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Auditores fiscais
"Precariedade e obsolescência
são termos que definem com perfeição um problema crônico que há
décadas fragiliza a competitividade
da economia brasileira: a combalida
infra-estrutura do país, que perde
em eficiência e custo para todos os
principais competidores diretos.
Mas o que era ruim ficou pior. A
greve dos auditores fiscais da Receita Federal, responsáveis pela liberação das mercadorias na alfândega, está deteriorando ainda mais a
já emperrada logística do país. Num
mundo globalizado, um país precisa
oferecer facilidades, e não barreiras
para as relações comerciais entre
empresas de diversas nações.
O Estado não pode ficar refém de
uma elite de servidores que já ganha bons salários. É preciso punir
rigorosamente os gestores públicos
envolvidos nessa paralisação. Greves como essa e a precária infra-estrutura explicam o desempenho sofrível do Brasil na troca de mercadorias com o exterior. Aliás, é bom
deixar bem claro que o crescimento
brasileiro foi embalado pela elevação do preço das commodities, e
não pela eficiência logística. Pagamos o preço do atraso."
MURILO AUGUSTO DE MEDEIROS (Brasília, DF)
Presidente do STF
"O novo presidente do Supremo,
ministro Gilmar Mendes, tocou em
questões importantes. A banalização das medidas provisórias, a falta
de ação das autoridades diante da
invasão de propriedades e inviabilização de repartições públicas e a
clara omissão do Executivo e do Legislativo, que acabam migrando para o Judiciário importantes decisões de competência do governo e
do Congresso. Se absorvidas com
responsabilidade, essas observações poderão representar grande
passo para a solução do caos que
ameaça as instituições brasileiras e
até o Estado de Direito.
O presidente não pode continuar
editando medidas provisórias ao
bel prazer. A MP é como o "botão de
pânico", para ser acionado só em casos de vida ou morte, guerra ou paz.
O Executivo e o Congresso têm de
cumprir suas obrigações, para evitar que o Judiciário tenha de fazê-lo
supletivamente."
DIRCEU CARDOSO GONÇALVES, dirigente da Aspomil -Associação de Assistência Social dos Policiais Militares de São Paulo (São Paulo, SP)
Primeira-dama
"Como seria bom ligar a televisão
nos noticiários nacionais -e, por
que não, internacionais- e ver nosso presidente e a primeira-dama
envolvidos com os brasileiros que
os elegeram e que agora padecem
com a dengue ou com as enchentes.
Nenhuma imagem deles em locais
das tragédias nacionais!
Como seria bom ter uma primeira-dama que demonstrasse sensibilidade e interesse em participar ativamente de seu país. Que viajasse
menos para fora e se dedicasse à
realidade aqui de dentro. Que cultivasse menos a fantasia de se tornar
uma Jackie Kennedy e usasse a sua
experiência de vida, que parece ter
sido simples, a favor de tantos miseráveis que imploram por assistência médica, que assistem à agonia e
à morte de seus filhos.
Para ser Jackie ou Diana é preciso muito mais do que empunhar
uma bolsa de grife."
MARIZA MUZY VILLELA ANDRIGUETI (São Paulo, SP)
Caso Isabella
"Devidamente oportuno e necessário o artigo da colunista Barbara
Gancia neste momento em que todos se perguntam os porquês do caso Isabella. Deveríamos aproveitar
para questionar que tipo de educação e valores estamos dando aos
nossos filhos. Assumir isso e ter
melhores atitudes com certeza não
mudará o mundo, mas trará seres
mais humanos e solidários. "
ELAINE WADA LOPES (Ribeirão Preto, SP)
"Faz pensar o artigo de Cláudio
Guimarães dos Santos ("Vox populi,
vox Dei?", "Tendências/Debates",
25/4), que discute o paradoxo entre
a passividade do brasileiro em relação aos crimes de colarinho branco
e seu desejo de justiça severa para
os supostos assassinos de Isabella.
Em minha opinião, a explicação reside na histórica alienação do povo
aliada ao desconhecimento dos
princípios de cidadania, agravados
pelo desprezo aos mais elementares valores de civilidade."
MARCELO MELGAÇO (Goiânia, GO)
Pé no barro
"Saúdo a inclusão do ex-presidente FHC entre os cem intelectuais da atualidade. Mostra, a meu
ver, que ele não deveria ter governado o Brasil. Tem postura para dirigir Portugal, Espanha. Nunca o
Brasil. Para governar o Brasil, tem
de ser um sujeito como Lula. Nível
médio de instrução, passional na
forma de governar. Linguajar popular. Um exemplo: um representante
da ONU meteu bronca no biocombustível. Resposta do Lula: "É muito
fácil criticar sentado num banco
(instituição financeira) na Suíça.
Tem de vir aqui, meter o pé no barro". Demais essa resposta."
WALTER DWORAK FILHO (Porto Alegre, RS)
Alimentos
"O fato que foi esquecido durante
todas essas discussões é que os alimentos no Brasil foram pouco melhorados nos últimos 30 anos. Conforme estatísticas da FAO, uma cultura principal dos pobres, como a
mandioca, perdeu produtividade.
As pesquisas mundiais e as do nosso
laboratório mostram que a produtividade pode chegar até 100 toneladas por hectare (estamos em torne
de 13). Infelizmente, não foi aproveitada nem explorada."
NAGIB NASSAR, professor titular de genética, Universidade de Brasília (Brasília, DF)
E o bispo?
"Participei dia 24/4 de um evento
no mosteiro São Bento em homenagem ao cardeal de São Paulo, d.
Odilo. Qual minha surpresa ao ler a
Folha hoje. Nenhuma foto do cardeal, e sim duas dos políticos presentes. Afinal, para quem era a homenagem?"
LIA GREGORINE (São Paulo, SP)
Tiradentes
"Sou admirador dos textos do
professor Kenneth Maxwell, mas
não concordo com suas considerações sobre Tiradentes. Os autos da
devassa da Inconfidência Mineira
revelam a altivez e a coragem do alferes, características dos heróis.
Não me considero provinciano e,
como todos os mineiros, louvo nosso maior protomártir."
ROGÉRIO MEDEIROS GARCIA DE LIMA, desembargador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (Belo
Horizonte, MG)
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