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PAINEL DO LEITOR
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Amazônia
"Após o governador Blairo Maggi
(MT) dizer em alto e bom som que
não se faz agricultura ou pecuária
sem retirar florestas, mesmo sendo
brasileira, prefiro uma Amazônia
internacionalizada, mas preservada, a uma Amazônia brasileira, mas
devastada.
A Amazônia, por sua grandeza e
importância, teria que ser mesmo
administrada por países e pessoas
sérias, comprometidos com o bem-estar da humanidade. Grandes
cientistas do mundo, inclusive expoentes brasileiros, pesquisando
aquela biodiversidade sem igual
achariam com certeza a cura para
males que assolam os povos.
Sem tomar as providências para a
preservação, em um futuro não
muito distante, em vez de árvores,
sobrarão apenas pedras na região
sugada pela ganância dos desmatadores de florestas.
Utopia? Possibilidade? Realismo? Com certeza, com os argumentos acima, "entreguismo" não seria."
ANA ROSA BELLODI (Jaboticabal, SP)
"Interessante Barack Obama discursar sobre a América Latina, tentando mostrar que é mais aberto à
discussão de políticas para a região
do que o atual presidente. Esquece,
no entanto, o virtual candidato que
95% das florestas norte-americanas foram destruídas em nome do
alto padrão de consumo de seu país,
modelo lamentavelmente copiado
mundo afora e a principal causa do
aquecimento global e das mazelas
ambientais que enfrentamos.
Temos duas certezas: a) os biocombustíveis vieram para ficar e
são a forma mais limpa, segura e
sustentável de obter energia para
transporte de carga e de pessoas e
b) a Amazônia sofre com desmatamento ilegal, pois não há controle
adequado na região. O desafio é encontrar a forma adequada de promover a primeira e coibir a segunda, com ou sem ajuda externa."
ADILSON ROBERTO GONÇALVES professor da Escola
de Engenharia de Lorena - USP (Lorena, SP)
Educação
"Numa escala de 0 a 10, o ensino
médio em São Paulo ganhou nota
1,14, muito aquém dos seis pontos
considerados padrão para países
desenvolvidos. Apenas duas escolas
conseguiram atingir a meta. As
principais causas apontadas foram:
1) a falta de professores; 2) a ausência de interesses dos alunos; 3) a má
gestão e o desinteresse de professores e diretores; 4) a precariedade de
condições básicas.
Antônio Ermírio de Moraes ("Lamentável", 25/5) adicionou, com razão, a "deterioração do respeito humano", que tem feito de alunos algozes de professores, num reflexo da
crise de valores e de condições por
que passa a sociedade. Com isso, é
preciso acrescentar o valor dos salários dos professores para constatar
qual é a principal causa da cegueira
política, da violência e do desemprego de jovens (46,6% dos desempregados) no Brasil?"
EDVANILSON DE ARAÚJO LIMA (Goiânia, GO)
"Excelente a abordagem do empresário Antônio Ermírio. É extremamente difícil fazer um relato inteligente e coerente por quem não
está no cotidiano de uma sala de aula. Parabéns, a sua coluna relatou o
que muitos educadores gostariam
de dizer, mas sem a mesma repercussão do grande empresário."
ANTÔNIO CARLOS FRANCISCO DE OLIVEIRA, professor da rede pública estadual e municipal de São
Paulo (Taboão da Serra, SP)
Funcionário-fantasma
"Estranhas as declarações do ministro Hélio Costa (Comunicações)
com relação ao seu filho (Brasil,
24/5). Ele disse que seu filho decidiu pedir demissão por que "é um
jovem de caráter irreparável". Afinal, desde 2003, como funcionário-fantasma, sem trabalhar, sem comparecer à repartição, mas recebendo salário... Isso é "caráter irreparável'? Será que o presidente da República alterou o conceito de "caráter irreparável" por meio de medida
provisória?"
NELSON JOSÉ DUQUE (Caxambu, MG)
Células-tronco
"O que são 90 dias de espera para
o julgamento das pesquisas com células-tronco embrionárias perto
dos 20 anos de estudos com elas,
mas sem resultado nenhum? Nós,
portadores de doenças degenerativas incuráveis, não podemos continuar esperando. Por que tanta insistência no que não funciona?
Afinal, as células-tronco adultas
são as únicas que têm apresentado
resultados animadores, mas que,
tristemente, são pouco divulgados.
E ainda dizem que nossa "única esperança de cura" são as células-tronco embrionárias! Que interesses há por trás disso? Não parece
ser a nossa cura."
ANA C. N. SASAKI, portadora de esclerose múltipla
(São Paulo, SP)
Ética na política
"Infelizmente perdemos Jefferson Péres, caso raríssimo de honestidade -se não o único- na política
brasileira. Todas as vezes em que se
fala na culpa dos eleitores pela eleição dos corruptos, pergunto: Como
eleger honestos, se não os há? Começa com a infidelidade dos partidos a seus programas e cessão de
suas legendas a candidatos denunciados ou condenados nas primeiras instâncias e, para finalizar, a falta de rigor da Justiça Eleitoral nesses casos, não cancelando candidaturas e registro de partidos."
MÁRIO ALVES DENTE (São Paulo, SP)
"De grande atualidade o artigo de
Clóvis Rossi publicado ontem
("Um", pág. A2). A frase "político no
Brasil não tem biografia, mas folha
corrida" espelha uma triste, mas
verdadeira realidade. Pior é que a
patifaria generalizada faz com que
nossos políticos não tenham mais
vergonha de proceder mal. Entreolham-se empertigados, sem o menor rubor facial, no estilo já propalado por Chico Anysio: "Sou, mas
quem não é?"."
GERALDO SIFFERT JUNIOR (Rio de Janeiro, RJ)
"Gostaria de dizer ao jornalista
Clóvis Rossi que muitos dos nossos
políticos seguem, em parte, o exemplo da mulher de César. Eles até parecem honestos."
ALVARO BERNAL DE ALMEIDA (João Pessoa, PB)
Luta armada
"Abstenho-me de polemizar com
qualquer leitor que encaminhe missiva a esse "Painel do Leitor", por entender que a diversidade de opiniões deve ser respeitada. Nada
obstante, julgo necessário esclarecer à leitora Liliana Hellmeister
que não solicitei nem sequer usaria
procuração dela para expor ponto
de vista estritamente pessoal quanto ao assunto epigrafado. O dela está perfeitamente claro, assim como
o meu, sem "arrogâncias", "tendenciosidades" ou "desrespeitos". E viva
a democracia, pela qual muitos lutamos e que conquistamos a duras
penas, que nos permite dialogar de
forma serena, sem a censura que
era praxe nos "anos de chumbo"."
CESAR LUIZ DA SILVA PEREIRA (Curitiba, PR)
"Gostei do artigo de Marco Antonio Villa ("Falácias sobre a luta armada na ditadura", "Tendências/
Debates", 19/5). Ele me lembrou de
um quadro que Jô Soares tinha na
época das Diretas-Já. No auge desse
movimento, uma autoridade do governo afirmou que "eleição direta
para presidente, só para o sucessor
do sucessor do presidente Figueiredo". O gordo, então, pegou esse mote e, com muita ironia e humor, o
repetiu várias vezes.
Mas foi exatamente isso o que
aconteceu. Fernando Collor foi o
sucessor do sucessor do presidente
Figueiredo. Recordo-me ainda de
que "uma distensão lenta, gradual e
segura", instaurada por Ernesto
Geisel, precedeu a eleição de 1989.
Portanto, essa conversa de heroísmo da luta armada contra a ditadura é pura tolice. Os militares
entregaram o poder aos civis conforme o cronograma que traçaram
para tal fim. Esses que ficam endeusando essa tal de luta armada dos
anos 1960 e 1970 são uns iludidos e
inconseqüentes. Consideravam
certo o combate à ditadura brasileira com o apoio de Cuba e da ex-URSS, mas acham errado o combate à ditadura cubana com o apoio
dos EUA."
LUIZ WASHINGTON DE A. RAMOS (Teresina, PI)
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