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EDITORIAIS
DEVASSA NAS CADEIAS
Foi bastante positiva a inédita
operação conjunta entre a Secretaria da Segurança Pública e o Ministério Público do Estado de São
Paulo contra o PCC (Primeiro Comando da Capital), facção criminosa
surgida nos presídios paulistas.
De uma só vez, uma força constituída por mais de 1.500 agentes vasculhou penitenciárias, inutilizou
centrais telefônicas clandestinas e
prendeu suspeitos de participação
em crimes atribuídos à facção. Vinte
e cinco detentos identificados como
líderes do PCC foram isolados e
transferidos para um presídio no interior do Estado que conta com bloqueador de sinal de celulares.
Os resultados da operação foram
bons porque ela foi muito bem organizada. Planejada com vários meses
de antecedência, contou com trabalho extensivo de escuta telefônica autorizada pela Justiça, procurando
identificar também pessoas que, em
liberdade, davam suporte nas ruas à
atuação criminosa do PCC.
O desejável é que o espírito que moveu essa operação se torne uma
constante na atuação das forças de
segurança do Estado. O que importa,
nessa maneira de planejar e implementar a ação policial, é a identificação precisa do objetivo e a mobilização de todas as forças, dentro da máquina pública, necessárias para cumpri-lo, sejam elas municipais, estaduais ou federais.
A ação paulista ocorreu na mesma
semana em que, no Rio de Janeiro,
começou a funcionar uma força-tarefa -reunindo as polícias Federal,
Civil e Militar- que pretende somar
esforços no combate ao crime organizado naquele Estado. A experiência, se depender do Ministério da Justiça, deve se estender para Paraná,
Mato Grosso do Sul e São Paulo.
É um bom começo. A cultura departamental da burocracia pública é
pouco eficaz para combater as formas mais sofisticadas de criminalidade. Com equipes multidisciplinares entrosadas e com foco na produção, no cruzamento e na análise de
informações, haverá mais chances
de o poder público equilibrar o jogo
contra bandos organizados.
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