lei.
Os enciumados têm suas razões
porque, efetivamente, o autor novo
sofre muito no mercado editorial
brasileiro para ter sua vez. Há mesmo, como aponta Marcelo Mirisola,
relações de compadrio no nosso
mercado editorial. E o projeto de
Rodrigo Teixeira e João Paulo
Cuenca, infelizmente, não deixou
de expressar isso. Por outro lado,
no projeto há algo de muito positivo: poderá abrir portas. Sou a favor
dele, desde que, no futuro, outros
financiamentos oficiais favoreçam
outros ficcionistas que buscam seu
espaço nas grandes editoras."
RINALDO DE FERNANDES, contista, crítico literário
e antologista (João Pessoa, PB)
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