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MENSAGEM DO BC
A ata relativa à reunião deste
mês do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom)
dirimiu algumas incertezas a respeito do comportamento da autoridade
monetária diante das recentes pressões inflacionárias. Quanto à meta
fixada para este ano, o Copom constatou o que se sabia: as projeções indicam que o índice de preços ao consumidor irá superar os 5,5% estabelecidos. O BC indicou que acomodará a alta na margem de tolerância de
2,5 pontos percentuais, afirmando
que "a flexibilidade inerente ao sistema poderá absorver de maneira judiciosa" as pressões existentes.
Considerando que os efeitos de
"choques transitórios" de preços
tendem a se concentrar no curto prazo, o Copom estará mais atento à trajetória inflacionária nos próximos 12
meses, descartando a possibilidade
de elevar os juros para tentar reduzir
a inflação no ano-calendário de 2004,
que se encerra em dezembro.
Não parece haver dúvida, porém,
de que está afastada a hipótese de
corte da taxa básica em julho. E não é
improvável que o mesmo se repita
em agosto. A depender do comportamento da inflação projetada em 12
meses, a Selic poderia até mesmo ser
mantida em 16% por mais tempo.
Com isso, a ata visa a conter expectativas que se formavam no mercado
a respeito da inflação e dos juros futuros, que vinham subindo.
As explicações e os sinais emitidos
pelo Copom parecem coerentes com
os propósitos da autoridade monetária dentro dos parâmetros vigentes.
Podem ser interpretados como uma
espécie de "basta" dirigido aos que
apostavam num comportamento
mais permissivo do BC.
Não obstante o papel de organizador de expectativas, que deve ser desempenhado pela autoridade monetária, o debate acerca da meta de 2005
não está encerrado. Há indícios consideráveis de que perseguir uma inflação de 4,5% no ano que vem poderá exigir sacrifícios indesejáveis, afetando de forma negativa a produção
e o emprego e gerando efeitos danosos sobre a recuperação ainda lenta
da atividade econômica doméstica.
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