DEUZENI GOLDMAN e JOÃO SAMPAIO

O parque da Água Branca é um local público de grande importância e requer muito investimento; recuperá-lo é necessário, urgente e inadiável

As reformas que o governo de São Paulo realiza atualmente no parque da Água Branca, por iniciativa do Fundo de Solidariedade e Desenvolvimento Social e Cultural do Estado, com autorização da Secretaria da Agricultura, que o administra, geraram neste espaço opiniões contrárias, totalmente equivocadas ("A destruição do parque da Água Branca", 8/10).
O alvo das críticas é o manejo que fizemos em arboreto repleto de mato e entulho de antigas obras, frequentado por usuários de drogas. Com ampla e criteriosa operação de limpeza no local, sob orientação de biólogos e engenheiros florestais, entregamos à cidade um novo espaço de lazer e educação ambiental: a Trilha do Pau-Brasil.
Agora, os paulistanos têm a oportunidade de conhecer 53 espécies de árvores raras e 11 exemplares de pau-brasil que estavam escondidos no material retirado.
Somos pessoas totalmente voltadas às plantas e à natureza, jamais admitiríamos a retirada indevida de árvores. Tanto que as árvores mortas ou comprometidas, encontradas na limpeza, aguardam autorização para serem removidas.
Mesmo com o risco de caírem nas próximas chuvas de verão, só serão retiradas quando e se obtivermos a autorização. Entretanto, já providenciamos o plantio de mudas novas de espécies clímax, que precisam de espaço sombreado nos primeiros anos de vida, para promover a compensação ambiental.
A verdade é que os moradores da cidade acabam de conquistar um novo espaço revitalizado de convivência, lazer, cultura e muito contato com a natureza. A mais recente ação foi a instalação de iluminação, para que o parque fique aberto diariamente das 6h às 22h, atendendo a antiga reivindicação de usuários.
Conseguimos, com a ajuda de parceiros e colaboradores, recuperar espaços importantes. O Tattersal, que serviu para exposições e leilões de gado, mas que desde a década de 90 não tinha mais essa finalidade, agora oferece uma programação cultural ampla.
Grupos musicais e de dança, oficinas de reciclagem, palestras, aulas de percussão e de ioga são algumas dessas atividades. Criamos o programa Cultura para Todos -e, com a programação noturna, pretendemos atrair um público maior.
Também entregamos, ampliada, a praça de exercícios do idoso, com o paisagismo refeito. Reformamos o chafariz do tanque de carpas e nove bancos novos, de madeira tratada, foram colocados ao seu redor. Foi feita rampa de acessibilidade com argolas de borracha nas extremidades e legenda em braille, para portadores de necessidades especiais usufruírem desse belo espaço.
A praça da leitura, ou Espaço PraLer, inaugurada em julho, aproveita hoje os oito quiosques -que até a década de 90 foram usados como cativeiro de aves- para oferecer gratuitamente livros de todos os gêneros, jornais e revistas e monitores para atender aos leitores.
Temos trabalhado arduamente para buscar parcerias que colaborem nesse projeto de revitalização.
O parque da Água Branca é local público de grande importância e requer muito investimento para a sua manutenção. A recuperação é necessária, urgente e inadiável.
Representa vida mais saudável, lazer com qualidade e cultura à disposição de todos.