|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ELIANE CANTANHÊDE
A oposição tiririca
BRASÍLIA - Como mais velho parlamentar presente, Delfim Netto assumiu ontem a presidência da sessão de
uma comissão do Congresso com um
único objetivo: encerrá-la. A comissão visa ouvir o presidente do Banco
Central, Henrique Meirelles.
Conferindo datas rapidamente, o
deputado Félix Mendonça descobriu
que é três meses mais velho do que
Delfim. Em condições, portanto, de
reabrir a sessão e forçar a ida de Meirelles ao Congresso.
O "abre e fecha" foi um joguinho
governo-oposição. Porque Delfim, do
PP, dá sempre uma mão para o governo, enquanto Mendonça, do PFL,
marcha com a oposição.
No gabinete exatamente abaixo, o
próprio presidente do PFL, Jorge Bornhausen, fazia uma comparação: nos
tempos de FHC, Armínio Fraga presidia o BC e foi depor no Congresso;
Mendonça de Barros era ministro e
também foi; Eduardo Jorge Caldas
Pereira foi longamente ouvido. Mas,
no governo Lula, os presidentes do
BC e do Banco do Brasil (Cássio Casseb) não têm que prestar esclarecimento nenhum ao Congresso. "O Lula impede a legítima fiscalização da
oposição", reclamou.
Bornhausen aproveitou para lembrar que o governo evitou a CPI dos
Bingos e, com isso, impossibilitou a
quebra do sigilo telefônico de Waldomiro Diniz, o braço-direito do chefe
da Casa Civil flagrado em negociações heterodoxas com um bicheiro.
"Isso [quebra de sigilo] deixaria um
rastilho enorme", disse o pefelista.
Ele também dá razão às críticas do
tucano Tasso Jereissati às PPP (Parcerias Público-Privadas). Segundo
eles, o projeto fere a Lei de Responsabilidade Fiscal e enterra a Lei de Licitações, facilitando a corrupção.
E a economia, não está em plena
recuperação?
Diz Bornhausen: "Estão maximizando resultados medíocres para
massificar pela publicidade, até com
pronunciamentos ilegais do Lula pela TV em época eleitoral. Mas nem
por isso vão ganhar nas capitais".
A ver.
Texto Anterior: São Paulo - Clóvis Rossi: Os distraídos Próximo Texto: Rio de Janeiro - Carlos Heitor Cony: Até quando? Índice
|