São Paulo, quarta-feira, 26 de novembro de 2008

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No ataque

Nomeações de Barack Obama para a equipe econômica indicam disposição de enfrentar a crise com agressividade

O PRESIDENTE eleito dos EUA, Barack Obama, herdará a maior crise financeira e econômica dos últimos 30 anos. Até meados de novembro, o governo americano já disponibilizou US$ 7,4 trilhões, por meio de diferentes programas, para tentar resgatar a confiança no seu sistema financeiro.
A despeito dessa montanha de recursos, quase metade do PIB do país, as perspectivas da economia americana continuam se deteriorando e novas medidas serão necessárias para conter a derrocada. Na segunda-feira, para enfrentar essa "crise de proporções históricas", Obama nomeou os membros de sua equipe econômica.
Timothy F. Geithner, 47, atual chefe da sucursal do Fed (banco central) de Nova York, foi escolhido para secretário do Tesouro, o equivalente ao cargo de ministro da Fazenda na administração brasileira. Geithner participou ativamente de várias operações de resgate de instituições financeiras, tais como o acordo para salvar a seguradora AIG e os bancos Bear Sterns e Citigroup.
O novo secretário, que não tem formação em economia, é tido como opositor discreto de Alan Greenspan, o ex-presidente do Fed cuja aversão ideológica à regulamentação das finanças vem sendo apontada como uma das causas da crise. A essa tendência por uma nova abordagem normativa, Geithner alia seu conhecimento detalhado do banco central americano, bom tato para negociações e menor propensão ao estrelismo, à polêmica fútil e aos vôos solo do que Lawrence Summers, outro que era cotado para o posto.
Christina Romer, professora de macroeconomia da Universidade da Califórnia, foi indicada para chefiar o Conselho de Assessores Econômicos. Estudiosa das políticas que tiraram os EUA da Grande Depressão, comandará a equipe que faz estudos sobre as principais tendências econômicas e apresenta recomendações ao presidente da República.
Summers, ex-secretário do Tesouro de Clinton e professor de Harvard, foi nomeado para um cargo de menor importância na equipe econômica e permaneceria, assim, como quadro de reserva em caso de necessidade. Chefiará o Conselho Econômico Nacional, criado em 1993 a fim de aconselhar o presidente em temas de economia internacional.
Melody Barnes foi indicada diretora do Conselho de Política Doméstica. É vice-presidente de um centro de estudos chamado Centro para o Progresso Americano (CAP), o "think tank" da esquerda democrata. Esse Conselho coordena o processo de elaboração de políticas domésticas e monitora sua implementação.
Pelo menos no papel, o time de assessores econômicos de Barack Obama está escalado para uma atuação agressiva contra a crise -batalha que, a cada dia, parece mais monumental.


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