São Paulo, segunda-feira, 26 de maio de 2008

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PAINEL DO LEITOR

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Amazônia
"Após o governador Blairo Maggi (MT) dizer em alto e bom som que não se faz agricultura ou pecuária sem retirar florestas, mesmo sendo brasileira, prefiro uma Amazônia internacionalizada, mas preservada, a uma Amazônia brasileira, mas devastada.
A Amazônia, por sua grandeza e importância, teria que ser mesmo administrada por países e pessoas sérias, comprometidos com o bem-estar da humanidade. Grandes cientistas do mundo, inclusive expoentes brasileiros, pesquisando aquela biodiversidade sem igual achariam com certeza a cura para males que assolam os povos.
Sem tomar as providências para a preservação, em um futuro não muito distante, em vez de árvores, sobrarão apenas pedras na região sugada pela ganância dos desmatadores de florestas.
Utopia? Possibilidade? Realismo? Com certeza, com os argumentos acima, "entreguismo" não seria."
ANA ROSA BELLODI (Jaboticabal, SP)

"Interessante Barack Obama discursar sobre a América Latina, tentando mostrar que é mais aberto à discussão de políticas para a região do que o atual presidente. Esquece, no entanto, o virtual candidato que 95% das florestas norte-americanas foram destruídas em nome do alto padrão de consumo de seu país, modelo lamentavelmente copiado mundo afora e a principal causa do aquecimento global e das mazelas ambientais que enfrentamos.
Temos duas certezas: a) os biocombustíveis vieram para ficar e são a forma mais limpa, segura e sustentável de obter energia para transporte de carga e de pessoas e b) a Amazônia sofre com desmatamento ilegal, pois não há controle adequado na região. O desafio é encontrar a forma adequada de promover a primeira e coibir a segunda, com ou sem ajuda externa."
ADILSON ROBERTO GONÇALVES professor da Escola de Engenharia de Lorena - USP (Lorena, SP)

Educação
"Numa escala de 0 a 10, o ensino médio em São Paulo ganhou nota 1,14, muito aquém dos seis pontos considerados padrão para países desenvolvidos. Apenas duas escolas conseguiram atingir a meta. As principais causas apontadas foram:
1) a falta de professores; 2) a ausência de interesses dos alunos; 3) a má gestão e o desinteresse de professores e diretores; 4) a precariedade de condições básicas.
Antônio Ermírio de Moraes ("Lamentável", 25/5) adicionou, com razão, a "deterioração do respeito humano", que tem feito de alunos algozes de professores, num reflexo da crise de valores e de condições por que passa a sociedade. Com isso, é preciso acrescentar o valor dos salários dos professores para constatar qual é a principal causa da cegueira política, da violência e do desemprego de jovens (46,6% dos desempregados) no Brasil?"
EDVANILSON DE ARAÚJO LIMA (Goiânia, GO)

"Excelente a abordagem do empresário Antônio Ermírio. É extremamente difícil fazer um relato inteligente e coerente por quem não está no cotidiano de uma sala de aula. Parabéns, a sua coluna relatou o que muitos educadores gostariam de dizer, mas sem a mesma repercussão do grande empresário."
ANTÔNIO CARLOS FRANCISCO DE OLIVEIRA, professor da rede pública estadual e municipal de São Paulo (Taboão da Serra, SP)

Funcionário-fantasma
"Estranhas as declarações do ministro Hélio Costa (Comunicações) com relação ao seu filho (Brasil, 24/5). Ele disse que seu filho decidiu pedir demissão por que "é um jovem de caráter irreparável". Afinal, desde 2003, como funcionário-fantasma, sem trabalhar, sem comparecer à repartição, mas recebendo salário... Isso é "caráter irreparável'? Será que o presidente da República alterou o conceito de "caráter irreparável" por meio de medida provisória?"
NELSON JOSÉ DUQUE (Caxambu, MG)

Células-tronco
"O que são 90 dias de espera para o julgamento das pesquisas com células-tronco embrionárias perto dos 20 anos de estudos com elas, mas sem resultado nenhum? Nós, portadores de doenças degenerativas incuráveis, não podemos continuar esperando. Por que tanta insistência no que não funciona? Afinal, as células-tronco adultas são as únicas que têm apresentado resultados animadores, mas que, tristemente, são pouco divulgados.
E ainda dizem que nossa "única esperança de cura" são as células-tronco embrionárias! Que interesses há por trás disso? Não parece ser a nossa cura."
ANA C. N. SASAKI, portadora de esclerose múltipla (São Paulo, SP)

Ética na política
"Infelizmente perdemos Jefferson Péres, caso raríssimo de honestidade -se não o único- na política brasileira. Todas as vezes em que se fala na culpa dos eleitores pela eleição dos corruptos, pergunto: Como eleger honestos, se não os há? Começa com a infidelidade dos partidos a seus programas e cessão de suas legendas a candidatos denunciados ou condenados nas primeiras instâncias e, para finalizar, a falta de rigor da Justiça Eleitoral nesses casos, não cancelando candidaturas e registro de partidos."
MÁRIO ALVES DENTE (São Paulo, SP)

"De grande atualidade o artigo de Clóvis Rossi publicado ontem ("Um", pág. A2). A frase "político no Brasil não tem biografia, mas folha corrida" espelha uma triste, mas verdadeira realidade. Pior é que a patifaria generalizada faz com que nossos políticos não tenham mais vergonha de proceder mal. Entreolham-se empertigados, sem o menor rubor facial, no estilo já propalado por Chico Anysio: "Sou, mas quem não é?"."
GERALDO SIFFERT JUNIOR (Rio de Janeiro, RJ)

"Gostaria de dizer ao jornalista Clóvis Rossi que muitos dos nossos políticos seguem, em parte, o exemplo da mulher de César. Eles até parecem honestos."
ALVARO BERNAL DE ALMEIDA (João Pessoa, PB)

Luta armada
"Abstenho-me de polemizar com qualquer leitor que encaminhe missiva a esse "Painel do Leitor", por entender que a diversidade de opiniões deve ser respeitada. Nada obstante, julgo necessário esclarecer à leitora Liliana Hellmeister que não solicitei nem sequer usaria procuração dela para expor ponto de vista estritamente pessoal quanto ao assunto epigrafado. O dela está perfeitamente claro, assim como o meu, sem "arrogâncias", "tendenciosidades" ou "desrespeitos". E viva a democracia, pela qual muitos lutamos e que conquistamos a duras penas, que nos permite dialogar de forma serena, sem a censura que era praxe nos "anos de chumbo"."
CESAR LUIZ DA SILVA PEREIRA (Curitiba, PR)

"Gostei do artigo de Marco Antonio Villa ("Falácias sobre a luta armada na ditadura", "Tendências/ Debates", 19/5). Ele me lembrou de um quadro que Jô Soares tinha na época das Diretas-Já. No auge desse movimento, uma autoridade do governo afirmou que "eleição direta para presidente, só para o sucessor do sucessor do presidente Figueiredo". O gordo, então, pegou esse mote e, com muita ironia e humor, o repetiu várias vezes.
Mas foi exatamente isso o que aconteceu. Fernando Collor foi o sucessor do sucessor do presidente Figueiredo. Recordo-me ainda de que "uma distensão lenta, gradual e segura", instaurada por Ernesto Geisel, precedeu a eleição de 1989.
Portanto, essa conversa de heroísmo da luta armada contra a ditadura é pura tolice. Os militares entregaram o poder aos civis conforme o cronograma que traçaram para tal fim. Esses que ficam endeusando essa tal de luta armada dos anos 1960 e 1970 são uns iludidos e inconseqüentes. Consideravam certo o combate à ditadura brasileira com o apoio de Cuba e da ex-URSS, mas acham errado o combate à ditadura cubana com o apoio dos EUA."
LUIZ WASHINGTON DE A. RAMOS (Teresina, PI)

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