|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Editoriais
editoriais@uol.com.br
Avaliação para todos
O MINISTÉRIO da Educação
promete aprovar, no próximo mês, uma resolução
que exigirá das universidades federais a adoção dos mesmos parâmetros de qualidade hoje cobrados das instituições de ensino
privadas para operar no país.
Ainda que seus objetivos sejam
mais amplos, a medida, se aplicada com rigor, permitirá corrigir
distorções criadas pela multiplicação de cursos públicos promovida pelo atual governo.
Para fazerem jus ao nome, não
basta às universidades, segundo
a Constituição, exercerem atividades de ensino. É imperativo
que também se dediquem à pesquisa e a atividades de extensão.
Essa obrigação impõe custos
elevados a esses estabelecimentos, que em troca ganham autonomia para criar novas faculdades, o que constitui vantagem
nada desprezível para instituições privadas no concorrido
mercado educacional brasileiro.
Por tais razões, o Conselho Nacional de Educação atualmente
só outorga essa qualificação aos
grupos particulares que mantêm
pelo menos um programa de
doutorado e três de mestrado -é
o patamar mínimo para atestar
seu empenho em seguir a lei.
O problema é que 15% das universidades federais também fazem uso indevido dessa denominação, já que não cumprem esses
requisitos básicos. É certo que,
nas universidades privadas e estaduais existentes, os percentuais de insuficiência são ainda
mais altos: 59% e 51%, respectivamente. Mas não é razoável que
o Ministério da Educação abdique, em seu próprio quintal, das
regras que aplica aos outros.
A iniciativa é louvável e tenta
conter a proliferação de universidades de papel. É pena, porém,
que ela só venha a ser adotada ao
final do governo Lula: das 13 instituições que o presidente alardeia ter criado, seis não atenderiam aos padrões que agora planeja legar a seus sucessores.
Texto Anterior: Editoriais: Buraco externo Próximo Texto: São Paulo - Fernando de Barros e Silva: Norma Rousseff Índice
|