São Paulo, sexta-feira, 26 de agosto de 2005

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PAINEL DO LEITOR @ - leitor@uol.com.br


Turismo
"Sobre o texto "Aperto fiscal deve superar meta em 2005" (Dinheiro, 24/8), o Ministério do Turismo esclarece alguns pontos. Ao destacar que, dos recursos para obras de infra-estrutura, o ministério teria gastado só R$ 1 milhão, o texto pode induzir o leitor à conclusão de que não está havendo investimentos em turismo, o que não é verdade. O orçamento do ministério para 2005 é de R$ 1.074.800.000,00. Desse total, R$ 728.100.000,00 são recursos oriundos de emendas orçamentárias, que poderão ou não ser aprovadas. O restante, R$ 346.700.000,00, são recursos próprios. Desses, cerca de R$ 75.000.000,00 referem-se a linhas orçamentárias da Secretaria Nacional de Programas de Desenvolvimento do Turismo, responsável por investimentos em capacitação, certificação, produção associada ao turismo, infra-estrutura e programas regionais de desenvolvimento. As duas últimas linhas de ação possuem orçamento de R$ 42.000.000,00. Somando-se as emendas parlamentares que prevêem utilização de recursos em obras, o orçamento chegaria a R$ 650.000.000,00, número próximo ao estimado pelo repórter. Para obras de infra-estrutura no ano de 2005, que é a única ação orçamentária a que a coluna se refere, o Ministério do Turismo promoveu a liberação financeira de um total de R$ 28.684.708: R$ 1 milhão é relativo a projetos de 2005; o restante refere-se a "restos a pagar 2004", de obras em andamento. Nesse sentido, o total efetivamente pago em 2005 é de quase R$ 30 milhões, e não de apenas R$ 1 milhão, como afirma a reportagem. Observamos que a liberação de recursos orçamentários exige uma série de medidas legais e formais que envolvem desde o município beneficiado com o recurso até a esfera federal. Em se tratando de obras, o ministério paga conforme o cronograma de execução, nunca antes. Em razão disso, os restos a pagar têm de ser considerados, pois configuram desembolso conforme execução."
Sandra Inácio, assessora especial de comunicação do Ministério do Turismo (Brasília, DF)

Tráfico
"A reportagem "Aposentada filma tráfico, e 22 são presos" (Cotidiano, 25/8) demonstra como qualquer brasileiro pode auxiliar a polícia a investigar, de forma exemplar, crimes praticados por quadrilhas organizadas e levar à prisão os investigados. Considero a ilustre aposentada uma versão nacional de "Miss Marple", personagem da famosa novelista inglesa Agatha Christie, que vem ensinar a própria polícia sobre métodos baratos, eficientes e modernos de investigação policial, colocando em risco sua própria vida."
Carlos Francisco V. Cavalcanti (Belo Horizonte, MG)

Creche
"A Folha de 24/8 distorceu a dimensão dos fatos e claramente "forçou a barra" ao tentar dar caráter de oportunismo eleitoral ao ato de entrega à população do novo Centro de Educação Infantil da Freguesia do Ó. O texto "Serra "inaugura" creche de 1981" (Cotidiano) deixa claro, logo no início, que tanto o prefeito José Serra como o secretário da Educação, José Aristodemo Pinotti, informaram nos discursos e em entrevistas que a creche tinha sido reformada e ampliada e que, portanto, se tratava de uma reinauguração. Apesar disso, o repórter preferiu dar mais destaque a uma pequena linha de texto, no pé da placa, que falava em inauguração -e que aparentemente só ele notou. E isso foi suficiente para justificar o maldoso título da reportagem. Ora, do ponto de vista de comunicação, se a intenção fosse mesmo fazer falsa propaganda, qual o sentido de registrar a "inauguração" em letras minúsculas numa plaquinha e ao mesmo tempo anunciar o contrário em todos os microfones? Ao iniciar seu discurso, o prefeito cumprimentou assim a diretora: "A Rosimeire Antunes, diretora do CEI que nós estamos hoje reinaugurando (...)". E depois: "Vim com muita alegria reinaugurar, porque esta era uma creche que já existia, mas que ficou comprometida por outras obras. Nós triplicamos as vagas existentes. Antes eram 70 e poucas, agora são mais de 200 vagas. Portanto é como se fosse um CEI novo -novo na construção, novo no seu tamanho". Na coletiva à imprensa, o secretário Pinotti também explicou: "Esta creche foi inaugurada em 1981 e, num determinado momento, por causa das enchentes, ela saiu daqui e foi para uma casa alugada. Esse terreno foi levantado e foi iniciada a construção, mas foi parada a obra. E, como quase todas as obras que foram paradas, nós estamos retomando e entregando"."
Sérgio Rondino, assessor de imprensa do prefeito José Serra (São Paulo, SP)

Escândalos
"Em relação à reportagem "Relator blindou PT e governo em 7 casos" (Brasil, 21/8), que cita o empresário Ronan Maria Pinto e o aponta como "acusado de irregularidades administrativas na gestão do PT", informo que se trata de uma informação impossível: Ronan Maria Pinto se dedica exclusivamente à iniciativa privada e jamais participou de qualquer administração pública, seja do PT, seja de qualquer outro partido. A informação de que teria remetido valores ao Uruguai por meio de uma "empresa sócia", a Roanoake, é totalmente errônea. Ronan Maria Pinto nunca foi dono da Roanoake nem possuiu qualquer participação na empresa. Ronan Maria Pinto teve a Roanoake como sócia em apenas um de seus empreendimentos, uma empresa de ônibus, em Cuiabá (MT), fundada em 1998. A sociedade acabou há quase cinco anos, em 2001. Para facilitar o trabalho do Ministério Público e esclarecer de vez o assunto, o empresário já encaminhou aos promotores, no início desses processos, todos os contratos sociais da Roanoake, tanto dos donos da empresa, no Uruguai, quanto do seu representante no Brasil, um empresário com endereço certo e negócios estabelecidos -e se prontifica a fazê-lo de novo caso os promotores se tenham esquecido dessa documentação. Se a Folha manifestar interesse em recebê-los, teremos prazer em enviar-lhes estes documentos."
Marli Gonçalves, Brickmann & Associados Comunicação, assessoria de imprensa do Grupo RMP (São Paulo, SP)

Resposta da jornalista Marta Salomon - Ronan Maria Pinto é réu em ações judiciais que apuram irregularidades administrativas na gestão do PT na Prefeitura de Santo André, o que inclui pagamentos de propina. A respeito das operações da Roanoake, a reportagem trata das investigações da CPI do Banestado, e não da promotoria. O jornal não afirmou que Ronan fez remessas ao exterior. Informou que essa suspeita, levantada pelo relatório final do presidente da CPI, jamais foi investigada pela comissão.

TV Globo
"Como inexistem técnicas de hipnose coletiva atingindo milhões de indivíduos durante 36 anos, deduzi, legitimamente, que Wanderley Guilherme dos Santos se referia à enorme audiência do "Jornal Nacional" quando afirmou, em entrevista à Folha, que o "JN" tinha "a emoção da opinião pública brasileira sob controle". A carta de ontem de Wanderley, esclarecendo-se, foi reveladora. Se não era a audiência a razão da crítica, a declaração do cientista político era apenas uma tolice que não merecia ser comentada. Como já disse, respeito o grande público e sei que ele é incontrolável: só aceita qualidade. Ainda bem. Há nove anos, Wanderley tem participado de programas ancorados por colunistas da Globonews, a quem acusou ontem de mentirosos. A primeira vez, em 1996, ano da inauguração da emissora, e a última, em março passado, sempre agradecendo pela acolhida. Diante dessa afirmação, os leitores da Folha saberão quem é o mentiroso. Acrescento que encerro aqui minha participação nesse debate. Recuso-me a prosseguir num diálogo com quem foge da discussão recorrendo a xingamentos."
Ali Kamel, diretor-executivo de jornalismo da Central Globo de Jornalismo (Rio de Janeiro, RJ)


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