|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Mais formal
A TAXA de desemprego nas
maiores regiões metropolitanas, medida pelo IBGE, recuou para 8,7% em outubro, nível mais baixo para o mês
desde 2002. O poder de compra
dos trabalhadores ocupados se
mantém em expansão, embora
mais tímida do que no começo
do ano. O número de empregos
formais registra recordes.
O aumento do emprego formal
não reflete, contudo, apenas a
abertura de novas vagas. Está em
curso também um processo de
formalização. Essa evolução inverte a tendência prévia, marcante sobretudo nos anos 90, de
informalidade das relações de
trabalho. A "informalização" foi
uma das causas da crise da Previdência. E a atual "reformalização" tem sido um fator central a
permitir que, pela primeira vez
desde 1995, neste ano o déficit da
Previdência esteja diminuindo.
Embora as causas do aumento
do emprego com carteira assinada ainda não estejam esclarecidas, parece estar em curso uma
mudança no comportamento
das empresas. A pesquisa do IBGE revela que desde 2006 o número de empregos informais nas
metrópoles está em queda. Como o emprego em geral segue em
alta, isso significa que parte relevante da abertura de vagas formais corresponde à formalização de empregos pré-existentes.
Na construção civil, por exemplo, esse movimento é nítido, e
possivelmente a abertura do capital de muitas empresas do setor as esteja induzindo a abandonar práticas informais. De um
modo mais geral, pode-se sugerir
que o ambiente macroeconômico mais estável, com menor risco
de interrupção do crescimento,
vem deixando as empresas mais
seguras para regularizar suas relações trabalhistas.
Seria desejável que as autoridades dessem um estímulo adicional a esse movimento, incluindo nas propostas de reforma tributária uma desoneração
da folha de pagamentos.
Texto Anterior: Editoriais: Herança poluída Próximo Texto: São Paulo - Fernando de Barros e Silva: ABC da miséria nacional Índice
|