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Editoriais
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Violência e juventude
DUAS PESQUISAS realizadas a
pedido do Ministério da
Justiça ajudam a tornar
mais preciso o diagnóstico que
relaciona os altos índices de violência do país a seus principais
protagonistas e vítimas, os jovens. Dos entrevistados, entre 12
e 29 anos, 30% estão em constante contato com a violência.
São agredidos, testemunham assassinatos e abusos policiais, têm
fácil acesso a armas de fogo.
O retrato é preocupante, mas é
também necessário evitar "a
sensação de caos paralisante", na
expressão de Renato Sérgio de
Lima, secretário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que
coordenou os levantamentos.
Há motivos ponderáveis para
crer na perspectiva de melhora
gradual do atual cenário. O fenômeno da violência é intenso, porém localizado, dizem os especialistas. Geograficamente, os jovens são hoje mais vulneráveis
em cidades médias do que nas
grandes cidades do centro-sul do
país, exceção feita ao Rio. No corte de renda, como se sabe, as
principais vítimas são pobres.
Mas são sobretudo jovens. Esse fato, por si só perverso, é também o que aponta para a possibilidade de melhorias. Estudos demonstram que a evolução demográfica em curso -com o envelhecimento da população e a
consequente diminuição da proporção de jovens- associada ao
aumento da escolaridade média
e da frequência escolar têm forte
impacto negativo nos índices de
violência e criminalidade.
Tendências demográficas ajudam, decerto, mas as autoridades também precisam fazer a sua
parte. Além de constante investimento em segurança, urge melhorar a qualidade e a atratividade das escolas, atendendo à população desde os anos anteriores
à alfabetização até a conclusão
do ensino médio.
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