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São Paulo, quinta-feira, 27 de fevereiro de 2003

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PAINEL DO LEITOR

Anestésicos
"No marasmo político brasileiro, a discussão das cotas para negros é o único assunto que irá mexer de forma mais profunda com os índices sociais. É necessário criar políticas de inclusão sócio-econômica para que a população afro-brasileira não fique à mercê desse festival de benefícios governamentais e de programas sociais que são, na verdade, anestésicos para a miséria brasileira."
Marco Antonio dos Santos, presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento e Participação da Comunidade Negra de Bebedouro (Bebedouro, SP)

Energia
"A reportagem "AES rolou dívida antes do 1º vencimento" (Dinheiro, pág. B4, 26/2) merece reparos. A começar pelo seu título. Na verdade, a rolagem foi feita pela Lightgás, que, na época, era subsidiária integral da Light. E seus sócios eram quatro empresas: EDF, Reliant, CSN e AES. A reportagem erra ao dizer que a Lightgás distribuiu lucros. Quem fez a distribuição de lucros foi a Eletropaulo, sendo que parte dos dividendos foi para a Lightgás. Finalmente, a Lightgás não estava inadimplente com o BNDES, instituição a qual pagou em 2001 cerca de US$ 370 milhões por financiamentos contratados à época da privatização."
Steven Clancy, presidente da AES Eletropaulo (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Chico Santos -
A função da Lightgás era a de ser a controladora da Eletropaulo. Os lucros distribuídos pela Eletropaulo foram para seus controladores e demais acionistas. De US$ 318 milhões, US$ 217 milhões foram remetidos para o exterior. A reportagem não diz que a Lightgás estava inadimplente com o BNDES.


Investigação
"Segundo a reportagem "MP investiga Fleury, Maluf e Pitta" (Brasil, pág. A8, 21/ 2), que repete fatos já noticiados por esse jornal em maio de 2000, Nicéa Camargo, ex-mulher do ex-prefeito Celso Pitta, teria afirmado que, "ele (Celso Pitta), o especulador financeiro Naji Nahas e seu filho, Fernando Nahas, eram sócios numa empresa chamada Yukon River Ltd.", e que, "o dinheiro depositado na conta da Yukon River tinha origem em vários esquemas, principalmente no desvio de verbas públicas, através de empresas que efetuavam a limpeza das ruas da cidade (esquema do lixo) e da empresa Metrored (que instalou fibras óticas na cidade)". Dispenso-me de comentar alegações ou depoimentos de Nicéa Camargo. A própria Folha, junto com os principais veículos da mídia brasileira, há muito abandonou a referida "fonte", cuja falta de equilíbrio e de amor à verdade ficaram patentes. Ainda assim, é necessário que se esclareça uma vez mais que não possuo nenhuma conta nem empresa nas Ilhas Virgens. Não conheço nem nunca ouvi falar na empresa Yukon River citada e não sou nem nunca fui sócio do ex-prefeito Celso Pitta em nenhuma operação, negócio ou transação. No caso específico, com a finalidade de provar cabalmente a absoluta falsidade das acusações que me foram lançadas, dirigi, de próprio punho, correspondência ao MTB Bank mencionado na reportagem, cujo sucessor é o Connecticut Bank of Commerce, solicitando cópias de todos os extratos, referências, cartões de assinatura, deliberações corporativas, registros e correspondências referentes a saques e depósitos relativos à Yukon River Ltd. ou à conta mencionada. O Banco respondeu-me que tais informações são sigilosas e só podem ser fornecidas ao cliente ou por determinação do mesmo. A resposta é, portanto, uma confirmação de que não sou cliente e nada tenho a ver com a citada Yukon River nem com o MTB Bank, sendo falsa a acusação noticiada, fruto de mais um desvario da ex-primeira-dama do município de São Paulo."
Naji Robert Nahas (São Paulo, SP)

Incra
"Quero manifestar o nosso desagrado com a forma com que o jornalista Josias de Souza fez referência ao superintendente indicado para o Incra no Rio Grande do Sul na reportagem "Incra nos Estados será chefiado por MST, CUT e pastoral" (Brasil, pág. A13, 19/2). Ao referir-se ao superintendente anunciado para o Estado, César Aldrighi, o repórter fez uma ligação no mínimo de má-fé. Sem ser claro, disse que, "constatou-se em sindicância que parte dos técnicos do projeto [Lumiar, em que Aldrighi atuou como assessor], em vez de assessorar os assentados, coletavam dinheiro para o MST". A informação é genérica e, pelo visto, sem embasamento. E, da forma equivocada como foi posta no texto, pode deixar dúvidas ao leitor sobre o envolvimento do futuro superintendente, que nada teve a ver com o episódio e desconhece os seus desdobramentos. O histórico de trabalho de Aldrighi nos assentamentos foi baseado na qualificação operacional desses assentamentos, tendo em algumas oportunidades a supervisão de ONGs que têm trabalhos reconhecidos na área, como o Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor (Capa)."
Charles Vilela, assessor de imprensa de César Aldrighi (Porto Alegre, RS)

Resposta do jornalista Josias de Souza -
O Lumiar foi extinto após constatação de seu desvirtuamento. Inquéritos da PF recolheram em vários Estados provas da ação de técnicos do projeto na coleta de dinheiro para o MST. De boa-fé, e clara, a notícia não fez nenhum tipo de acusação a César Aldrighi.


Transportes
"Mais uma vez a Folha insiste em vincular meu nome a "repasses irregulares de verbas a empresas de ônibus" ("Empresário quebra 4 viações em 2 anos", Cotidiano, 23/2) ou a "suspeitas de ter favorecido empresas de ônibus" ("Nova titular da pasta é socióloga e militou no PCB", Cotidiano, pág. C4, 22/2). Conforme já informei ao Ministério Público e a toda a imprensa, os repasses de recursos foram feitos com base no Decreto Municipal 42.184/2002 (artigo 2, parágrafo único), que prevê a utilização de recursos de multas e retenções para a gestão financeira do sistema de transporte. Conforme já demonstramos também, esses recursos foram prioritariamente usados para investimentos no sistema -obras em terminais e bilhetagem eletrônica. Nenhuma acusação de irregularidade existe em nenhum fórum contra a minha pessoa."
Carlos Zarattini, deputado estadual -PT-SP-, ex-secretário Municipal de Transporte (São Paulo, SP)

Nota da Redação - Os textos não atribuem ao ex-secretário nenhuma responsabilidade sobre irregularidades.


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