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PAINEL DO LEITOR
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Educação
"Deixo uma pergunta singela aos
"educadores" em greve: a quem pretendem educar esses homens e essas mulheres que não respeitam o
silêncio nas proximidades de hospitais, que fecham o trânsito na hora
do rush, prejudicando milhares de
trabalhadores, e que picham os muros da avenida Rebouças com palavreado chulo?
Deus proteja nossas crianças e
nossos jovens desses antiexemplos
de civilidade que se fazem passar
por profissionais do magistério."
SILVIA LAKATOS, jornalista (São Paulo, SP)
"Em 2008, o ombudsman desta
Folha criticou a parca cobertura da
greve dos docentes feita pelo jornal.
Em 2010, o jornal consegue piorar a
sua cobertura.
Nenhuma reportagem de fôlego
sobre o tema, nenhum esclarecimento que sirva aos envolvidos em
uma rede de milhões de alunos e
suas famílias, apenas a mera reprodução de "notas oficiais", que, desde
o dia 5/3, usam os mesmos números e análises equivocadas do governo do Estado.
Há um abismo entre defender em
sua linha editorial a educação como
alavanca social e ignorar o descaso
com a escola pública que acontece
cotidianamente."
SANDRO RIBEIRO CHAGAS, professor de história da
rede estadual (São Paulo, SP)
"A foto maior da Primeira Página de ontem mostrava dois policiais prendendo, com cassetete e
tudo, um professor da rede estadual
que participava da greve por melhores salários e condições de trabalho.
Acima da foto, em letras grandes
e negrito, a manchete: "Suíça bloqueia conta de filho de Sarney".
Ainda meio sonolento e não totalmente concentrado, pensei que o
cidadão seria o filho de Sarney e
que a justiça começara e ser feita
com eficiência e rapidez. Mas logo
vi que uma coisa nada tinha a ver
com a outra.
O professor que poderia até apanhar naquela situação era tratado
como bandido. O outro vai se defender nos tribunais e será apoiado politicamente pelo poder. E há grande
chance de isso não dar em nada.
Afinal, são apenas US$ 13 mi."
VASCO PEREIRA DE OLIVEIRA (Sertãozinho, SP)
Para não esquecer
"Os depoimentos das mulheres
vítimas de torturas durante o regime militar, como mostrou a coluna
de ontem de Eliane Cantanhêde
("Sem adjetivos'), são fortes, chocantes, desconfortáveis. Incomodam, porque revelam a que ponto a
brutalidade e a covardia humanas
podem chegar. Muitos dos que, como eu, combateram a ditadura instaurada em 1964 sofreram na pele
esse desrespeito.
Lembrar esses fatos é absolutamente essencial à consolidação da
jovem democracia brasileira, pois
expõem ao país e ao mundo os caminhos dos regimes radicais, totalitários e violentos.
As corajosas vozes dessas mulheres impedem-nos de esquecer um
dos episódios mais vergonhosos da
história do Brasil. Especialmente
para que não se repitam jamais."
RICARDO VIVEIROS, jornalista e escritor
(São Paulo, SP)
"Lendo a coluna de ontem de
Eliane Cantanhêde, enviei-lhe a seguinte mensagem, que agora repito
ao "Painel do Leitor".
Tenho 71 anos de idade. Políticos
e militares querem que esqueçamos. Quem viveu aquela quadra e
ainda não está com Alzheimer não
pode esquecer.
Assim como o Holocausto é sempre lembrado para que o nazismo
não volte nunca mais, temos que
lembrar as barbáries do golpe de 64
para que nunca mais se repita.
As novas gerações têm o direito (e
o dever) de conhecer esse lado nefasto da nossa história."
RAPHAEL B. PORTELLA (São Paulo, SP)
Ditaduras
"Imaginava que os admiradores
das ditaduras comunistas haviam
desaparecido juntamente com a ex-URSS. Ledo engano. Esses "jovens"
revolucionários que já gozam dos
benefícios da terceira idade foram
ressuscitados no governo Lula e resolveram vagar como zumbis em
todas as nossas instituições, assombrando a nossa democracia. Retardatários e defasados no tempo, desejam a implantação de um sanguinário totalitarismo de esquerda
através de um nefasto programa de
"direitos humanos".
Diante do acovardamento do
TSE, da cumplicidade da OAB e do
Ministério Público e do aparelhamento do STF, seria importante a
presença de observadores internacionais pelo atropelamento da lei
eleitoral já em curso."
SERGIO VILLAÇA (Recife, PE)
Imprensa
"Na Folha de ontem, havia uma
reportagem em que o presidente
Lula tascava mais uma de suas "pérolas" ao mesmo tempo em que atacava a imprensa ("Lula diz que mídia cobre governo com "má-fé",
Brasil). Fico pensando no desserviço que ele causa à comunidade acadêmica dos cursos de jornalismo.
Diz ele que, quando o governo entrega "2.000 casas", nada sai nos jornais. Mas que, quando "um buraco
se abre", é primeira página.
Seria importante que o presidente entendesse algo muito simples,
que eu, como cidadão, jornalista e
professor universitário, tento repassar a quem conheço.
Inaugurar 2.000 casas nunca será
notícia prioritária nos jornais sérios, porque se trata de uma obrigação governamental.
O buraco aberto -e por "buraco"
aqui quero que se compreendam as
mazelas físicas e especialmente as
comportamentais que revelam corrupção, sujeira e mau uso da máquina pública-, por sua vez, será sempre notícia, porque a imprensa tem
de apresentar ao seu público os fatos que lhe atingem diretamente e
também questionar a razão de tal
estrutura ter se rompido tão facilmente."
ROBERTO MANCUZO JÚNIOR, jornalista
(Presidente Prudente, SP)
"Exagerado o editorial "Devaneio
autocrático" (Opinião, ontem).
Lula critica a imprensa. Qual é o
problema? Desde quando criticar é
ameaça à democracia? Menos..."
MÁRCIA MEIRELES (São Paulo, SP)
"Pertinente o editorial "Devaneio
autocrático", já que a função de todo
governante, seja federal, seja
estadual, seja municipal, é proporcionar o bem-estar para toda a
população.
O governante não tem que se vangloriar dos seus feitos, pois isso é
sua obrigação. Nós pagamos impostos e os elegemos justamente para
que eles apliquem adequadamente
o nosso dinheiro.
Além do mais, é horrível viver
num regime ditatorial com censura
por todos os lados. A imprensa tem
de ser livre e tem de divulgar a podridão sem ser sensacionalista.
É estranho que um presidente
que foi contra o regime militar critique quem o mostra todos os dias em
todos os lugares."
CLAUDIR JOSÉ MANDELLI (Tupã, SP)
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