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EMPREGO E CRESCIMENTO
Pesquisa Dieese-Seade referente ao mês de julho indica que o
desemprego na região metropolitana de São Paulo caiu pelo terceiro
mês consecutivo. O índice mensal
apurado, de 18,5%, é o melhor registrado ao longo do governo Luiz Inácio Lula da Silva, mas ainda se encontra em patamar excessivamente
alto. Estima-se em 1.845.000 o número de desempregados na região.
Em 1990, depois de permanecer
quatro anos abaixo dos 10%, a taxa
de desemprego da Grande São Paulo
atingiu 10,3%. Desde então, ela vem
aumentando progressivamente. Em
1996, ultrapassou a casa dos 15% e,
no ano passado, chegou a 19,9%, seu
nível mais elevado.
A disparada do desemprego na
maior e mais rica concentração urbana do país não é um fenômeno isolado, mas tem características próprias
e seus múltiplos impactos sociais
vêm se revelando dramáticos. A proporção de miseráveis aumentou 51%
na área do município de São Paulo
durante a década de 90, de acordo
com dados do estudo "Mapa do Fim
da Fome 2", realizado pelo Centro de
Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas em parceria com a organização não-governamental Ação pela
Cidadania e o Sesc-RJ.
Segundo o levantamento, em 1991,
8% dos paulistanos enquadravam-se
na categoria miserável, contra 12,1%
em 2000. O trabalho considerou miseráveis as pessoas com renda mensal insuficiente para garantir a alimentação mínima recomendada pela Organização Mundial da Saúde.
O baixo crescimento, os avanços
tecnológicos, a fuga de empresas e
mudanças no perfil da economia
brasileira e paulista ajudam a explicar essa preocupante deterioração do
mercado de trabalho e o aumento da
miséria. A recuperação da atividade
econômica em curso é certamente
bem-vinda e alivia a situação. Ainda
precisará, porém, firmar-se e ganhar
vigor para alimentar esperanças em
relação a um processo consistente e
contínuo de queda do desemprego
com inclusão social e distribuição de
renda -sem o que a sociedade brasileira continuará patinando em suas
conhecidas e graves carências.
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