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Crise na campanha
A
JULGAR pela mais recente
sondagem do jornal "Washington Post" e da TV
ABC, de 22 de setembro, a crise
financeira já tomou de assalto a
agenda da disputa entre Barack
Obama e John McCain pela Presidência dos Estados Unidos.
Pior para o republicano. A pesquisa mostra que os eleitores
consideram Obama mais preparado para lidar com a economia
(53%) do que McCain (39%).
Diante do recuo em seus indicadores, McCain procura retomar
a iniciativa política correndo
grandes riscos, como mostra sua
inesperada iniciativa de suspender a campanha eleitoral.
Os números são determinantes. Para 50% dos eleitores, economia/empregos é o tema mais
importante na hora de escolher o
próximo presidente. A Guerra do
Iraque, o segundo assunto mais
citado, tem apenas 9% de menções; terrorismo, o terceiro, fica
com 7%. Para deixar claro como
a agenda mudou, basta notar a
hierarquia de preocupações há
pouco mais de um ano: Guerra
do Iraque (35%), assistência médica (13%), economia (11%) e terrorismo (6%).
Outras duas pesquisas divulgadas esta semana -do Pew Research Center e do "Los Angeles
Times"/Bloomberg- também
apontam que Obama é tido como
o mais preparado para lidar com
a economia. Os números ajudam
a explicar o avanço do democrata
na preferência eleitoral. Segundo a Washington Post/ABC
News, desde 7 de setembro, a intenção de voto em Obama cresceu (de 47% para 52%) e a de
McCain caiu (de 49% para 43%).
Sintoma de que a crise atingiu
em cheio a candidatura republicana foi a manobra temerária de
McCain de pedir o adiamento do
debate marcado para hoje à noite. Reagindo à cartada republicana, Obama reafirmou sua intenção de comparecer ao encontro,
o primeiro da disputa eleitoral.
As eleições ainda podem reservar surpresas -até porque pesquisas nacionais não explicitam
os embates em Estados-chave,
que serão mais uma vez decisivos para a escolha do presidente.
Mas os números indicam que o
pânico financeiro claramente
forneceu um presente inesperado a Barack Obama.
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