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PAINEL DO LEITOR
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Dívida
"Nunca antes na história deste
país se abusou tanto da inteligência
dos brasileiros. Proclamar aos quatro ventos que nossa dívida externa
foi liquidada por causa das reservas
de US$ 180 bilhões não passa de
mais uma bazófia de Lula.
Antes de trombetear isso na imprensa, ele deveria pedir ao BC que
informasse quantos dólares ingressaram no país para adquirir títulos
da dívida pública. Mas esse dado é
escamoteado da opinião pública.
As autoridades monetárias simplesmente escondem quanto dos
investimentos estrangeiros foi destinado ao setor produtivo e quando
foi ao investimento especulativo,
que aqui entra e sai com inteira liberdade cambial e com total isenção de Imposto de Renda -enquanto nós somos descontados no ato do
resgate das modestas aplicações financeiras.
No fundo, a dívida externa foi
simplesmente internalizada."
EDMUNDO RADWANSKI (Rio de Janeiro, RJ)
Banco Central
"Em relação à reportagem "Bancos em liquidação levam R$ 200 mi"
(Dinheiro, 24/2), o Banco Central
esclarece que os contratos celebrados no âmbito do Proer prevêem
que os encargos dos empréstimos
concedidos às instituições financeiras sejam equivalentes ao custo
médio das garantias acrescido de
2% ao ano.
Portanto, todos os rendimentos
auferidos pelos CVS (títulos emitidos pelo governo, originários de
Fundo de Compensação das Variações Salariais -FCVS- ofertados
em garantia do Proer) geram um
acréscimo nas garantias, em valor
correspondente. Dessa forma, ao
mesmo tempo em que recebem do
Tesouro Nacional juros referentes
aos títulos, esses rendimentos são
incorporados ao valor das garantias
constituídas em favor do BC, as
quais servirão de lastro para o pagamento dos juros devidos ao Proer.
Conseqüentemente, os juros pagos pelo Tesouro Nacional aos bancos liquidados permitirão o pagamento dos juros contratados perante o Proer. Ao final, os valores
apurados serão revertidos ao erário
em decorrência do pagamento das
obrigações contratadas pelas instituições financeiras em liquidação
extrajudicial."
ALEXANDRE PINHEIRO, assessor de imprensa do
Banco Central (Brasília, DF)
FHC e eleição
"Disse FHC ontem nesta seção:
"As campanhas municipais devem
levar em consideração, tanto quanto possível, o objetivo maior de fortalecer as oposições na luta pela
Presidência em 2010".
Essa é a consideração que FHC
tem pela nossa querida cidade de
São Paulo. Não interessa tentar eleger alguém que tente resolver os
problemas da cidade, melhorar a vida de seus moradores... O que importa realmente é estar na Presidência, onde a "boquinha" é bem
melhor."
LIBERATO MAURO BARISON (São Paulo, SP)
Lista da OAB
"Em relação à nota "OAB ameaça
impedir desafetos de advogar" (Cotidiano, 26/2), é necessário esclarecer que as atitudes tomadas por
aqueles que não respeitam a advocacia de fato devem ser repelidas
pela OAB, inclusive para fins de futuras inscrições em seu quadro.
A OAB, serviço público dotado de
personalidade jurídica, uma das
maiores instituições do país e atenta aos princípios que regem a democracia, não pode se curvar a afirmativas impensadas e ofensivas, que
acabam gerando conseqüências a
toda a classe, principalmente pelo
fato de ter ela por finalidade a defesa da Constituição, da ordem jurídica do Estado democrático de Direito, dos direitos humanos e da justiça social.
Havendo desrespeito às prerrogativas profissionais, cabe à OAB
agir energicamente no que lhe compete e, se necessário, evitar que futuramente aqueles que não respeitem a advocacia venham a figurar
em seus quadros."
GUSTAVO OLIVEIRA CHALFUN, advogado, presidente da 20ª subseção da OAB-MG (Varginha, MG)
"É lamentável ver o presidente da
instituição que mais defendeu a democracia no Brasil, a OAB, julgar alguém sem nem sequer dar-lhe o direito de defesa.
Não sou advogada, mas conheço
vários advogados militantes que me
ensinaram o respeito às leis, à moral jurídica e aos princípios filosófico-jurídicos que devem nortear a
atuação dos operadores de direito.
Esquece o senhor Cezar Britto
que, atualmente, o advogado que é
procurador da República está a serviço do povo brasileiro. É seu representante constitucional. A ele cabe
a defesa dos nossos direitos, e por
sua manifestação sinto-me representada para atos adequados ou
inadequados.
O senhor Cezar Britto deveria
cuidar de sua instituição, pois ela
não tem sido o baluarte da democracia que ele afirma que ela seja."
MARCIA COSTA (Brasília, DF)
Escola pública
"Como professor eventual há
mais de um ano na Escola Estadual
Sérgio Pedro Speranza, julgo um
desrespeito e uma piada a frase da
secretária Maria Helena Guimarães
Castro (Entrevista da 2ª, 25/2).
Disse ela: "O substituto entra na sala de aula, faz a chamada, cruza os
braços e começa a bater papo".
Eu e os eventuais com os quais
tenho contato, ficamos o dia todo
na escola, sempre a par de todo o
trabalho desenvolvido pelos professores de diversas disciplinas, para evitar que crianças fiquem sem
aula e com conteúdo defasado.
Quem até agora literalmente cruzou os braços e bateu papo foi o governo do PSBD, que há anos gerencia (ou tenta gerenciar) o nosso Estado. Nem a humildade de reconhecer as sucessivas falhas das propostas educacionais do citado partido a atual secretária teve.
Estamos realmente em "boas"
mãos."
CAIO PRIOR ROCHA (Araraquara, SP)
Aeroporto e poluição
"Devem ser pouquíssimos os moradores da região de Congonhas
que já estavam lá quando o aeroporto foi inaugurado, em 1936.
Acho hipocrisia alguém que escolheu morar próximo ao aeroporto,
como o senhor Julio Mola ("Painel
do Leitor" de ontem), reclamar agora que sofre com a poluição e o barulho provocado pelos aviões."
PAULO RICARDO SIMON (São Paulo, SP)
De feios e bobos
"Sobre a nota "Nada mais infantil
do que chamar o outro de feio"
(Ilustrada, 21/2), penso que o
maestro John Neschling não seja
feio, como disse o crítico Marcus
Góes. Afinal, ele leva ao povo a música e, com ela, muitas coisas boas.
Portanto, depende de como vemos a questão do feio e do bonito,
de se incorporamos ou não os significados de quem emite a imagem.
Mas os dois, maestro e crítico,
são bobos. E não deveriam ocupar
os trâmites judiciários, pagos pelo
povo, com questão tão inútil."
RAYMUNDO DE PASCHOAL (São Paulo, SP)
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