São Paulo, domingo, 26 de maio de 2002

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PAINEL DO LEITOR

Osesp
"Não tenho procuração para defender quem quer que seja, mas algumas coisas me incomodaram na reportagem sobre o contrato do maestro John Neschling com a Fundação Padre Anchieta ("Secretaria da Cultura paga contrato sigiloso, Ilustrada, pág. E6, 21/5). Não se pode misturar a validade do sigilo do contrato com o seu valor. A insistência do repórter em misturar as duas coisas tenta insinuar um escândalo. O valor do contrato é mérito do maestro -por sua competência, pelo seu valor no mercado ou por suas habilidades negociais. Quanto aos US$ 400 mil em si, há pouco a discutir, como disse o secretário Marcos Mendonça, já que os resultados da orquestra -como demonstrado na análise de Arthur Nestrovski- superam em muito o valor empregado."
Ricardo Freire (São Paulo, SP)

"Até que enfim veio à baila a pouca vergonha que a Secretaria de Estado da Cultura escondia, anos seguidos, sobre o volumoso e polpudo contrato do sr. John Neschling à frente da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. É uma pena que a cultura seja entregue a pessoas políticas sem o menor conhecimento de causa. É estranho que um cidadão que ocupa uma secretaria de Estado não tenha conhecimento de tamanha arbitrariedade em sua pasta. Além do mais, disse que a antiga Orquestra Sinfônica do Estado não possuía repertório, só executava obras antigas a cada 15 dias, com público de 90 a 100 pessoas. Quantas coisas ditas sem conhecimento de causa. Quando da reformulação da nova orquestra, o regente escolhido pelos professores foi o maestro Fabio Mechetti, e não o atual. O atual teve à sua disposição verbas vultosas para reestruturar a sinfônica, ou melhor, as cordas, pois o naipe de sopros e percussão são os mesmos, com pequenas modificações. A antiga orquestra, neste governo, não teve o apoio financeiro que está sendo concedido a essa orquestra."
Dante Perini , inspetor da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo de 1972 a 1996 (São Paulo, SP)


Violência e educação
"Como membro do corpo docente da Faculdade Paulista de Artes, venho manifestar publicamente o meu repúdio contra mais um ato de violência em São Paulo, que agora vitimou o professor Luiz Rogério Telles Scaglione, diretor desta instituição. Diante dessa e de tantas tragédias que entram em nossas casas diariamente, penso que é preciso que a sociedade brasileira como um todo faça uma revisão dos valores éticos para que todos nós possamos viver melhor. Sem essa reestruturação de valores, como o bem comum, a honestidade, a justiça e a compreensão -entre tantos outros que poderiam ser citados-, não há como melhorar o nosso país. E o único meio de modificar essa situação que nos ameaça diariamente é por meio da educação."
Vera Toledo Piza, professora, coordenadora do ciclo básico da Faculdade Paulista de Artes (São Paulo, SP)


Riscos
"Boris Fausto não teve sorte. Sua carta reclamando de meu artigo "Sobre o risco Lula" ("Tendências/Debates", 21/5) foi publicada junto com as colunas de Clóvis Rossi, de Valdo Cruz, de Carlos Heitor Cony e de Janio de Freitas, que denunciam evidências de complacência com a corrupção e de responsabilidade do governo tucano pelo "risco Brasil". Além disso, no mesmo dia, ilustres economistas criticaram os arautos do "efeito tango" como "terrorismo eleitoral". Clóvis Rossi chega a dizer, em relação às "obviedades galopantes" de FHC, que, "pretender, como tática eleitoral, insinuar que qualquer mudança levará ao desastre é, aí sim, falta de coragem e de responsabilidade". Assino embaixo."
Maria Victoria de Mesquita Benevides, professora titular da USP (São Paulo, SP)


Garotinho em Uberaba
"Cumpre-me prestar alguns esclarecimentos com relação à informação contida na nota "Som baixo", publicada na seção "Painel" (pág. A4) em 24/5. Embora já tenha manifestado publicamente o meu apoio às candidaturas do deputado Aécio Neves -ao governo de Minas Gerais- e do senador José Serra -à Presidência da República- e esteja empenhado em colaborar pela aproximação do meu partido, o PFL, com o PSDB mineiro, tenho recepcionado todos os candidatos a presidente que visitam Uberaba, incluindo o ex-governador Anthony Garotinho, na quinta-feira. Como bom uberabense que sou, procuro sempre prestigiar quem prestigia Uberaba. No entanto, diferentemente do que foi publicado na nota do "Painel", não houve nenhum impedimento para que o encontro do ex-governador com os evangélicos da cidade acontecesse no estádio Uberabão. Os próprios organizadores do evento optaram por outro local, apesar de o estádio ter sido colocado à disposição do encontro pela prefeitura municipal."
Marcos Montes, prefeito de Uberaba (Uberaba, MG)

Resposta do jornalista Rogério Gentile, editor do "Painel" - A Prefeitura de Uberaba alegou aos organizadores do evento que o show não poderia ser realizado no estádio para não provocar estragos no gramado.


TRT-SP
"Em relação à reportagem "Luiz Estevão tem bens arrestados" (Brasil, pág. A11, 24/5), esclareço que em nenhum processo judicial foi comprovado o meu envolvimento no TRT/SP. A espalhafatosa ação do TCU busca encobrir a sua omissão ao atestar, durante sete anos, a regularidade da obra e ao autorizar o seu prosseguimento."
Luiz Estevão de Oliveira Neto (Brasília, DF)


Santidade
"Em relação à carta do leitor Rubens Paes, de Arapongas -PR- ("Santa", "Painel do Leitor", pág. A3, 21/5), que perguntou sobre o que os santos podem fazer pelo povo brasileiro, gostaria de dizer que, para sabermos sobre a eficácia dos santos, basta saber que a Igreja Católica, ao canonizar alguém, não o faz da noite para o dia. Ela se utiliza da ciência, dos milagres comprovados por ela etc... Com certeza, se nos aprofundarmos no conhecimento da vida dos santos, veremos que a maioria deles foram pessoas que erraram muito na vida, mas que, ao fazerem uma profunda experiência com Deus, tiveram suas vidas transformadas e não ficaram acomodados, mas partiram para a ação. Se tivéssemos um país em que cada um fosse um pouquinho santa Paulina, são Francisco de Assis, santa Terezinha certamente a moral, a honestidade e a ética, seriam cultivadas. De santos, de fato, o Brasil está cheio. Mas não o suficiente para que as injustiças, as desigualdades sociais e o egoísmo sejam dissipados. Aliás, esse é um sonho que seria possível se tivéssemos mais pessoas lutando pela vida de santidade."
José Ricardo (São Paulo, SP)


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