São Paulo, sábado, 26 de agosto de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PAINEL DO LEITOR

O "Painel do Leitor" recebe colaborações por e-mail (leitor@uol.com.br), fax (0/xx/11/3223-1644) e correio (al.Barão de Limeira, 425, 4º andar, São Paulo-SP, CEP 01202-900). As mensagens devem ser concisas e conter nome completo, endereço e telefone. A Folha se reserva o direito de publicar trechos.

Leia mais cartas na Folha Online
www.folha.com.br/paineldoleitor

Drogas
"Embora a nova lei traga certos avanços, pergunto-me se já não é hora de aceitarmos a idéia de que grande parte dos usuários de drogas ilícitas não necessita de tratamento nem de programas educativos. O imperdoável nesta nova lei é não diferenciar o dependente do usuário, sendo que ambos são ainda tratados como criminosos."
MARCELO SODELLI , professor-doutor da PUC-SP/Cogeae (São Paulo, SP)

 

"Li, com tristeza e revolta, que o presidente Lula sancionou a lei que proíbe a prisão de usuários de drogas. Mais uma vez, o governo caminha na contramão da história. Em lugar de perdoar os usuários, tratando-os como vítimas e pobres coitados, deveria manter a pena de prisão para os viciados, até porque a lógica é muito clara: se não houvesse os viciados, não haveria o lucrativo e nefasto tráfico de drogas."
MAURO BORGES MALTA, coordenador nacional do Mutirão Droga Mata (São Paulo, SP)

 

"Parabenizo a Folha pela abordagem dada à aprovação da nova lei antidrogas. É importante que a imprensa entenda que o mais importante dessa medida é a criação do Sisnad e promova discussões a esse respeito em lugar de centrar as atenções para temas como a criminalização ou não do usuário. Temos que ampliar o debate, sem o que ficaremos sempre na polêmica estéril da busca de culpados."
JOSÉ ELIAS AIEX NETO , secretário municipal Antidrogas (Foz do Iguaçu, PR)

Poluição visual
"Não tenho nada contra a regulamentação da propaganda em outdoor, mas a lei que a prefeitura quer aprovar parece coisa das velhas ditaduras. Como especialista na área, gostaria de dar a minha sugestão. Primeira etapa: retirar imediatamente todas as placas, luminosos, faixas, tudo, absolutamente tudo, que não pague a taxa para a prefeitura. Como parece impossível realizar esta fiscalização, por falta de fiscais, daria esse serviço à Guarda Metropolitana, que ganharia um extra para fazer este trabalho. Isso já funciona em muitas cidades da Europa. Segunda etapa: pediria para retirar todos os postes e fios das companhias privadas -naturalmente, isso também se aplicaria às ligações clandestinas. Levaria de dois a três anos para pôr isso em prática. Haveria tempo para fazer uma regulamentação adequada para a cidade ficar mais bonita. Terceira etapa: financiar sem juros e com isenção do IPTU aqueles que desejem reformar e limpar os prédios da cidade e também a pintura das casas; regulamentar os espaços ocupados irregularmente -invasão de calçadas- e fazer um projeto definitivo para as calçadas usando lajotas hidráulicas com algum tipo de decoração. Isso seria responsabilidade da prefeitura, assim, poderíamos ter calçadas para andar."
FRANCESC PETIT , publicitário (São Paulo, SP)

Extraditar
"Reportagem da página B5 (Dinheiro) da edição de 6/8 apresenta este erro de regência verbal: "Megadoleiro preso em Praga há um ano é extraditado ao país". O verbo extraditar é transitivo direto (não tem sentido completo, exige um complemento). O correto, portanto, não é "extraditado ao país", e sim "extraditado para o país". Aqui vai um exemplo, colhido do verbete extraditar, da página 293 do "Dicionário Prático de Regência Verbal", do professor Celso Pedro Luft: "... foi extraditado (do Brasil) para a Itália"."
FERNANDO JORGE (São Paulo, SP)

Síria
"Em relação ao texto "Nasrallah vira ídolo pop e trunfo político na Síria" (Mundo, 20/8), sinto-me no dever de esclarecer alguns pontos: 1) É verdade que as fotos de Hassan Nasrallah estão espalhadas em todos os lugares na Síria -pelo fato de ele ter comandado a resistência libanesa, e não por ser um líder religioso. 2) O senhor Hassan Nasrallah comanda um partido político e um movimento de resistência nacional que está em harmonia com a posição da Síria em relação a Israel e a quem o apóia. 3) O artigo insinua que é precipitado apontar vitoriosos e derrotados. Essa afirmação contraria a realidade, pois o mundo inteiro, e até o próprio governo israelense, reconheceu a derrota de Israel, que não conseguiu alcançar nenhum dos objetivos almejados na sua guerra contra o Líbano. 4) Em relação ao isolamento árabe sofrido pela Síria, ele jamais aconteceu, e quem acompanha a situação política da Síria percebe que o presidente Bashar Al-Assad visitou recentemente vários países árabes e recebeu as visitas de vários líderes árabes. 5) O jornalista não transmitiu com clareza o verdadeiro conteúdo do discurso do nosso presidente, principalmente no que diz respeito à posição síria e à coragem que distingue o líder sírio dos outros líderes árabes, que agem com extrema cautela e medo, pesando cada palavra a fim de evitar a ira dos EUA e de seu servo Israel. 6) A respeito da guerra Irã-Iraque (1980-1988), a Síria havia advertido que ela não beneficiaria os interesses árabes, pois era, na verdade, uma guerra declarada pelo regime iraquiano. 7) Acertou o artigo ao mencionar que a relação da Síria com o Irã e com Hizbollah não se baseia em princípios religiosos. O regime sírio é laico, e o país está ao lado de todas as forças que apóiam os árabes na sua luta contra o principal inimigo. 8) Sobre a suspeita de envolvimento da Síria no assassinato do ex-premiê libanês Rafik Hariri, afirmo que esta calúnia é uma melodia israelense e norte-americana. 9) A posição da Síria em relação ao processo de paz é clara e firme, pois se baseia na aplicação de resoluções do Conselho de Segurança da ONU que determinam a retirada israelense dos territórios ocupados em 1967, a fundação de um Estado Palestino, cuja capital é Jerusalém, e o retorno dos refugiados palestinos."
ALI DIAB , embaixador da República Árabe da Síria (Brasília, DF)

Leia mais cartas na Folha Online
www.folha.com.br/paineldoleitor

Serviço de Atendimento ao Assinante: 0800-775-8080
Grande São Paulo: 0/xx/11 3224-3090
www.cliquefolha.com.br

Ombudsman: 0800-15-9000
ombudsman@uol.com.br
www.folha.com.br/ombudsman


Texto Anterior: Francisco César Pinheiro Rodrigues: Quando a impunidade elimina o medo

Próximo Texto: Erramos
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.