São Paulo, segunda-feira, 26 de novembro de 2007

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Mais formal

A TAXA de desemprego nas maiores regiões metropolitanas, medida pelo IBGE, recuou para 8,7% em outubro, nível mais baixo para o mês desde 2002. O poder de compra dos trabalhadores ocupados se mantém em expansão, embora mais tímida do que no começo do ano. O número de empregos formais registra recordes.
O aumento do emprego formal não reflete, contudo, apenas a abertura de novas vagas. Está em curso também um processo de formalização. Essa evolução inverte a tendência prévia, marcante sobretudo nos anos 90, de informalidade das relações de trabalho. A "informalização" foi uma das causas da crise da Previdência. E a atual "reformalização" tem sido um fator central a permitir que, pela primeira vez desde 1995, neste ano o déficit da Previdência esteja diminuindo.
Embora as causas do aumento do emprego com carteira assinada ainda não estejam esclarecidas, parece estar em curso uma mudança no comportamento das empresas. A pesquisa do IBGE revela que desde 2006 o número de empregos informais nas metrópoles está em queda. Como o emprego em geral segue em alta, isso significa que parte relevante da abertura de vagas formais corresponde à formalização de empregos pré-existentes.
Na construção civil, por exemplo, esse movimento é nítido, e possivelmente a abertura do capital de muitas empresas do setor as esteja induzindo a abandonar práticas informais. De um modo mais geral, pode-se sugerir que o ambiente macroeconômico mais estável, com menor risco de interrupção do crescimento, vem deixando as empresas mais seguras para regularizar suas relações trabalhistas.
Seria desejável que as autoridades dessem um estímulo adicional a esse movimento, incluindo nas propostas de reforma tributária uma desoneração da folha de pagamentos.

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