São Paulo, sexta-feira, 26 de março de 2010

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PAINEL DO LEITOR

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Educação
"Deixo uma pergunta singela aos "educadores" em greve: a quem pretendem educar esses homens e essas mulheres que não respeitam o silêncio nas proximidades de hospitais, que fecham o trânsito na hora do rush, prejudicando milhares de trabalhadores, e que picham os muros da avenida Rebouças com palavreado chulo? Deus proteja nossas crianças e nossos jovens desses antiexemplos de civilidade que se fazem passar por profissionais do magistério."
SILVIA LAKATOS, jornalista (São Paulo, SP)

"Em 2008, o ombudsman desta Folha criticou a parca cobertura da greve dos docentes feita pelo jornal. Em 2010, o jornal consegue piorar a sua cobertura.
Nenhuma reportagem de fôlego sobre o tema, nenhum esclarecimento que sirva aos envolvidos em uma rede de milhões de alunos e suas famílias, apenas a mera reprodução de "notas oficiais", que, desde o dia 5/3, usam os mesmos números e análises equivocadas do governo do Estado.
Há um abismo entre defender em sua linha editorial a educação como alavanca social e ignorar o descaso com a escola pública que acontece cotidianamente."
SANDRO RIBEIRO CHAGAS, professor de história da rede estadual (São Paulo, SP)

"A foto maior da Primeira Página de ontem mostrava dois policiais prendendo, com cassetete e tudo, um professor da rede estadual que participava da greve por melhores salários e condições de trabalho. Acima da foto, em letras grandes e negrito, a manchete: "Suíça bloqueia conta de filho de Sarney".
Ainda meio sonolento e não totalmente concentrado, pensei que o cidadão seria o filho de Sarney e que a justiça começara e ser feita com eficiência e rapidez. Mas logo vi que uma coisa nada tinha a ver com a outra.
O professor que poderia até apanhar naquela situação era tratado como bandido. O outro vai se defender nos tribunais e será apoiado politicamente pelo poder. E há grande chance de isso não dar em nada. Afinal, são apenas US$ 13 mi."
VASCO PEREIRA DE OLIVEIRA (Sertãozinho, SP)

Para não esquecer
"Os depoimentos das mulheres vítimas de torturas durante o regime militar, como mostrou a coluna de ontem de Eliane Cantanhêde ("Sem adjetivos'), são fortes, chocantes, desconfortáveis. Incomodam, porque revelam a que ponto a brutalidade e a covardia humanas podem chegar. Muitos dos que, como eu, combateram a ditadura instaurada em 1964 sofreram na pele esse desrespeito.
Lembrar esses fatos é absolutamente essencial à consolidação da jovem democracia brasileira, pois expõem ao país e ao mundo os caminhos dos regimes radicais, totalitários e violentos. As corajosas vozes dessas mulheres impedem-nos de esquecer um dos episódios mais vergonhosos da história do Brasil. Especialmente para que não se repitam jamais."
RICARDO VIVEIROS, jornalista e escritor (São Paulo, SP)

"Lendo a coluna de ontem de Eliane Cantanhêde, enviei-lhe a seguinte mensagem, que agora repito ao "Painel do Leitor".
Tenho 71 anos de idade. Políticos e militares querem que esqueçamos. Quem viveu aquela quadra e ainda não está com Alzheimer não pode esquecer.
Assim como o Holocausto é sempre lembrado para que o nazismo não volte nunca mais, temos que lembrar as barbáries do golpe de 64 para que nunca mais se repita.
As novas gerações têm o direito (e o dever) de conhecer esse lado nefasto da nossa história."
RAPHAEL B. PORTELLA (São Paulo, SP)

Ditaduras
"Imaginava que os admiradores das ditaduras comunistas haviam desaparecido juntamente com a ex-URSS. Ledo engano. Esses "jovens" revolucionários que já gozam dos benefícios da terceira idade foram ressuscitados no governo Lula e resolveram vagar como zumbis em todas as nossas instituições, assombrando a nossa democracia. Retardatários e defasados no tempo, desejam a implantação de um sanguinário totalitarismo de esquerda através de um nefasto programa de "direitos humanos".
Diante do acovardamento do TSE, da cumplicidade da OAB e do Ministério Público e do aparelhamento do STF, seria importante a presença de observadores internacionais pelo atropelamento da lei eleitoral já em curso."
SERGIO VILLAÇA (Recife, PE)

Imprensa
"Na Folha de ontem, havia uma reportagem em que o presidente Lula tascava mais uma de suas "pérolas" ao mesmo tempo em que atacava a imprensa ("Lula diz que mídia cobre governo com "má-fé", Brasil). Fico pensando no desserviço que ele causa à comunidade acadêmica dos cursos de jornalismo. Diz ele que, quando o governo entrega "2.000 casas", nada sai nos jornais. Mas que, quando "um buraco se abre", é primeira página.
Seria importante que o presidente entendesse algo muito simples, que eu, como cidadão, jornalista e professor universitário, tento repassar a quem conheço. Inaugurar 2.000 casas nunca será notícia prioritária nos jornais sérios, porque se trata de uma obrigação governamental.
O buraco aberto -e por "buraco" aqui quero que se compreendam as mazelas físicas e especialmente as comportamentais que revelam corrupção, sujeira e mau uso da máquina pública-, por sua vez, será sempre notícia, porque a imprensa tem de apresentar ao seu público os fatos que lhe atingem diretamente e também questionar a razão de tal estrutura ter se rompido tão facilmente."
ROBERTO MANCUZO JÚNIOR, jornalista (Presidente Prudente, SP)

"Exagerado o editorial "Devaneio autocrático" (Opinião, ontem). Lula critica a imprensa. Qual é o problema? Desde quando criticar é ameaça à democracia? Menos..."
MÁRCIA MEIRELES (São Paulo, SP)

"Pertinente o editorial "Devaneio autocrático", já que a função de todo governante, seja federal, seja estadual, seja municipal, é proporcionar o bem-estar para toda a população.
O governante não tem que se vangloriar dos seus feitos, pois isso é sua obrigação. Nós pagamos impostos e os elegemos justamente para que eles apliquem adequadamente o nosso dinheiro.
Além do mais, é horrível viver num regime ditatorial com censura por todos os lados. A imprensa tem de ser livre e tem de divulgar a podridão sem ser sensacionalista. É estranho que um presidente que foi contra o regime militar critique quem o mostra todos os dias em todos os lugares."
CLAUDIR JOSÉ MANDELLI (Tupã, SP)

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