São Paulo, domingo, 26 de setembro de 2010

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Bravata de Ahmadinejad

Soam como escárnio deliberado as declarações do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, à Assembleia Geral das Nações Unidas, sugerindo que o governo dos Estados Unidos orquestrou os atentados do 11 de Setembro, mais letal ataque terrorista a jamais atingir o território americano.
Na mesma Nova York onde Ahmadinejad discursou, as Torres Gêmeas do World Trade Center foram atingidas. Lá, no Pentágono, em Arlington (Virgínia), e na queda na Pensilvânia de um quarto avião que não atingiu o seu alvo, mais de 3.000 cidadãos americanos e do mundo morreram.
A "tese" de Ahmadinejad é a de que os EUA estiveram por trás do ataque com o intuito de "reverter o declínio da economia e seu poder no Oriente Médio" e justificar a invasão ao Afeganistão.
Representante de um regime teocrático repressor que, entre outras barbaridades, condena mulheres à morte por apedrejamento, Ahmadinejad é reincidente em defender teses históricas falsas e odiosas como a negação do Holocausto.
Não foi a primeira vez que o líder iraniano questionou a versão oficial sobre a autoria dos atentados de 11 de Setembro -cego ao fato de que Osama bin Laden e a sua Al Qaeda são os primeiros a reivindicar os ataques e se vangloriar deles. O que torna mais graves suas bravatas agora são o local e o momento escolhidos.
Às margens da Assembleia Geral da ONU, os EUA e as demais potências do Conselho de Segurança haviam proposto, na véspera, retomar o diálogo com o Irã em torno de seu programa nuclear, que atrai fundadas suspeitas da comunidade internacional.
As declarações de Ahmadinejad, que fizeram diversas delegações se retirar do plenário da ONU e foram definidas como indesculpáveis pelo presidente Barack Obama, constituem novo e infeliz empecilho às negociações, fundamentais para a estabilização do Oriente Médio.


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