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APAGÃO LOGÍSTICO
Devido aos baixos níveis de
investimento nos últimos
anos, as deficiências em infra-estrutura -rodovias, ferrovias, portos,
aeroportos, energia e saneamento-
persistem e ameaçam a sustentabilidade do crescimento econômico.
Segundo levantamento da Confederação Nacional do Transporte
(CNT), a maior parte dos 47.645 km
de estradas pesquisadas pela entidade encontra-se em condições precárias -sendo 41% em estado deficiente, 25% ruim e 16,8% péssimo.
Esse panorama torna-se ainda mais
preocupante quando se considera
que grande parte dos bens e mercadorias brasileiros é transportada por
via terrestre em caminhões.
Diante disso, o Ministério dos
Transportes prepara um pacote
emergencial para tentar evitar um
"apagão logístico". Entre as medidas
delineadas estão obras de dragagem
em cinco portos e a licitação de sete
trechos de rodovias federais à iniciativa privada. Também está prevista a
restauração de 7.000 km de rodovias,
incluindo aquelas que fazem parte
dos corredores de exportação, bem
como a construção, por meio de parceria público-privada (PPP), da BR-163, que ligará Cuiabá a Santarém. O
ministério elegeu ainda como prioritário o aprofundamento da integração entre as malhas rodoviária e ferroviária e os portos, a fim de facilitar
a movimentação de carga.
São boas iniciativas, que procuram
enfrentar as restrições orçamentárias
existentes. Todavia as necessidades
de investimento em infra-estrutura
parecem requerer a recuperação da
verdadeira finalidade da Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (Cide), uma vez que importante parcela desse tributo não é aplicada pelo governo como deveria.
A contribuição, que incide sobre a
venda de combustíveis, foi criada,
entre outros objetivos, para promover a manutenção da infra-estrutura
de transportes e o financiamento de
projetos ambientais relacionados
com a indústria do petróleo e do gás.
Os recursos, no entanto, têm sido
contingenciados para sanar problemas fiscais do Estado.
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