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NOVIDADE PAULISTANA
Derrotada por Mário Covas por
margem ínfima de votos no primeiro
turno da eleição ao governo do Estado, a deputada federal petista Marta
Suplicy aparece como favorita na corrida à prefeitura paulistana no ano
2000, conforme indica o resultado de
pesquisa Datafolha publicada ontem
por este jornal.
É evidente que a sucessão municipal paulistana está num horizonte
longínquo e que, a praticamente dois
anos da eleição, tal resultado não diz
muito sobre as perspectivas de sucesso deste ou daquele candidato.
Ele parece refletir muito mais o rescaldo do pleito estadual, do qual
Marta, apesar de derrotada, saiu fortalecida pelo desempenho surpreendente até mesmo para seus eleitores.
É preciso dizer que, no caso de Marta Suplicy, o fenômeno de sua ascensão parece guardar uma relação um
tanto tênue e remota com seu partido, o PT. A sua algo inesperada candidatura ao governo do Estado de São
Paulo surgiu inicialmente à revelia da
burocracia petista. Parece ter sido
acolhida pelo partido à medida que
ficaram evidentes a falta de nomes
eleitoralmente viáveis, o apelo popular do nome da deputada e sua capacidade de atrair votos que normalmente não teriam como destino o
Partido dos Trabalhadores.
O que a pesquisa parece indicar é
que a deputada do PT vai despontando como a única novidade significativa em um Estado e em uma cidade
que têm apresentado nos últimos
anos uma baixa capacidade de renovação de suas lideranças políticas.
Isso é claro no caso do PSDB, refém
da força de Mário Covas, e fica ainda
mais evidente em relação ao malufismo, cuja eventual reciclagem, por
meio da eleição de Celso Pitta, vem se
revelando até aqui um fracasso. As
demais alternativas partidárias ou
políticas são hoje declinantes.
Quanto ao prefeito paulistano, ele
continua muito mal avaliado -61%
dos paulistanos consideram sua gestão ruim ou péssima- e surge com
apenas 6% das preferências numa
eventual tentativa de reeleição. Seu a
princípio mentor e antes padrinho,
Paulo Maluf, apesar do revés sofrido
continua com sua cota de eleitores
fiéis -tem hoje 24% das intenções
de voto, segundo o Datafolha.
Mas Marta Suplicy, por ora, parece
ser mais uma representante de si
mesma e de uma demanda difusa por
lideranças novas na velha política
paulista do que o centro catalisador
de um projeto alternativo consistente
-ideológico, partidário ou político.
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