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ELIANE CANTANHÊDE
Não sobra pedra sobre pedra
BRASÍLIA - Se bobear, a oposição
pode perder a eleição presidencial
em todos ou em quase todos os Estados e no Distrito Federal. Além de
disparar no Nordeste e no Norte, como previsto, Dilma Rousseff cresce
em todas as regiões e já surpreende
no Paraná, em Santa Catarina e até
mesmo em São Paulo, a principal
base tucana no país.
Isso será devastador para a oposição, que se esfalfa para conter a
força de Lula e da economia e manter os governos de São Paulo e do
Paraná no primeiro turno, além de
reverter o quadro em Minas.
Aécio Neves gosta de viver perigosamente. Apostou em candidatos inicialmente inexpressivos tanto para a Prefeitura de Belo Horizonte em 2008 como para o Palácio
da Liberdade em 2010. Fez um e
tem boas chances de repetir a façanha agora com o outro -Antônio
Anastasia, homem-forte do seu
governo.
Se eleger Anastasia contra o
PMDB e o PT juntos, Aécio estará se
qualificando como principal líder
da oposição ao lado de Alckmin, já
que Serra estará saindo da pior derrota do PSDB desde 1994 e Beto Richa é de um Estado fora do eixo político. E aí está a grande indagação:
que oposição Aécio fará?
Analisando a escola, a biografia,
o temperamento e até o Estado de
Aécio, não convém apostar que ele
fará oposição com letra maiúscula,
aquela oposição que o PT soube fazer como nada e ninguém e que o
DEM até tentou, mas não colou. O
mais provável é que Aécio venha a
se compor não apenas com o governo Dilma mas principalmente com
o grande líder: Lula.
Ele tem meio caminho andado,
pois conversa com naturalidade
com Lula e já fez todo o ensaio de
aproximação com o PT na aliança
de 2008 com Fernando Pimentel
-que hoje, ora, ora, está na coordenação da campanha de Dilma.
Confirmadas uma vitória acachapante de Dilma e a ascensão de
Aécio no PSDB, teremos... um país
praticamente sem oposição.
elianec@uol.com.br
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