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PAINEL DO LEITOR
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Ditadura
"Segundo o coronel Ustra ("Derrotados de 64 querem se vingar", diz
coronel Ustra", Brasil, 26/1), acusado de tortura durante a ditadura
militar, os acusadores colocam "no
banco dos réus aqueles que venceram". Só para eu entender, gostaria
de perguntar ao coronel: venceram
o que exatamente?"
BENJAMIN EURICO MALUCELLI (São Paulo, SP)
"O que muito me espanta é que os
"comunistas" de 64 -ou melhor, de
antes de 64, pois a história está aí
para provar que antes do golpe da
direita em 64 eles já se articulavam
para uma tomada de poder pela via
armada, com a ajuda dos cubanos e
dos chineses- esquecem de dizer
que eles assaltaram, mataram inocentes e "justiçaram companheiros"
sem nenhum pudor em relação à
violência que usaram para isso.
Se esses falsos democratas querem uma reparação (como se já não
bastasse o valor das indenizações
recebidas), não vejo por que não levar a público também os crimes cometidos por eles e por seus "grupos
revolucionários"."
TANI BOTTINI (São Paulo, SP)
Publicidade
"Olhei com curiosidade as propagandas que comemoravam o aniversário da cidade em 25/1.
Estranhei a da própria Folha, em
que vemos várias páginas inteiras
com pessoas lendo os vários cadernos do jornal. Ali há o slogan: "A Folha é o jornal mais lido do Brasil,
porque é plural como você".
Só que essa pluralidade é apenas
de brancos, magros, lindos e aparentemente ricos, que são os modelos que aparecem retratados. Nenhum negro? Nenhum gordinho?
Pobres nem pensar. Caríssimos, esse mundo explodiu."
TADEU JUNGLE (São Paulo, SP)
Metrô
"A esperança é o pão sem manteiga dos desgraçados, diria o barão de
Itararé.
Fico imaginando o teor das negociações entre os sinistrados e os representantes das construtoras da
linha 4 do metrô de São Paulo: Fulano tinha 40 anos. A expectativa de
vida dele era de 69 anos. Ele fumava. Noves-fora vezes a renda líqüida
atual ao mês resulta a indenização
pela vida perdida. Podemos arredondar para R$ 20 mil à vista e não
se fala mais nisso?
Pronto. Está tudo resolvido. E as
construtoras ficam livres para sair
por aí, desmoronando novamente."
JOSÉ MAURÍCIO DE ALMEIDA, engenheiro
(São Paulo, SP)
Renda
"É difícil compreender essa conta
("Renda cresce em 2006, mas não
recupera perda", Dinheiro, 26/1).
No mundo real, as recuperações inflacionárias estão contidas, os novos empregos começam pelo piso e,
no processo de terceirização, a
massa salarial cai. No serviço público, muitos vivem com salário congelado há oito anos. Que realidade é
essa do IBGE que não conseguimos
apalpar?"
UBIRATÃ CALDEIRA (São Bernardo do Campo, SP)
Distribuição da renda
"Relatório da OIT alerta para o
fato de que, apesar de o PIB mundial ter tido a maior alta dos últimos
20 anos, não foi capaz de diminuir o
desemprego e a pobreza. O relatório é uma resposta àqueles que
acham que o crescimento em si é
resposta para todos os problemas
sociais.
O Brasil tem sido muito criticado
por conta do baixo crescimento do
PIB, porém vale ressaltar que, no
país, o desemprego caiu, a massa salarial aumenta e a pobreza diminui.
Temos que crescer para todos, principalmente para aqueles que são a
maioria da população -e que ficaram o tempo todo ou apertando o
cinto ou aguardando a fatia do bolo
que crescia, mas ele não via."
EMANUEL CANCELLA (Rio de Janeiro, RJ)
São Paulo
"Não seria melhor vaiar o prefeito para que construísse abrigos para os indigentes, com acompanhamento de assistentes sociais e psicólogos, em vez de tentar mantê-los
na rua ("Alvo de protestos, Kassab
enfrenta manifestantes", Cotidiano, 26/1)?
Que dignidade tem a pessoa obrigada a tomar banho na praça?"
REGINALDO SALOMÃO (São Paulo, SP)
"Medida higienista na praça da
Sé? Creio que foi uma medida higiênica, isso sim.
Quem realmente ama nossa cidade aplaude com satisfação qualquer
iniciativa pública ou privada de melhoria e de embelezamento de São
Paulo. Agora, vaiar, é o fim!
Será que é normal pessoas morarem na rua e emporcalharem a cidade? Por que esses militantes não
fazem um mutirão e ajudam esse
povo de rua a ser encaminhado e
alojado? Que tal colocá-los em frente ao Palácio do Planalto? Afinal
nosso presidente se diz "pai dos pobres" e terá imenso prazer em ajudá-los.
Proponho uma caminhada
dos moradores de rua da cidade de
São Paulo a Brasília.
Viva São Paulo! Fora derrotistas
corruptos!"
PRISCILA SCATENA (São Paulo, SP)
Educação
"Transformar a educação em
prioridade absoluta do governo
municipal, como Gilberto Kassab
em artigo publicado no dia 25, faz
parte da política permanente de luta do Sinpeem.
Para atender à demanda, com o
fim do segundo turno (das 11h às
15h), a prefeitura anunciou a expansão da rede física, com a construção de 22 CEUs, 70 escolas e 300
novas salas de aula.
O prefeito Kassab também diz
que pretende corrigir problemas
estruturais que há muito vem sendo apontados sistematicamente pelo Sinpeem, como os baixos salários
dos professores, a superlotação das
salas de aula e as salas de lata para
escolas municipais -e que sejam
estendidos os direitos dos profissionais da ativa aos aposentados.
Mas não podemos perder de vista, por exemplo, que a construção
dos CEUs na verdade retarda o
atendimento geral à demanda, posto que com os recursos utilizados
para construir apenas uma unidade
(cerca de R$ 22 milhões) seria possível construir pelo menos 20 escolas de educação infantil.
Não podemos mais admitir que a
educação seja usada como bandeira
política dos nossos governantes
-para que depois seja esquecida.
Por isso, nós, profissionais de educação, vamos fiscalizar e cobrar todas as promessas."
CLAUDIO FONSECA, presidente do Sinpeem -
Sindicato dos Profissionais em Educação no
Ensino Municipal (São Paulo, SP)
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