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No ataque
Nomeações de Barack Obama para a equipe econômica indicam disposição de enfrentar a crise com agressividade
O
PRESIDENTE eleito dos
EUA, Barack Obama,
herdará a maior crise
financeira e econômica dos últimos 30 anos. Até meados de novembro, o governo
americano já disponibilizou US$
7,4 trilhões, por meio de diferentes programas, para tentar resgatar a confiança no seu sistema financeiro.
A despeito dessa montanha de
recursos, quase metade do PIB
do país, as perspectivas da economia americana continuam se
deteriorando e novas medidas
serão necessárias para conter a
derrocada. Na segunda-feira, para enfrentar essa "crise de proporções históricas", Obama nomeou os membros de sua equipe
econômica.
Timothy F. Geithner, 47, atual
chefe da sucursal do Fed (banco
central) de Nova York, foi escolhido para secretário do Tesouro,
o equivalente ao cargo de ministro da Fazenda na administração
brasileira. Geithner participou
ativamente de várias operações
de resgate de instituições financeiras, tais como o acordo para
salvar a seguradora AIG e os bancos Bear Sterns e Citigroup.
O novo secretário, que não tem
formação em economia, é tido
como opositor discreto de Alan
Greenspan, o ex-presidente do
Fed cuja aversão ideológica à regulamentação das finanças vem
sendo apontada como uma das
causas da crise. A essa tendência
por uma nova abordagem normativa, Geithner alia seu conhecimento detalhado do banco
central americano, bom tato para negociações e menor propensão ao estrelismo, à polêmica fútil e aos vôos solo do que Lawrence Summers, outro que era cotado para o posto.
Christina Romer, professora
de macroeconomia da Universidade da Califórnia, foi indicada
para chefiar o Conselho de Assessores Econômicos. Estudiosa
das políticas que tiraram os EUA
da Grande Depressão, comandará a equipe que faz estudos sobre
as principais tendências econômicas e apresenta recomendações ao presidente da República.
Summers, ex-secretário do Tesouro de Clinton e professor de
Harvard, foi nomeado para um
cargo de menor importância na
equipe econômica e permaneceria, assim, como quadro de reserva em caso de necessidade. Chefiará o Conselho Econômico Nacional, criado em 1993 a fim de
aconselhar o presidente em temas de economia internacional.
Melody Barnes foi indicada diretora do Conselho de Política
Doméstica. É vice-presidente de
um centro de estudos chamado
Centro para o Progresso Americano (CAP), o "think tank" da esquerda democrata. Esse Conselho coordena o processo de elaboração de políticas domésticas
e monitora sua implementação.
Pelo menos no papel, o time de
assessores econômicos de Barack Obama está escalado para
uma atuação agressiva contra a
crise -batalha que, a cada dia,
parece mais monumental.
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