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Bravata de Ahmadinejad
Soam como escárnio deliberado as declarações do presidente
do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, à
Assembleia Geral das Nações Unidas, sugerindo que o governo dos
Estados Unidos orquestrou os
atentados do 11 de Setembro, mais
letal ataque terrorista a jamais
atingir o território americano.
Na mesma Nova York onde Ahmadinejad discursou, as Torres
Gêmeas do World Trade Center foram atingidas. Lá, no Pentágono,
em Arlington (Virgínia), e na queda na Pensilvânia de um quarto
avião que não atingiu o seu alvo,
mais de 3.000 cidadãos americanos e do mundo morreram.
A "tese" de Ahmadinejad é a de
que os EUA estiveram por trás do
ataque com o intuito de "reverter o
declínio da economia e seu poder
no Oriente Médio" e justificar a invasão ao Afeganistão.
Representante de um regime
teocrático repressor que, entre outras barbaridades, condena mulheres à morte por apedrejamento, Ahmadinejad é reincidente em
defender teses históricas falsas e
odiosas como a negação do Holocausto.
Não foi a primeira vez que o líder iraniano questionou a versão
oficial sobre a autoria dos atentados de 11 de Setembro -cego ao
fato de que Osama bin Laden e a
sua Al Qaeda são os primeiros a
reivindicar os ataques e se vangloriar deles. O que torna mais graves
suas bravatas agora são o local e o
momento escolhidos.
Às margens da Assembleia Geral da ONU, os EUA e as demais
potências do Conselho de Segurança haviam proposto, na véspera, retomar o diálogo com o Irã em
torno de seu programa nuclear,
que atrai fundadas suspeitas da
comunidade internacional.
As declarações de Ahmadinejad, que fizeram diversas delegações se retirar do plenário da ONU
e foram definidas como indesculpáveis pelo presidente Barack
Obama, constituem novo e infeliz
empecilho às negociações, fundamentais para a estabilização do
Oriente Médio.
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