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COMPETÊNCIA TECNOLÓGICA
A Fundação de Amparo à Pesquisa
do Estado de São Paulo (Fapesp), que
basicamente financia com eficácia a
ciência no setor público, pretende
agora ultrapassar os muros da academia e contribuir para a criação de um
sistema de inovação tecnológica no
Brasil. Essa transformação, induzida
pela ampliação dos recursos à disposição da Fapesp de 0,5% para 1% da
arrecadação de impostos do Estado
de São Paulo, são os seus programas
de apoio a parcerias entre empresas e
centros de pesquisa, em especial o
mais recente, que concentra o foco
nas pequenas empresas.
O esforço da Fapesp é uma exceção
na história de intervenções desastradas do Estado na economia brasileira. A rigor, aliás, não se trata de intervenção, mas de indução. Como
ressalta a direção da instituição, não
se trata de substituir o investimento
privado, mas de fomentar a parceria
entre empresas e pesquisadores.
"Entrar no Primeiro Mundo" é um
dos mitos mais fortes nos países em
desenvolvimento. Aliás, a própria expressão "em desenvolvimento", em
vez de países "atrasados" ou do
clássico "subdesenvolvidos", já é
um hábito adquirido ao longo de vários anos em que se foi consagrando
a idéia do "catch up" (alcançar os
países industrializados). Entre os
poucos consensos recentes, entretanto, está a tese de que é possível
superar o atraso com investimentos
intensivos em educação e tecnologia,
acumulando o que se vem chamando
de "capital humano".
Na economia do conhecimento, essência da globalização, esse é o tipo
de capital mais caro, mas é o que tem
as mais altas taxas de retorno.
Uma política tecnológica, como a
da Fapesp, não envolve subsídios
nem protecionismo. É o sistema produtivo que se torna mais competitivo
e a sociedade, mais capacitada.
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